24•Zayn?

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Perrie Edwards

Não dormi essa noite. A mesma pessoa de sempre continuava roubando meus pensamentos, Zayn Malik, alguém que eu insisti em defender e dizer que ele era um santo. Mas a verdade é que não há santos em lugar algum nessa Terra. Você jamais pode colocar a mão no fogo por alguém, a não ser que você goste de ser queimado.

Eu posso dizer que não estava sã, não estava me sentindo bem, não me sentia em mim. Minha mente voltava em tudo o que aconteceu e eu não conseguia mais sentir nada, nem ao menos chorar. Me olhei no espelho, minhas olheiras estavam escuras, meus olhos avermelhados e minha pele pálida, não me importei, vesti uma roupa qualquer e desci as escadas. Ainda era seis horas da manhã e não havia ninguém, além de mim, acordado em casa.

Eu me sentia prestes a fazer uma loucura, mas não me importei. Tomei meu caminho logo antes que minha vó acordasse.

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Atravessei a floresta mais rápido do que pensei que pudesse. Minha mão bateu tão forte naquela porta de madeira que meus dedos ficaram vermelhos. Ele não abriu a porta. Mas insisti em bater e tocar a campainha.

Ele me olhou surpreso. As palmas das minhas mãos tocaram em seu tórax e o empurrou com força. Zayn deu alguns passos para trás permitindo minha entrada.

– Eu sei quem você é. – cuspi as palavras com raiva, me senti um lixo por sentir algo por um monstro. Chutei a porta com força e ela bateu.

– Do que você tá falando?

Ri histérica. – VOCÊ É UM PSICOPATA ASSASSINO! – gritei e o empurrei novamente. Pouco me importava se ele pudesse me matar assim como fez com os outros adolescentes.

– Pare de falar asneiras, Perrie. – ele riu.

– Por que, Zayn? – minha voz saiu roca, minha garganta ardeu. – POR QUE? – gritei disparando diversos socos em seu peito. Ele ao menos se moveu.

– Para, Perrie. – segurou meus pulsos e encarou meus olhos. – Eu avisei que não era seguro. Disse que você não me conhecia, mas você foi teimosa.

Permaneci parada, incrédula, pensei que ele fosse se defender, mas não.

Seus olhos estavam atormentados, ele parecia tão perturbado quanto eu. Mas, eu e minha mania de ver coisas que não existem nas pessoas. A campainha tocou e eu me assustei.

– É a polícia. – ele disse sem parecer preocupado. – Vem, eles não podem te ver aqui. – Zayn me segurou e me puxou, mas recusei, pela primeira vez seu toque não me trouxe coisas boas.

– NÃO, ZAYN! – falei alto enquanto ele me puxava.

– Por favor, Perrie. Confia em mim. Depois nós vamos conversar e eu vou te explicar tudo. – ele abriu uma porta e fez eu entrar no quarto. – Eles acham que eu sou um assassino, se você estiver aqui, vão achar que você é cúmplice. Permanece em silêncio. – Zayn saiu e fechou a porta atrás de si enquanto a campainha tocava novamente. Afundei meu rosto nas mãos e pensei no que fazer, mas não conseguia pensar em nada.

Ouvi as vozes na sala e abri a porta de vagar, notei o corredor vazio e sai do quarto. Não ia esperar Zayn voltar, ele é um assassino. Na ponta dos pés passei em frente da sala sem ninguém me notar, ele e os policiais estavam conversando no sofá. Tirei o tênis que estava fazendo barulho no chão de madeira e andei descalça por um corredor, mas quando passei por cima de um tapete senti pisar em algo. Voltei e analisei, estava por debaixo do tapete.

Enrolei o tapete enorme e vi que se tratava de uma cordinha saindo do chão. Obviamente, eu, curiosa, não deixaria abatido. Puxei a cordinha no chão e a madeira se levantou dando-me a visão de apenas uma escada indo em direção á escuridão. Desci as escadas, mesmo escuro pude ver alguém ali em baixo preso por algumas correntes. Pareciam as correntes que vi Justin comprar no mercado a um tempo atrás. Naquele momento, eu já não tinha mais esperanças em Zayn. Tirei o celular do bolso e iluminei melhor, a pessoa estava sentada com os pés acorrentados me olhando desesperado.

Murmúrios saiu de sua boca tapada com fita isolante. Puxei a fita facilitando a pessoa falar e só assim o reconheci. Era Zayn, aquele rapaz que eu encontrei no show e no bar. Não estava entendendo mais nada.

– Por favor, me ajuda! Por favor! – lágrimas escorreram por seu rosto soado.

– Zayb??? O que houve?!

– Malik é maluco! Me tira daqui! As chaves estão penduradas num prego ao lado da escada! – disse desesperado. Corri em busca do prego e encontrei a chave facilmente, livrando as correntes dele. Antes de eu dizer alguma coisa, Zayn subiu as escadas correndo desesperadamente. Tentei sair logo daquele buraco, mas Malik apareceu na ponta da escada.

– O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI, PERRIE?! – ele gritou tão alto que me assustei, minhas pernas estavam bambas. Zayn desceu as escadas correndo afobado. – Onde ele está? – disse preocupado andando pelo lugar vazio. – Você não pôde ter feito isso... me diz que é brincadeira... – ele afundou o rosto na mão e caiu no chão derrotado. Não perdi tempo e corri até as escadas para fugir.

Nightfall Where stories live. Discover now