C A P Í T U L O X X X

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§ NINA MILANI §

Eu estava tentando acordar, mas algo mais forte fazia meus olhos querem continuarem fechados. Tentei obedecê-los e continuar a dormir, mas não conseguia. Algo do lado de fora também, como uma gritaria, não ajudavam muito. Relutantemente, abri meus olhos com dificuldade e percebi que os sons não eram do meu sonho. Tinha pessoas brigando do lado de fora de onde eu estava.

Me levantei, ficando sentada na cama. Assim que meus olhos se acostumaram com a claridez do quarto branco, eu pude reconhecer que estava em uma hospital. Na minha mão direita, tinha uma agulha por dentro da pele ligada a um suporte com soro e alguns fios ligados a um computador que mostravam o meu estado. Senti uma dor nos braços vi que eles estavam machucados, e até mesmo um pouco roxos. Minhas costas e pernas deveriam estar da mesma maneira, já que senti a mesma dor nesses lugares. Fiz uma cara feia de imaginar as cicatrizes que ficariam no meu corpo depois que sarassem. Pela janela, conseguia ver que já era de noite. Ao meu lado, tinha uma poltrona preta que parecia meio desconfortável, e atualmente estava segurando uma bolsa feminina e um moletom azul.

Forcei minha mente a lembrar o porquê deu estar aqui, mas preferia ter ficado no esquecimento. Se tivesse ido atrás das minhas amigas depois que briguei com Kyle, eu não teria bebido mais, nem saído pelas ruas com a cabeça cheia de vodka e não teria me acidentado. Eu não conseguia lembrar o que aconteceu depois que vi o farol do carro, mas pelos machucados que ganhei, consigo ter uma ideia. Provavelmente eu fui jogada e devo ter batido a cabeça em algum lugar, me fazendo desmaiar. Talvez também tenha sido arrastada com o impacto, já que meus braços e barriga estão arranhados.

— E quem você pensa que é?! — ouvi uma voz conhecida gritar, fazendo me lembrar porque acordei.

— Eu sou o namorado dela, e eu não vou deixar você levar ela embora!

Eles continuaram a discussão, até que eu percebi que era minha mãe e Kyle que discutiam e sobre mim. Passei a mão nas têmporas, sabendo que não ia sair coisa boa dali.

Desci da cama, e senti minha cabeça rodar um pouco quando meus pés tocaram o chão frio do quarto. Parei por um instante até ficar melhor, e tirei alguns fios que estavam conectados na minha pele. Eles não parecia ser tão importantes, já que deviam medir os meus batimentos, pressão e essas coisas. A máquina fez um barulho alto, indicando que tinha sido retiradas, mas eu as ignorei. Peguei o suporte do soro e caminhei em direção a porta do quarto, mas a cada passo que dava, minha cabeça ficava tonta e minha visão ia se escurecendo. Quando estava na metade do quarto, parei antes que desmaiasse de novo e a porta do quarto foi aberta.

Kyle me olhou com uma cara de surpresa, certamente porque não esperava que eu saísse da cama por agora. Minha mãe apareceu atrás dele, e também ficou surpresa ao me ver. Dei um sorriso amarelo para os dois, acenando com a mão esquerda.

— Olá, meu amor. — minha mãe disse, passando por ele e se aproximando de mim. — Por que você saiu da cama, Nina?

— Porque eu queria saber porque você estava brigando com o Kyle. — respondi, olhando para ela.

Minha mãe mandou que eu voltasse para cama, e quando fui fazer isso, senti outra tontura. Ela segurou meus braços, mas eu estava fraca demais. Felizmente, Kyle foi rápido o suficiente para me pegar no colo antes que eu caísse no chão. Então, ele me colocou gentilmente de volta na cama enquanto minha mãe carregava o suporte do soro de volta para o lugar.

Quando voltei para cama, Kyle me cobriu com o cobertor que tinha ali e arrumou meu travesseiro. Depois, passou a mão no meu rosto, acariciando-o. Deu um sorriso triste, e perguntou:

— Como você está?

— Com fome. — respondi, e tirei a mão dele de mim. — Eu estou brava, decepcionada e triste com você ainda.

BROKEN HEARTOnde as histórias ganham vida. Descobre agora