33•Trust ?

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Perrie  Edwards

O que eu fiz no meu cabelo foi coisa simples. Como eu disse: só de saber que mudei algo é libertador. As poucas mechas são um pouco mais claras que o tom dos meus fios, quase não se percebe.

Eu estava me segurando para não roer as unhas por conta da ansiedade para o baile, mas ainda assim as vezes me pegava cutucando algum cantinho. Jéssica tinha saído e minha avó estava sentada ao meu lado me observando.

– Você se parece muito com a sua mãe. – ela disse baixinho. – Não a vi muito, mas sabia o tão doce era.

– Minha mãe doce? ela era mais bruta que meu pai. – brinquei e ela riu.

– Por trás da Cascadura dela havia um coração mole, mole, mole. Pode acreditar. Você não se parece com ela só pela aparência, mas também pela personalidade. Você não é tão durona quanto parece, mocinha.

– Eu não pareço durona. – dei de ombros.

A campainha tocou e me levantei para atender. Pensei ser Jéssica, mas me surpreendi. Ele estava ali na minha frente, com uma carinha de cachorro sem dono, vestindo uma camisa branca e um casaco jeans.

– O que você quer, Zayn? – falei baixo para minha vó não ouvir.

– Ryan foi resolver negócios e eu resolvi passar aqui pra não ficar sozinho em casa.

– Como se você se importasse em ficar sozinho. – revirei os olhos. Queria manda-lo embora, mas minha avó o viu.

– Quem é esse rapaz? – ela perguntou da sala, eu e Zayn a encaramos e ele sorriu pra ela.

Abri a porta e Malik entrou pedindo licença como se fosse um bom moço.

– Ele é meu amigo, vó. – falei fechando a porta enquanto ele ocupava um lugar no sofá.

– Você tem amigos bonitos, Perrie. – Zayn sorriu encantadoramente meio tímido mostrando uma leve covinha em sua bochecha, pude sentir meus olhos brilharem. – Qual seu nome?

– Zayn.

– Acho que te conheço de algum lugar...

– Acho que você tá confundindo, vó. – sorri sem jeito.

– É... pode ser. Mas vou tomar um banho e assistir minha novela, juízo garotos. – vi em sua cara que ela queria nos deixar sozinhos, aliás, em sua televisão não passa novela.

Me sentei longe de Zayn e fingi prestar atenção no programa de culinária que passava na TV, mas ele ficou me encarando.

– Seu cabelo está lindo. – olhei surpresa pra ele e ele deu um sorrisinho sem mostrar os dentes.

– Obrigada. Queria mudar um pouco...

– Entendo. Eu já quis mudar muito também.

– Já mudou em que? – perguntei curiosa.

– Em tudo. Cabelo, tatuagens, atitudes... – ele ergueu as sobrancelhas.

– Eu queria ser um pouco mais radical... – comentei.

– Eu sei por onde começar. – ele se levantou e sentou do meu lado. – Você gosta de tatuagens?

– Acho legal. Só não tenho coragem.

– Bom, eu digo que os sentimentos me desenham. Ou desenhavam... em fim. Depois que comecei a fazer tatuagens, não parei, cada pequena coisa era motivo pra eu fazer um novo desenho em mim.

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