C A P Í T U L O X

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§ KYLE MADDOX §

Eu cresci com uma irmã mais velha, uma mais nova e minha mãe como figura feminina dentro de casa. Até mesmo uma cadela de olhos cor de mel faziam parte desse time. Em 18 poucos anos de experiência, conseguia entender muita coisa desse universo, menos como demoravam para se arrumar.

— Ela disse que já saiu do quarto. — Tito disse, depois de desligar o celular. Já havia reclamado muito. Eu realmente odiava esperar.

Estávamos dentro do meu carro, esperando a namorada dele. Tito decidiu que ia pegar o carro hoje, e eu ia com ele. Afinal, eu era o único de nós dois que vinha de carro para a escola e podia usar ele livremente no final de semana. Falando em final de semana, hoje eu voltaria para casa. Todas as coisas que iria precisar já estavam no porta-malas. Mas, a programação principal de hoje era pegar o carro com um amigo dele que viria de Nova Iorque.

Blair entrou no banco de atrás de Tito. Ela o beijou e me cumprimentou. Quanto liguei o carro, ela gritou mandando que eu parasse.

— O que mais falta? — Tito perguntou, meio sem paciência. Estávamos esperando meia hora desde que ela disse que estava pronta.

— A Nina. Vocês não acharam que eu iria só com vocês ver carros de corrida antigos, não é?

— Tinha que ser ela? No podia ser a Eva? — reclamei.

— Eva tinha que ir para casa. E também, achei que estavam se dando bem. Nunca mais ouvi a Nina reclamando de você.

Isso era um bom sinal.

— Quer dizer, você poderia ter pelo menos avisado. Assim a gente arrumava alguma coisa mais importante pra fazer do que esperar vocês. — cocei minha garganta.

— Nem foi tanto tempo assim. Aliás, ela já deve estar pronta também. Por que você não vai lá chamar ela?

— Aqui no carro está quente, e lá fora não. — disse, ao ver o branco tomando conta da paisagem através do vidro.

— É só uns instantes, Kyle! — Blair reclamou, se olhando no espelho retrovisor. — O celular dela ainda está desligado, então vamos demorar ainda mais se você não for lá.

Bufei.

— Tá bom, eu já vou. — desliguei o carro. — Qual o número do seu quarto mesmo?

— 04 -B. Ela tinha acabado de sair do banho quando eu saí do quarto, então já deve estar pronta.

Sai do carro e observei a paisagem. 4 horas seguidas de chuva de neve foram o suficiente para cobrir tudo, mas, felizmente, ainda era possível andar de carro. Mesmo não estando nevando mais, eu usava três casacos tentando superar o frio.

Cheguei no corredor do quarto dela e procurou o número 04. Quando achei a porta, ouvi um som alto vindo do outro lado. Não conseguia identificar a música porque não estava em inglês ou francês, mas parecia português. Bati na porta algumas vezes, mas nada dela responder.

— Vamos logo, Silly, eu estou com fome! — reclamei, batendo na porta.

Nada.

A música continuou a tocar e eu reclamei mentalmente. Deduzi que ela não tinha ouvido. Então, decidi abrir a porta.

Foi a melhor decisão da semana.

BROKEN HEARTOnde as histórias ganham vida. Descobre agora