26•The target

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Perrie Edwards

Minha vó estava preocupada, eu não estava comendo direito, muito menos colocando o pé pra fora de casa a dois dias. Ela pediu para eu desabafar com ela, mas acontece que ela choraria comigo. Queria descrever o que sinto, mas eu ao menos sinto algo que sei explicar. É como se eu estivesse vazia. Essa semana foi muito pra mim, eu precisava de oito longas noites para colocar minha cabeça em ordem.

– Você vai acabar se enterrando no sofá. – a voz irritante de Jessica piorou meu estado. A mulher estava me irritando tanto que fazia com que eu ficasse apenas no meu quarto trancada para não ver a cara dela.

– Seria uma boa ideia. – disse levando mais salgadinho para a boca. Notei o jeito que eu estava, de calça moletom e regata jogada no sofá, mas não liguei.

– Esse seu mal é amor. Me conta quem é o menino...

Encarei ela entediada por alguns segundos e depois voltei a prestar atenção na TV que não mudou a programação.

– Você tá comendo tanto que parece que tá grávida. – riu.

Engoli em seco.

– Sou virgem. – falei convincente.

– Só se for de signo né fofa. – ela riu e eu só não mostrei o dedo do meio pra ela porque ela é mais velha. – Fiquei sabendo que vai ter a festa de despedida no fim de semana na escola. O pessoal não se assusta que na última festa teve três mortos?

– Ahhh, acho que eles estão acostumados. – dei de ombros.

– Você vai nessa festa?

– Não. – falei.

– Sua amiga vai querer que você vá.

– Mas eu não vou! – falei grossa.

– O que está acontecendo, Perrie? – perguntou minha vó saindo da cozinha. – Você parece acabada.

– Obrigada pelo elogio, vó.

– Você não quer conversar?

– Não.

– É sobre aquele garoto que veio em casa esses dias? Aquele que discutiu com você.

– Como assim?

– Eu vi ele, apenas fingi que não sabia quem era. Ele é bonitinho. Quer falar sobre ele? – perguntou inocente e se sentou ao meu lado.

– Por favor, eu não quero conversar! – novamente a tristeza se apossou do meu corpo, eu estava tentando ficar bem, mas sempre vinha alguém pra fazer eu lembrar do quanto eu fui idiota. Mais uma vez, tentar esquecer Zayn foi inútil. Seu cheiro vinha na minha memória do nada e meu estômago sentia borboletas, mas eu tentei não ligar, esse sentimento era sentido desde a primeira vez que o vi, porém agora eu sei que não tenho mais chances com ele, estraguei todas elas. Eu apaguei o número dele e me segurei diversas vezes para não ir na sua casa. Me sentia culpada, mesmo sem ter entendido direito a história do irmão dele, eu sei que fiz merda. De qualquer jeito, Zayn teve motivos de não me querer por perto...e isso dói.

Minha avó e Jéssica se entreolharam, bufei e afundei o rosto numa almofada. Não queria parecer uma rebelde mimada, mas dentro de mim era pura confusão, não conseguia sorrir e fingir estar bem.

O telefone da sala tocou e minha vó atendeu.

– É pra você, Pezz.

Levantei do sofá esperando que fosse Carlie e atendi:

– Alô?

– Perrie? Oi! É a mãe da Ruby. Ela pediu pra eu ligar pra avisar que ela precisa muito conversar com você.

– Hm. Tudo bem. Ela está em casa já?

– Sim. Nós vamos passar ai na sua casa. Você pode nos receber?

– Ah claro, pode vir, estarei aqui.

Ela desligou o telefone e a curiosidade tomou conta de mim. O que será que Ruby quer conversar comigo? Eu nem era próxima dela quando ocorreu o acidente.

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Depois de uma meia hora a campainha tocou, era ela. Seu rosto e pescoço estava todo queimado e o resto de seu corpo todo coberto por roupas. Eu fiz de tudo para não me mostrar surpresa diante de sua situação. Poderia ser eu...

– Oi, Pezz. – ela disse.

– Oi Ruby! Pode entrar. – dei espaço para ela entrar e sua mãe ficou esperando no carro. Ela cumprimentou Jessica e minha avó e me seguiu andando com dificuldade até o andar de cima.

– Então... – fechei a porta do quarto e ajudei ela a se sentar na minha cama.

– O acidente não foi um acidente, você sabe não é?

– Ouvi dizer... – engoli em seco sabendo do que se tratava.

– Eu vi ele, Perrie. – ela disse baixo quase num sussurro.

– Ele quem? – franzi o cenho e me sentei ao lado dela curiosa.

– Por favor, feche as cortinas.

Me levantei e fechei as cortinas cobrindo a janela por inteiro e ela começou:

– Ele bateu o carro no nosso e eu permaneci consciente. Depois ele olhou dentro do carro procurando por algo, mas pareceu decepcionado. Eu não consegui ver quem era por conta da pancada na cabeça. – suas mãos estavam trêmulas.
– Ele abriu a porta do banco de trás... – seus olhos se encheram de lágrimas e ela os secou imediatamente. – E jogou álcool em nós. Eu estava toda machucada e entrei em desespero, puxei a perna dele e ele deixou cair algo. – ela tirou do bolso do casaco um caderno pequeno marrom com papéis indicando números para fora e entregou na minha mão. – Ele acendeu o fogo e eu joguei o caderno longe para que tivessem uma pista de quem fosse ele, ele foi embora e nem se deu conta do que havia perdido, ontem voltei no local do acidente e o caderno estava lá no meio do mato.

Abri o caderno velho e sujo numa página aleatória e vi datas e fotos com letras garranchos. Passei algumas folhas e notei que a cada foto haviam várias informações como: nome, endereço, idade... Fechei e voltei a prestar atenção em Ruby.

– O motivo de eu te entregar é a sétima página... – procurei o marcador sete a abri, na folha havia uma foto minha na floresta. Senti algo estranho no meu corpo... medo, pavor, tudo misturado... a foto havia sido tirada no primeiro dia em que eu estive na floresta. Em cima da foto havia uma data: a primeira vez que dormi na casa de Malik.

– O que devo fazer? – perguntei encarando minha foto.

– Eu não sei direito, me desculpe. Eu não quero entregar pra polícia. Esse homem voltou no hospital a procura disso... Ele não pode saber que te entreguei, se não vai vir atrás de você... se já não planeja isso. Resolva o que vai fazer, eu não quero mais problemas pra mim. Acho que já tenho cicatrizes demais por culpa dele. – ela me olhou estranho, como se me culpasse. – A maioria das pessoas que estão ai, estão mortas. Acho que você e Malik são os únicos que não... – antes dela terminar de falar comecei a procurar a página de Malik. – Malik está na primeira página. – como ela disse, havia uma imagem de Zayn quando pequeno e diferente das outras páginas, haviam diversas datas, porém todas riscadas com força. Um nó se formou em minha garganta, com certeza o caderno era de Jaxon.

– Obrigada, Ruby...

– Tudo bem, Perrie. – ela se levantou e caminhou até a porta. – Mas saiba... o alvo dele naquele dia do acidente, não era eu e muito menos aqueles jovens que morreu... era você. – depois de dizer, ela saiu do meu quarto, calafrios percorreram por todo meu corpo, eu nunca estive com tanto medo...

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Nightfall Where stories live. Discover now