capítulo um

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  era quase dez horas da manhã quando o reitor da universidade assumiu seu lugar no auditório, anunciando para que todos se sentassem. eu não sabia o porquê de estar no auditório, geralmente quando isso acontecia, algo sério havia rolado. e como eu previa, o sr. avery começou a dizer que era uma perda terrível, ele lamentava muito mas logo eu me dei conta do que era, uma garota do terceiro ano de economia havia sido encontrada terrivelmente assassinada, no gramado da própria casa. como a cidade era pequena, todos nós ficamos sabendo, até mesmo os detalhes, nós sabíamos mais do que os próprios investigadores. eu me retirei antes do fim daquele espetáculo, eu não conhecia a garota mas ninguém merecia ser morta daquele modo e ainda ser uma atração numa palestra fajuta.

– jo. – ouvi meu apelido mas não sabia de onde estava vindo, era quase verão então as pessoas ficavam jogadas na grama, algumas estudando e outras apenas gastando tempo. novamente meu apelido foi chamado e então identifiquei hero sentado na grama, coisa que não era comum.

– não sabia que ia te encontrar aqui. achei que não podia faltar mais. – hero estava quase estourando suas faltas e ele continuava matando aula, mas não importava no momento, eu estava um pouco assustada com o fato da morte da garota. hero estava quieto, distante, como em muitos dias, mas eu havia pedido que ele não ficasse assim perto de mim.

– o que está pensando? você não está aqui comigo nesse momento, então onde está? – hero não me respondeu, apenas balançou a cabeça, negando minhas perguntas. com um suspiro pesado, me deitei no lençol e olhei para as nuvens, tentando enxergar algum desenho mas minha mente estava bloqueada, eu estava assustada com o possível assassino. hero deitou ao meu lado mas não encarou o céu como eu, estava encarando meu rosto, então eu sorri ao encontrar seus olhos que queimavam quando ele fazia isso. antes que eu pudesse dizer algo ou o encher de perguntas, ele tomou meus lábios para os seus em um beijo lento e doce, o que estranhei de início porque hero era apenas fogo, seus lábios eram hábeis e não calmos. mesmo assim, com o estranhamento inicial, eu me acalmei pela primeira vez após saber da morte repentina.

– dorme comigo hoje. eu estou com medo de acabar como a leslie. – hero concordou e apoiou sua testa contra a minha, me fazendo sentir sua respiração quente.

hero e eu fomos para o meu dormitório, o dele era do outro lado do campus e estava escurecendo quando saímos de lá, eu não queria andar no escuro por nada no mundo, então ele e eu concordamos que meu dormitório por mais que fosse menor que o dele, serviria por aquela noite. havia um toque de recolher agora, apenas como uma precaução a mais para que ninguém ficasse andando por aí a noite. hero e eu estávamos nos conhecendo, não era um namoro e nem mesmo uma amizade, estávamos no meio disso, mas eu não sabia o que ele tanto escondia, o que o levava para outra galáxia em alguns dias específicos, o que o calava, então não sentia que podíamos ter um relacionamento sério, não por enquanto.

– eu queria que conversasse comigo. e, quem sabe, me contar o que está te deixando aflito. – a luz de uma luminária estava acesa, então eu podia ver claramente o rosto de hero, mesmo que o quarto estivesse quase todo escuro. estava óbvio que ele não queria conversar, porque novamente começou a me beijar daquela maneira calma que eu estranhava mas não deixava de gostar, sua mão deixou minha cintura e explorou um pouco abaixo de minha cintura, apertando minha coxa mas hero parecia faminto, o que me deixava um pouco sem graça por não conseguir acompanhar seu ritmo.

– jo, relaxa. você confia em mim, e eu conheço seu corpo. – hero diz como se acabasse de ler minha mente, mas era assim que funcionávamos, eu ficava paranóica e ele me relaxava. em uma tentativa de pegar o ritmo intenso de hero, o beijei até que meu fôlego acabasse, mas antes que eu percebesse, sua mão estava puxando minha calcinha junto com minha calça de moletom. quem estava em chamas era hero mas ele estava me incendiando com seus toques, seus beijos pelo meu corpo, a cada vez que ele encostava em mim, minha pele queimava, ansiava por mais.

[...]

  hero gritou, me acordando imediatamente. ele tinha pesadelos mas nunca me contava sobre eles, a única coisa que o ouvi sussurrando uma vez foi para que me deixasse em paz, então seus pesadelos são comigo mas eu não sei o que é. ele acordou assustado e eu o abracei até sentir sua respiração mais calma e seu coração voltando ao ritmo normal, então ele beijou meu nariz e voltou a dormir, agarrado em mim.

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por hoje, é só. só agradeço a quem está aqui lendo, e caso queira comentar qualquer coisa, me deixará muito feliz. – iza.

Every breath you take | Herophine ∞Onde as histórias ganham vida. Descobre agora