56•Forgive me

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Depois que Perrie foi embora, novamente o vazio se apossou de mim. Eu me sentia tão triste quanto antes. Eu simplesmente tenho medo de que as coisas melhorem, porque sei que dali uma hora ou um dia, tudo vai piorar novamente. Meu advogado conseguiu uma boa cela para mim, mas pra mim tanto faz, nada me abala mais. Acho que estou abalado o suficiente.

– Malik, o senhor tem visita. – o guarda abriu a cela e veio até mim para colocar as algemas, meus pulsos estavam machucados e eu quase não sentia mais nada. Eu já imaginava a minha visita e não sabia como eu reagiria.

Ele me encaminhou pelo corredor até chegar na sala de visita. E dessa vez não tirou minhas algemas. Ao entrar novamente naquela sala, meu coração acelerou ao dar de cara com a mulher de olhos claros.

Me sentei na cadeira à sua frente. Separados apenas por uma mesa, pude sentir minha mãe transpirar.

– Filho... – seus olhos se encheram de lágrimas e senti os meus arderem.

– Não sou seu filho, Trisha. – a encarei e travei meu maxilar. Se eu disser que não guardo rancor, estaria mentindo.

– Não diga isso, Zayn... – uma lágrima escorreu por sua bochecha e ela a secou imediatamente.

– Você era a última pessoa que eu esperava ver e a primeira que eu deveria ver.

– Eu sei... assim que fiquei sabendo vim pra cá, mas não deixaram eu entrar.

– Não estou falando disso. Talvez se você estivesse na cidade ou se ao menos tivesse me abandonado, isso não teria acontecido. E se acontecesse, a senhora estaria comigo.

Suas mãos começaram a tremer, mas não me deixou menos ruim.

– Filho, se coloque no meu lugar! Todas as pistas levavam a você.

– Você não tinha provas! – gritei fazendo o segurança me encarar. – Eu sempre fui o filho que a senhora sonhou. Como foi capaz de achar que eu realmente mataria meu próprio irmão? – dessa vez ela desatou a chorar.

– Eu me arrependo, Zayn! Me arrependo!

– Tarde demais, Trisha. Sua burrada já foi feita. – disse frio.

– Eu ficarei aqui com você, Zayn...

– Não. Vivi todo esse tempo de tortura sozinho, não preciso de você. Não mais. Eu já tenho tudo o que preciso.

– Me perdoe, Zayn... – o segurança indicou o fim da visita e me levou de volta para a cela. Me acostumei com a falta da minha mãe, não necessito de mudanças.

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