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Helena estava preparando o jantar quando Sophie chegou a casa, o cheiro era maravilhoso e se espalhava pelos cômodos. A garota foi direto ao quarto, ligou o chuveiro e ficou um bom tempo deixando a água cair sobre sua cabeça. Tinha sido um dia intenso, nada como estava acostumada, ainda não sabia o que pensar. Assim que se vestiu foi para a cozinha verificar se a mãe precisava de alguma ajuda.

— Esse cheiro é maravilhoso mãe, o que está preparando? — Perguntou após um abraço e um beijo demorado no rosto.

— Aquele assado com batatas que você ama. — Sua mãe respondeu sorrindo.

— Eu já disse o quanto te amo hoje?

— Já, mas eu não ligo de ouvir novamente.

— Eu te amo dona Helena, o que posso fazer para ajudar? — Se ofereceu enquanto pegava um copo de água.

— Pode cortar esses temperos, por favor. — Helena apontou.

Enquanto cozinhavam as duas conversaram sobre o dia de ambas, Sophie contou sobre as possíveis novas amizades, os professores, e a diretora rigorosa. Algumas informações como o fato de ter sonhado com Estefan, ou quase ter se encrencado no lugar de seu novo colega hacker, preferiu deixar ocultas.

— Mãe, mãe, você não vai acreditar, eu quase ganhei do pai no treinamento. — Michel entrou gritando.

— É difícil mesmo de acreditar — A irmã zombou.

— Aposto que ganho de você. — O menor provocou.

— Tenho que admitir, você é um ótimo piadista. — Ela gargalhou.

— Vamos parar os dois, não quero falar novamente. — A mãe forçou uma cara fechada. — E pode ir tomar um banho, Michel, o jantar vai ser servido logo.

O garoto pareceu querer protestar, mas obedeceu e saiu batendo os pés. Sophie foi arrumar a mesa, seu pai acabara de sair do banho, não estava com uma cara muito boa, sempre foi mais sério, mas ultimamente parecia estar preocupado, cansado, e até um tanto triste. August sorriu ao notar a presença da filha e a beijou na testa. O jantar ocorreu como na maioria das vezes, com risadas, provocações entre irmãos, broncas dos pais e muita conversa jogada fora.

Quando acabaram, a garota foi para o quarto se jogou na cama e ligou o notebook, ficou alguns segundos apenas olhando para a tela, depois abriu uma guia de pesquisa e digitou "faraós do Egito antigo", vários resultados, sentiu-se muito idiota, fechou e pegou o celular, algumas chamadas perdidas de um número desconhecido, e três mensagens novas do mesmo número.

"Onde vc se meteu?"

"Procurei a escola inteirinha"

"Sou eu, Vic"

Sophie revirou os olhos e antes de digitar ela salvou o número nos contatos.

"Como tem meu número?"

A resposta chegou quase que imediatamente, pelo que notou durante o primeiro dia de aula Vic devia estar com o telefone na mão conferindo a cada segundo.

"Até que enfim"

"Luke pegou seu número quando olhou sua ficha"

"Ele tem algum limite?"

"Nenhum"

"Preciso do número dele, você tem?"

"Claro que tenho 1–303-60–5100"

"obrigada, amanhã nos falamos"

Salvou o número e ficou pensando no que poderia digitar, não queria parecer intrometida, mas a curiosidade não a deixaria dormir. Escreveu e apagou várias vezes até desistir, rolou na cama e colocou o celular no criado mudo. Foi até a cozinha, seus pais estavam na sala vendo um filme, nem notaram sua presença, pegou um copo de água e voltou parando no quarto de Michel, o garoto estava jogando no computador, ela se jogou na cama do irmão.

Marcas em Sangue   [Em Revisão]Where stories live. Discover now