C A P Í T U L O X X X I

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Duas semanas depois...

§ NINA MILANI §

Minha cantora brasileira favorita era Marisa Monte. Eu aprendi a gostar dela com minha avó, e adorava o drama dela em suas músicas porque achava que combinava comigo. O Que Me Importa principalmente, já que se encaixava no que eu sentia agora.

O que me importa
Seu carinho agora
Se para mim
A vida terminou...

— Nina, pelo amor de Deus! — Nara disse, entrando no quarto onde eu estava. Ela desligou a música do meu celular e abriu as cortinas, reclamando que eu estava parecendo uma vampira. — O quarto da Cole está mais triste do que ela nunca vai ser na vida!

— O quarto está triste porque eu estou triste. - disse, ainda jogada no chão. Coloquei as mãos na minha barriga, olhando pro teto. — Vai embora!

— Levanta desse chão e vamos conversar agora! — ela ordenou, ativando o modo mandão. Ignorei-a, e continuei como estava. — Nina, você é mais teimosa que a minha filha e ela tem 4 anos. 4 anos, Nina, 4 anos!

— Triste pra ela. Ainda tem muito pra chorar.

Nara rolou os olhos, cansada do meu drama. Algumas vezes eu conseguia ser insuportável com ele, e essa era uma dessas vezes. Sentou próxima de mim, e eu decidi colaborar um pouco. Também sentei, ao lado dela, e tentei arrumar um pouco meu cabelo bagunçado. Ficar com apenas um coque por mais de 3 dias era muita coisa, ainda mais para um cabelo como o meu.

— Você está horrível. — Nara disse, me olhando amarrar meu cabelo.

— Eu sou horrível, querida. Use bem os verbos que você tem no idioma materno. — respondi, corrigindo-a.

— Nina, por favor, para com o drama. — pediu. — Já passou duas semanas desde o que aconteceu, e seu período de "luto" já passou. Você não tem o direito de sofrer mais, muito menos continuar com o drama.

— E o que eu tenho que fazer agora?

— Continuar a viver. Mas, no seu caso, começar. — ela disse, e arqueei a sobrancelha duvidosa. — Qual é, irmã! Você acabou de se formar na escola, está livre da sua mãe e pode fazer um monte de coisas agora!

— Eu estou sem dinheiro também, Nara.

— Existe algo chamado trabalho, e é um negócio bem legal. Você gasta algumas horas do seu dia pra um serviço e no final do mês, recebe dinheiro. Genial, não?

— Hahaha. — ironizei. — Eu sei o que é trabalho, mas não sei fazer nada. Você viu como eu fui um desastre ao te ajudar a limpar a casa.

— Eu também era assim, mas tive que aprender se queria ter um lugar pra morar. E também, você melhorou desde o primero dia. Consegue até lavar a louça sem quebrar um prato ou copo. — ela tentou o consolo, e eu ri. — Na segunda feira, eu te ajudo com o seu currículo e vamos procurar um emprego pra você.

— Como bombeira?

Nara arqueou a sobrancelha, duvidosa:

— Bem, não sei se ser bombeira é uma boa profissão pra um primero emprego. Vamos começar com algo mais simples.

— Como o quê?

BROKEN HEARTOnde as histórias ganham vida. Descobre agora