C A P Í T U L O V I I I

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§ KYLE MADDOX §

Sempre fui bom em montar estratégias.

Isso não me tornava uma decepção completa para o meu pai, que era coronel da marinha. Mas, usar esse talento para montar estratégias de jogo fazia a decepção ser completa. Felizmente, nesse quesito podia dizer que era melhor que Kim. Meu pai quis que eu estudasse em uma escola militar, como ele. Mas, infelizmente, nunca foi meu forte ter a mesma disposição que ele tinha para guerras ou salvar pessoas.

O treinador terminou de dizer todas as estratégias que ele havia montado junto comigo. Na maioria, feita por mim e melhorada por ele. Provavelmente, durante o jogo teria outras mudanças que eu ou ele faria, já que o hóquei pode ser bem imprevisível se tratando de adolescentes. Jogávamos para ganhar e ter o título de melhor, e o time era unido nesse objetivo. O treinador ficava feliz, e minha sede pra vencer também.

Ele nos liberou para sala de espera, onde já deveria estar lotado com as cheerleaders. Ficávamos ali nos preparativos finais com elas até a hora de entrar.

Quando abri a porta, meu olhos se direcionaram para uma nova menina naquele meio. Conseguia imaginar ela como tudo, menos como uma cheerleader. Ela estava terminando de passar a coreografia que faria com Delilah, e também me encarou. Aquilo foi uma surpresa tão grande para mim que me fez ficar estático, quase passando vergonha, já que Noah, um atacante, teve que me empurrar para dentro da sala.

— Limpa a baba. Vai te fazer escorregar quando for falar com ela. — Cecília disse, olhando para as unhas.

Ela estava encostada na parede, de frente a um banco que eu sentei. Peguei alguns equipamentos de segurança no meu armário enquanto conversava com ela. Antes, me certifiquei que ninguém nos ouvia, mas todos estavam mais preocupados com qualquer outra coisa relacionada a mim.

— Isso é ciúmes? — perguntei, ao olhar pra ela, vendo sua reação.

— Claro que não. — ela rolou os olhos. — Eu me garanto.

— O que quer dizer?

— Quero dizer que eu tenho você. Já ela, em parte. — ela sentou do meu lado. — Faz um ponto pra mim. Prometo te recompensar depois.

Ela disse, quase num sussurro, no meu ouvido. Sua voz doce, carregando um sotaque forte da França no inglês deixavam-a mais sexy ainda. Meus pelos se arrepiaram, e no mesmo instante eu desejei estar sozinho com ela.

— Só um? — perguntei.

— Quanto mais, melhor vai ser sua recompensa.

Olhei-a, e ela estava mordendo os lábios maliciosamente. Um milhão de coisas na minha cabeça se passou para fazer com ela. Mas, a única coisa que fiz foi desviar o olhar, para ter certeza que ninguém estava prestando atenção em nós.

Minha preocupação maior era Nina, se ela descobrisse sobre o meu recente lance com Cece. Ela poderia ficar mais resistente ao meu plano se soubesse disse, e eu teria que "terminar" com Cecília caso isso acontecesse.

Aquela garota só me dá trabalho!

— Por que você não disse que ela é uma raposa agora? — mudei de assunto, colocando minhas ombreiras.

BROKEN HEARTOnde as histórias ganham vida. Descobre agora