Capítulo 7 - Stalker (parte 4)

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O demônio caminhou vagarosamente em direção à Luke que se encontrava em estado de choque olhando para os restos da mãe. Nathuriel o observou e sorriu enfiando o dedo na ferida que havia feito antes no rosto do garoto, porém ele não gritou, nem demonstrou nenhuma reação, estava imóvel.

— Droga, esse não vai nem me divertir. — Ele resmungou irritado.

— Deixe ele em paz. — Sophie gritou.

— Não se preocupe, a morte dele será bem rápida. —   O demônio projetou uma espécie de espada. — Não vou nem devorar ele, quero deixar espaço para o prato principal. — Ele piscou para a garota.

Sophie tentou visualizar o demônio queimando, foi em vão. Tentou novamente projetar sua aura, em vão. O demônio ria como se soubesse o que ela estava tentando. Ele se virou novamente para o garoto, ergueu a espada e a desceu rapidamente.

— Não. — A garota gritou e se impulsionou para frente.

Não pensou em nada, apenas que não poderia deixar Nathuriel matar Luke. O demônio fez um corte profundo, mas não foi no garoto, Sophie havia se soltado e se posto em frente ao golpe tão rápido foi ferida no lugar do namorado.

A espada projetada por Nathuriel se dissolveu, ele entortou a cabeça para o lado e sorriu, mas demonstrou surpresa com o ato da garota. Sophie tinha uma luz brilhante muito forte ao seu redor, suas mãos estavam abertas em postura protetora.

— Você é mesmo insuportável. — demônio revirou os olhos. — Não vou matar você primeiro, já disse isso.

Ele socou o rosto de Sophie que se manteve firme, Nathuriel continuou a bater repetidamente na garota que não se movia. A luz que a cercava era como um escudo, porém não era forte o suficiente para impedir os golpes do demônio, mesmo assim ela permanecia firme em frente a Luke.

Nathuriel a pegou pelos cabelos e a lançou para longe, satisfeito com o resultado ele projetou novamente a arma com que planejava dar fim no garoto. Porém ao descer a espada, lá estava Sophie novamente recebendo o golpe.

Impaciente, o demônio chutou a garota fazendo ela atravessar a parede do quarto. Sem esperar ele tentou novamente cumprir seu objetivo, e mais uma vez não obteve sucesso.

— Enquanto eu estiver respirando, não deixarei que o mate. — Ela falou firme.

Nathuriel voltou a bater na garota constantemente, golpe após golpe, cada vez mais irritado ele aumentava a intensidade. Ele a jogou para fora da casa fazendo com que ela atravessasse a janela.

Entretanto, quando foi matar Luke, o garoto não estava mais preso onde o demônio havia deixado. Nathuriel lançou a cadeira longe, estava transbordando ira por estar sendo contrariado.

— Vamos lá, eu vou te achar de qualquer maneira, me poupe o trabalho de ficar te procurando. — Ele disse enquanto procurava.

Quando estava cansado de procurar ele foi até a rua, onde havia jogado Sophie. A garota o esperava com um sorriso vitorioso.

— Perdeu alguma coisa? — Ela perguntou debochando.

— Não me faça perder a paciência.

Sophie apenas alargou o sorriso, seu plano havia funcionado. Enquanto o demônio estava distraído a espancando, ela usou a luz que agia de forma semelhante a sua aura maligna para romper a fumaça que o prendia e camuflar Luke que continuava no quarto, só não podia ser visto pelo demônio.

Sophie não tinha certeza que iria funcionar, mas ela sentiu o impulso de fazer o que fez, como se uma voz sussurrasse cada passo dentro dela.

— Que seja. — O demônio estalou as costas. — Aposto que ele ainda está na casa.

Nathuriel bateu duas palmas e a casa de Luke veio abaixo levantando uma grande nuvem de poeira.

— Luke. — Sophie gritou caindo de joelhos no chão.

— Eu disse, sua estúpida, você não pode contra mim.

O barulho atraiu os vizinhos para fora de suas casas, todos assustados se perguntando o que estava acontecendo, mas com um estalar de dedos o demônio paralisou todos eles.

— Meu pai vai encher meu saco se eu permitir que esses curiosos assistam o nosso show.

— Eu vou acabar com você. — Ela avançou sobre o demônio que desviou como se teletransportasse.

Nathuriel pisou no chão causando uma espécie de erupção no asfalto em baixo de Sophie, erguendo a garota e a atingindo com as pedras que se erguiam sob ela.

Com ela ainda no ar, o demônio a chutou no estômago fazendo que ela fosse parar longe. A garota se ergueu com dificuldade, mas logo foi atingida com um soco no rosto. Mais uma vez Nathuriel pisou no chão e desta vez abriu uma cratera que a garota escapou por pouco de cair.

Ela tentava inutilmente se proteger e revidar os golpes que recebia, estava acabada, sozinha e vencida. Não tinha esperanças de derrotar o demônio, mas resistiria o máximo que conseguisse, devia isso a Luke, ele perdera a mãe e estava morto por sua causa.

— Não tem nem graça, é como se eu lutasse com um humano que aguenta um pouco mais de socos, achei que você seria um desafio.

Ele então levantou os braços fazendo subir novamente os pedaços do chão e os lançou sobre a garota que já tinha cortes e hematomas por todo corpo, não estava se curando tão rápido quanto precisava.

O demônio não lhe dava tempo de se erguer, toda vez que ela tentava, voltada ser golpeada e jogada longe. Já estava prestes a deixar que ele desse seu último golpe, caída de bruços, lançou um último olhar em direção aos escombros.

Nathuriel pisou em suas costas pressionando seu corpo contra o chão.

— Sério, o que Lúcifer viu em você? — Ele a ergueu pelos cabelos. — Meu pai se apega demais a essa coisa de laços familiares.

Ele traçou um símbolo no rosto da garota, um triângulo de cabeça para baixo, sobreposto a uma estrela com nove pontas.

— Eu ouvi uns boatos que você ganhou uma marca quando criança. — Ele passou a língua pelo símbolo. — Agora estou te dando outra, quando eu acabar com você aqui, ainda será minha escrava pela eternidade nas profundezas do inferno.

Ele voltou a jogar a garota no chão, em sua mão surgiu uma espada de prata com rubis cravados no punho, era uma arma infernal.

— Vamos acabar logo com isso.

Nathuriel se preparou para dar o último golpe, porém uma forte luz emanou da garota tapando completamente a visão do demônio que foi obrigado a se afastar.

Quando ele finalmente pôde abrir os olhos foi surpreendido. Lá estava ela, totalmente renovada, sem nenhum vestígio da surra que havia levado, e mais do que isso, Sophie tinhas asas.

— Agora isso vai ficar interessante. — O demônio sorriu.

Marcas em Sangue   [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora