Nightfall

10•I will not

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Perrie Edwards

A manchete do jornal jogado no chão me chamou atenção:

ADOLESCENTE É ENCONTRADA MORTA NESSA ÚLTIMA NOITE DE SEXTA-FEIRA, 13 EM NIGHTLAND.

Peguei aquele papel do chão e dei uma lida por cima enquanto continuava o trajeto para a escola.

Brunna Rodden, 17, foi encontrada essa noite por grupos de amigos atrás do bar FesttyGran. Segundo Mary, a amiga da jovem, Brunna tinha se separado do grupo para ir ao banheiro e não voltou mais. Eles saíram para procura-la e a encontraram caída atrás de uma caçamba de lixo sem nenhum sinal de agressão ou violação sexual. Os peritos informaram que a causa de sua morte foi traumatismo craniano e afirmaram que terá mais investigações sobre o caso.

Eu sentia como se tivesse levado uma pancada no estômago, era o mesmo bar que eu fui com Zayn. Quer dizer, podia ser eu, ele ou até mesmo uma amiga minha.

Quando cheguei na escola pude notar as pessoas cochichando, mas dessa vez não era sobre mim e eu me senti aliviada por isso... ou não...

– Quem é aquela? – Carlie surgiu do meu lado enquanto eu continuava focada na outra extremidade do pátio: a garota conversando com Zayn.

– Não sei...

– Que intimidade em, papai! – Carlie riu quando a moça alisou os braços de Malik, porém eu não achei graça nenhuma.

O sinal soou e a multidão nos empurrou para os corredores das salas, afastei os pensamentos, ou tentei, um sentimento estranho se apossou de mim.

– Você e Malik tem alguma coisa? – Carlie perguntou se sentando na mesma cadeira de sempre.

Nós nos beijamos... mas isso não significa exatamente nada. Pelo menos não pra ele.

– Não. Porque?

– Achei que você ia chorar vendo ele de gracinha com aquela coisinha. Ainda bem que deu o sinal porque você ia chorar sim!

– Ah, bobeira. Eu estava pensando na menina que morreu sexta. – falei tentando abrir uma deixa para falarmos daquele assunto.

– Eu conhecia ela... quer dizer, não de ser amigas, mas já tinha visto ela pelas ruas. – ela deu de ombros.

– Você acha que alguém matou ela?

Carlie olhou ao redor e se curvou perto do meu ouvido.

– Tenho certeza.

Todos os pelinhos do meu braço se arrepiaram.

– Tenho notado que a maioria das pessoas aqui querem ser jornalistas, estou correto? – o professor indagou na frente da lousa e a maioria concordou. – Então vou pedir um trabalho pra vocês para daqui três semanas. Terão que faz uma reportagem sobre algo ou alguém dessa cidade, algo interessante.

– É mais fácil fazer uma reportagem com as árvores, são mais interessantes que qualquer porcaria daqui! – alguém do fundo gritou.

– E o melhor... – o professor continuou. – Pode ser fictícia a reportagem. Mas tem que deixar uma ponta solta, é verdade ou não?

Nenhuma ideia se passou pela minha cabeça.

– Trabalho individual! – avisou. – Até a próxima aula.

O alarme soou novamente e o professor saiu da sala.

– Fim de semana tem um show de rock na cidade aqui do lado, bora? – Adam perguntou para mim e para Carlie.

– Quanto tempo daqui até lá? – ela questionou.

– Vinte minutos.

– Nós vamos! – afirmou sorrindo pra mim e eu apenas franzi o cenho. Claro que não vou.

– Você vai, eu não.

– Claro que você vai, Perrie.

– Espere sentada então!

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– Cadê o Malik? – Nate indagou rolando os olhos pelo pátio.

– Deve estar trepando no quartinho do zelador junto com a aluna nova. – Carlie respondeu levando a mão cheia de salgadinhos para a boca.

– Ahhh, essa aluna nova é do segundo. Gatinha ela.

– Qual o nome? – perguntei rápido vendo que Carlie não iria perguntar.

– Ainda não sei...

– Ela e Zayn estavam no maior papinho. – disse Carlie.

– Que mal gosto o dela. Pobrezinha... O que você acha disso, Perrie?

– Eles podem se comer, não tenho nada a ver com isso. – respondi seco olhando para o nada.

– Pontada de ciúmes, só eu senti?

– Eu acho que também senti... – Nate coçou a garganta.

– Rolou algo entre vocês?

– Não! – falei alto e eles riram.

– Rolou nada não, só nos lençóis do Malik. – dei um tapa no braço de Nate e ele riu.

– Oi Perrie. – Zayn apareceu na nossa frente me assustando.

– F-ala Z-Zayn. – gaguejei.

– Posso falar contigo?

– Não. – falei firme. – Estou com os meus amigos. – claro que eu não senti ciúmes...

– Okay então... sexta, antes de nos beijarmos, eu te emprestei minha blusa, lembra? – ele falou alto e eu senti meu rosto queimar enquanto Nate e Carlie riam.

Arregalei os olhos e me forcei para falar algo.

– A-a-h, eu esqueci e-em casa.

– Ah bom, preciso de volta, é a única que tenho. – ele piscou um olho e saiu. Ele vestia uma outra blusa de frio, é claro que aquela não era a única que ele tinha, ele só quis vir me fazer passar vergonha.

– Oh, Malik, me empreste uma blusa para eu ir pra casa? minha roupa está toda molhadinha! – Nate tentou imitar a minha voz e Carlie gargalhou, meu rosto corava ainda mais.

Bom, ele estava mais preocupado com a blusa dele do que com o que aconteceu na sexta.

Eu não posso me apaixonar por ele, não vou.

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