Epílogo

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Alguns meses haviam se passado desde que Sophie deixará Louisville e aparentemente a vida na cidade voltava a seguir seu curso. Em Sant'Angelin as aulas deram continuidade normalmente e os caídos pareciam não se importar mais com o paradeiro da garota.

Em uma tarde, no final da aula de história, Victória se dirigiu até a mesa do professor que parecia distante enquanto arrumava alguns papéis em sua pasta.

— Já sabe quando Hauren retorna? — A garota perguntou.

— Não tenho notícias da professora Hauren. — Ele respondeu fingindo não dar importância.

A informação passada a escola era que a professora havia se afastado por motivos de saúde, porém, Vic sabia que esse não era o caso, e diferente dos outros filhos que não se importavam em saber o real motivo, ela tinha certeza de que mais uma vez detalhes cruciais estavam sendo escondidos.

Ao fim do dia ela resolveu que seguiria o professor, por mais que eles tentassem esconder, era de conhecimento popular o romance que ele mantinha com Hauren e com certeza ele sabia de seu paradeiro.

Sua missão a levou para fora da cidade, em uma pequena casa de quintal, sem nenhuma vizinhança. Com cuidado ela entrou evitando fazer barulho e se espremeu para espiar por uma pequena abertura na janela.

Estava certa, Hauren se encontrava no local, de onde olhava só conseguia vê-la de costas, mas tinha certeza que se tratava da professora, o cabelo vermelho era inconfundível. Estefan lhe fazia uma massagem enquanto beijava seu pescoço.

— Tarados. — Vic murmurou.

Os dois pararam, ela pôde sentir que estavam preocupados com alguma coisa.

— Ele os encontrou. — Hauren falou finalmente. — Já estão começando a juntar as peças.

— Não se preocupe, na acontecerá a vocês.

— Você não pode impedir Estefan. — Ela deixou que seu sobretudo baixasse mostrando as costas nuas. — Ela me fez isso quando era apenas uma criança.

Com os dedos, Estefan acariciou as cicatrizes que pareciam recentes e em seguida voltou a cobri-las.

— Talvez ela não siga por esse caminho. — Insistiu. — Você mesma disse que ela podia ser boa.

— Eu estava enganada. — Hauren abaixou a cabeça e cruzou os braços como se estivesse abraçando a própria barriga. — Ela deixou sangue por onde passou enquanto esteve aqui, ela é neta do próprio Lucifer, um demônio não pode ser bom. — Antecipando o que ele diria ela continuou. — Eu não sou boa meu amor.

— Não diga essas coisas. — Estefan a puxou para perto. — Posso impedir, vou impedir.

— Como?

— Tenho um encontro agora, não posso te dar detalhes, pois, você tentaria me impedir, mas manterei vocês a salvo.

Ele a beijou demoradamente e depois deixou o lugar.

Ainda boquiaberta com a conversa que ouviu, Vic se esgueirou atrás do professor novamente. Agora de volta à cidade, ela o seguiu até uma clareira, se mantendo bem escondida por entre às árvores.

Não podia se dar ao luxo de ser pega, dessa vez poderia custar sua própria vida, já que quem aguardava Estefan, parado bem no meio da clareira, era o próprio Lucifer.

— Taí alguém que eu não esperava me convocar para uma reunião. — O demônio ironizou.

— Não tenho tempo para suas gracinhas. — Estefan rebateu. — Vim lhe propor um acordo.

— Interessante, o que será?

— Preciso que Sophie morra. — Ele disse alto e claro.

— Está me pedindo que eu mate minha amada e adorada netinha? — Lucifer fingiu estar chocado. — O preço será alto.

— Minha alma. — A oferta demonstrava desespero.

— Isso não paga o que está me pedindo. — O senhor do inferno deu dois passos em direção ao outro. — Quero a criança.

— Isso nunca. — Estefan gritou.

— Vocês são tão chatos. — Lucifer revirou os olhos. — Então faremos assim, sua alma em troca de eu possibilitar que a garota seja morta.

— Isso não me garante nada. 

— É pegar ou largar. — Ele fez um corte na mão e ofereceu para Estefan que depois de um tempo imitou o movimento. — Trato feito, só para você saber, soltei Nathuriel a algum tempo e ele já monta um pequeno exército para ir atrás da garota, ops. — O demônio levou a mão até a boca. — Minha parte no trato já foi paga.

— Você me enganou. — Estefan soco o vento praguejando.

— Não aprendem nunca. — Lucifer gargalhou.

Vic deu um passo atrás apavorada e acabou fazendo barulho ao pisar em um galho, sem conferir se eles haviam lhe reconhecido ela abriu suas asas e voou o mais rápido que conseguia para longe dos dois.

Marcas em Sangue   [Em Revisão]Where stories live. Discover now