Yes, Daddy! - Fogo!

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Estamos deitados no sofá, um ao lado do outro, e como de costume olhando para o teto, e pode apostar que estamos muito ofegantes.

Sinto sua mão sendo colocada levemente sobre a minha, entrelaço nossos dedos e sorrio de maneira boba. Impressionante como eu me sinto a mulher mais sortuda do mundo por ter esse homem ao meu lado.

- Ei, sabia que eu te amo? - Apolo diz, virando seu rosto para mim.

- Sabia! - Olho de volta para ele e pisco com o olho direito.

- Bom, não era essa a resposta que eu queria ouvir, mas tá bom, pelo menos você sabe não é? - Ele tira sua mão da minha e coloca em cima de sua barriga.

- Seu bobo, eu também te amo! - Abraço ele, o que é correspondido na hora.

- Bom... Vamos subir? Você tem aula amanhã e eu tenho que trabalhar. - Ele diz se levantando e vestindo sua cueca, sem perceber fico o olhando, de boca aberta para variar - O que foi? Porque tá me olhando assim?

- Assim como? - Faço uma cara de desentendida.

- Sei la, desse jeito, com o olhar... Dakotta de sempre.

- "Olhar Dakotta de sempre" - Repito - Espero que isso seja bom - Me levanto e visto a camiseta dele, que estava no chão.

- É bom, só... Eu fico tímido... - Ele confessa olhando para os lados e passando a mão nos cabelos.

- Hahahaha... Tímido? Você? Que piada! Vamos logo, não quero ir dormir tarde.

Subimos as escadas de mãos dadas, e antes de entrar em seu quarto, ele deixa um beijo em meus lábios, o que me faz ficar de olhos fechados por alguns segundos.

- Boa noite, Dak! Eu te amo e...

- Já sei, já sei, qualquer coisa eu te chamo, e eu também te amo.

Ele pisca para mim e adentra pela porta que fica em frente ao meu quarto e a fecha logo em seguida, faço o mesmo, e ao fechar a porta me encosto nela e fico pensando no quanto tudo mudou entre a gente.

Já fazem sete meses que estou aqui e a cada dia venho descobrindo coisas novas, sobre mim, sobre ele e sobre nossas relações... Coisas que eu nunca poderia imaginar que faria, hoje são coisas que eu desejo fazer. Sete meses e meu amor por ele só cresce, as vezes tenho medo de me machucar com tudo isso, mas me sinto segura o suficiente ao seu lado, cada momento é único, e eu não trocaria isso por nada.

Faz sete meses também que estou na escola, fiz dois amigos maravilhosos, Harry e Louis, os únicos que me ajudaram quando cheguei aqui, os únicos que ficaram ao meu lado quando armaram para mim e os únicos com quem eu realmente posso contar, eles são os melhores amigos do mundo inteirinho.

Acordo da viagem em meus pensamentos e vou tomar banho, ainda pensando no que aconteceu na sala a mais ou menos meia hora atrás. Foi realmente incrível.

Assim que visto meu pijama, me deito, tenho aula amanhã e não quero me atrasar, mas só de pensar que tenho que ver aquela gente infeliz me da vontade de não ir.

Sem perceber acabo pegando no sono e sonhando com minha mãe... Eu sinto falta dela, mas não sei se consigo perdoa-la depois de tudo.

06:30 p.m.

- Baby, acorde! - Sinto alguém me chacoalhando.

- Mais cinco minutinhos, mãe... Por favor - Falo, me virando para o outro lado.

- Meu amor, não é sua mãe, e levanta logo, não quero que se atrase para a aula.

- Não vou hoje, estou doente - Finjo um espirro.

- Então ok... - Estranho ele ter desistido tão fácil, ele nunca deixa eu faltar - DAKOTTA, SEUS PATINS ESTÃO PAGANDO FOGO! LEVANTA E VEM VER!

- MEU DEUS ONDE? ONDE? - Acabo por cair da cama no desespero e vejo que não tem nada pegando fogo.

- Hahahaha... - Ele ria com a mão na barriga e com os olhos fechados - Só você mesmo, eu sabia que iria funcionar, agora vai escovar os dentes e trocar de roupa, te espero lá embaixo! - Ele sai fechando a porta

- AI, QUE RAIVA! - Grito me levantando

- Eu ouvi! - Ele grita de volta

- É para ouvir mesmo, que trapaça!

- Para de reclamar, garota! - Ele volta e abre a porta, me encarando por alguns segundos

- "Para de reclamar, garota" - Repito com voz de deboche.

- Mal criada, anda logo!

- Tá, já estou indo, da para se acalmar? - Falo indo em direção ao guarda roupa para pegar meu uniforme.

- Dakotta, são quase sete horas e você tem que estar na escola as sete e meia, então por favor, sem birra!

- Tá bom, eu já vou...

- Acho bom mesmo, e rápido!

- CHATO! - Grito assim que ele fecha a porta.

- Tua sorte que eu te amo!

Sorrio após ouvir essa frase, é importante ele demonstrar o que sente, eu gosto, me sinto especial

E... eu também te amo, Daddy!

Desço correndo com minha mochila nas costas, Apolo está na porta me olhando com a expressão séria, passo na cozinha e pego uma fruta qualquer de cima da mesa.

- Vamos, Dakotta! - Já sei que vou ir ouvindo um sermão de casa até a escola, apenas pelo seu tom de voz.

- Tô indo, tô indo... ESPERA! - Grito da porta para ele que já estava entrando no carro.

- O QUE FOI AGORA?

- OS MEUS PATINS, ESTÃO LÁ EM CIMA!

- NÃO ESTÃO NÃO, EU JÁ COLOQUEI NO CARRO, AGORA ANDA LOGO, PORRA!

- Obrigada por ter pegado eles... Eu não sei o que faria... - Falo dando uma mordida na maçã que peguei.

- Eu sei, me ligaria para mandar o motorista levar, você não vive sem eles... fico até com ciúmes. - Ele diz olhando para a estrada.

- Hahahaha... Ah, para. Tem espaço para os dois aqui, olha. - Aponto para o meu peito.

- Tá bom, vou fingir que acredito, e eu nem preciso falar sobre hoje né? A senhorita vai ir dormir as nove horas da noite, para deixar de ser teimosa e ver se aprende a não se atrasar!

- Mas...

-Mas nada, Dakotta! - Olho emburrada para a janela ao meu lado - Não adianta fazer essa cara de cachorro sem dono que não tem escapatória.

- EU NÃO TENHO CARA DE CACHORRO SEM DONO! - Acabo gritando e cuspindo toda a maçã que tinha em minha boca em sua roupa.

- EU. NÃO. ACREDITO. NISSO. DAKOTTA. - Ele fala pausadamente olhando para a blusa social branca, agora toda cuspida de maçã e em seguida olha para mim

- Me... Me desculpa... Foi... Foi sem querer...

- Tá, eu sei que foi sem querer, mas toma mais cuidado, agora eu vou ter que trabalhar nesse estado e só vou poder trocar de camiseta ao meio dia! Fique mais ligada, não é atoa que sabotam suas coisas e você fica quieta!

Apenas me viro para a janela novamente, fiquei magoada com o que ele disse... Eu preciso ser mais forte, ser mais atenta, ser mais ligada... Mas nunca pensei que ele fosse jogar isso tudo na minha cara...

- Chegamos, boa aula, Dak! Meio dia eu te busco para almoçarmos!

- Tá, tchau! - Saio do carro sem agradecer pelo "boa aula", sem desejar um "bom trabalho" e sem dizer um "eu te amo", como já era de costume.

Fecho a porta e respiro fundo

- É, Dakotta, mais um dia nesse inferno!

Yes, Daddy!Where stories live. Discover now