Yes, Daddy!

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17:15 p.m.

- MAS QUE MERDA, VOCÊ NÃO VAI ME DEIXAR EM PAZ NEM DEPOIS DE SEIS ANOS? – Falo olhando para ele que ainda tinha a arma apontada para mim.

- Eu sempre disse que cumpriria minha palavra, e cá estamos! - Achei estranho o silêncio de Apolo, ele sempre toma a frente e me defende em todas as situações, por mínimas que sejam – Saia desse carro, agora!

Nesse momento um homem alto abre a porta do carro, ele tinha a barba extremamente grande e vestia roupas escuras, em uma de suas mãos tinha uma arma um pouco maior e com a outra mão ele fazia um contínuo movimento para que eu saísse do carro.

- Vamos logo, garota, poupe meu trabalho!

O ar começa e me faltar e eu olho para Apolo, que em seguida me olha e faz que não com a cabeça, e em um momento de distração do homem ao meu lado, ele saca uma arma do porta-luvas e atira em seu braço, o fazendo largar a arma no chão e gritar de dor.

- Se segure! – Após falar isso ele da partida no carro e deixa uma grande nuvem de poeira para trás – Bom, acho que nós realmente teremos que conversar quando chegarmos em casa.

- Sim... teremos...

O resto do caminho é silencioso, nós não trocamos uma palavra e nem o rádio está ligado, posso sentir o nervosismo dele pelo jeito que ele aperta o volante, e pelo jeito com que ele olha para os lados passando a mão em seu rosto nas sinaleiras fechadas.

Eu estranhei o silêncio dele naquela hora, mas nada me assustou mais do que ele ter uma arma guardada em seu carro, quantas coisas sobre ele eu ainda não sei? Eu estou cheia de perguntas, mas acho que esse não é o melhor momento para faze-las.

- O caminho é longo... não vai perguntar o por que de eu ter uma arma? – Ele fala retirando o resto dos vidros que sobraram no espelho do seu lado da porta, que foi atingido com um tiro enquanto saíamos daquele lugar.

- Não acho que esse é o melhor momento de fazer perguntas, e nem sei se essa seria minha primeira pergunta... – Confesso olhando para frente.

- Esse é o momento, acredite... não sei se vai querer olhar me minha cara depois do que eu te mostrar em casa, mas eu irei entender, então vá em frente, me encha de perguntas! – Ele fala autoritário, mas em nenhum momento olhando em meus olhos.

- Tá bom, mas eu quero que saiba que não precisa responder nada se não estiver a vontade – Falo sendo compreensiva.

- Pare com sua delicadeza e compreensão, Dakotta, não é momento para isso! – Me sinto estúpida nesse momento, ele consegue ser racional em momentos assim, ele consegue ser seguro, tanto do que diz e faz, e eu apenas me escondo embaixo de suas asas, dizendo para mim mesma que tudo vai ficar bem, realmente, ingênua e muito inocente.

- Você conhece ele? – Pergunto quebrando o silêncio que tinha se instalado.

- Sim, conheço muitas pessoas... – Ele diz misterioso.

- De onde? – Pergunto curiosa.

- Como disse mais cedo, meu pai vendia drogas... e mais essa merda toda!

- E você não vai perguntar o por que daquele meu surto ou se eu o conheço? – Nesse momento paramos em uma sinaleira e ele me olha fixamente nos olhos.

- Eu sei que o conhece, eu sei da onde o conhece, eu sei como se livrou dele... e eu... eu só lamento por não ter descoberto antes... – Ele diz em um tom de pena – Você poderia ter sido livrada de tanta coisa – Ele fala passando a mão em meu rosto rapidamente e dando partida no carro.

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