19•Unknown

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Zayn Malik

A noite já havia caído e a sala já estava completamente escura quando Perrie se mexeu no meio dos meus braços. Eu não consegui dormir, fiquei com medo de que ela fosse embora, quer dizer, foi a primeira vez dela e eu não fiz algo especial. Mesmo cansado, eu fiquei apenas ali abraçado com ela, observando-a dormir - coisa que eu já não fazia a algum tempo.

Isso não foi certo.

Deveria acabar...

Mas eu não consigo me afastar dessa garota.

Ela fez eu sentir coisas que a tempos não sentia. A garota me deixou na palma da mão dela, estava tendo controle sobre mim e ninguém nunca me deixou assim. Eu me forcei a continuar escondendo tudo que estava sentindo por dentro, mas por alguns segundos eu me tornei transparente, tempo suficiente para Perrie ainda ter esperanças em mim... eu não posso ter isso.

Mesmo com a minha cabeça barulhenta, eu pude ouvir passos do lado de fora. Me virei para encarar a janela e pude ver uma sombra tentando olhar pela pequena parte que a cortina não havia cobrido. Levantei devagar e procurei por minhas roupas que estavam jogadas no canto da sala e tratei de vesti-las logo. Liguei a televisão e a coloquei no mudo para que Perrie não ficasse totalmente no escuro e observei seu corpo exposto no tapete da sala. Corri para o andar de cima a procura de algum lençol e coloquei por cima dela.

Na gaveta da cozinha havia uma arma e uma lanterna, peguei e sai em busca dele. Não deu muito tempo pra ele fugir, a floresta é grande. Alguns galhos foram pisados atrás de mim e congelei, quando me virei vi que era apenas um esquilo. Não sei se deveria ficar aliviado ou com raiva. Não sei se estou preparado para encontra-lo já que não sei o que deverei fazer.

Escolhi um caminho, sempre diziam que eu e ele tínhamos uma conexão e eu realmente acredito nisso, já que quando eu sinto que ele está perto ele realmente está. Naquele caixão eu sabia que não tinha o corpo dele dentro.

A luz da lanterna não mostrava todas as árvores, aquele cara poderia estar em qualquer lugar, até mesmo atrás de mim. Parei por um segundo para ouvir a floresta na esperança de que ele errasse pelo menos uma vez, pisasse numa folha seca ou até mesmo batesse a cabeça no galho, mas nada. Ele nunca errou, nunca falhou. E eu só precisava disso para acabar com esse meu sofrimento. A floresta estava fria, a ventania fazia alvoroço nas folhas do chão e o meu cabelo não parava quieto, eu só preciso de um erro dele...

O celular vibrou no meu bolso e eu o peguei. A mensagem era de um número desconhecido, havia uma imagem enviada. Nela estava Perrie , do mesmo jeito que a deixei em casa, no tapete da sala, o lençol no mesmo lugar e seu cabelo jogado no rosto. No mesmo segundo eu não consegui pensar em nada, meu coração estava acelerado a ponto de fazer meu estômago revirar. Estava completamente longe de casa, mas nada impediu que eu corresse como se não houvesse amanhã, o vento ardia o meu rosto mas no momento não me importei. As luzes de casa estavam completamente apagadas, abri a porta rápido em busca de Perri mas não a encontrei em lugar algum.

A adrenalina ainda corria no meu sangue, gritei por Perrie pela casa mas nem sinal dela. Cerrei meu punho e bati com força na mesa de vidro da sala fazendo com que a mesma quebrasse e espalhasse vidros pelo tapete. Meus olhos estavam pegando fogo que nem fez eu perceber o tanto que a minha mão estava sangrando.

Peguei meu celular de novo no bolso e com dificuldade por conta da tremedeira comecei a ligar para Perrie , mas só caia na caixa postal.

Talvez ele não tenha a pegado, não teria tempo...

Ele é inteligente...

Ele é muito inteligente...

Nightfall Where stories live. Discover now