Yes, Daddy! - I'm sorry!

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22:30 p.m.

Pov’s Apolo

- COMO ASSIM JOSH É ESPIÃO DE HEITOR? – Pergunto indignado andando de um lado para o outro dentro daquele escritório.

- Calma, Apolo... – Dakotta chega perto de mim e pega em meu braço.

- Me deixa quieto! – Por um impulso empurro ela sem querer e a mesma cai sentada no pequeno sofá.

- Apolo, se controle! – Louis diz indo até ela.

- COMO VOU ME CONTROLAR? ME DIZ! ELA SÓ ME TRÁS PROBLEMAS, E EU TENHO QUE RESOLVER TODA ESSA MERDA COLOCANDO A VIDA DE TODO MUNDO EM RISCO! – Falo jogando as palavras para cima dela, e me arrependendo na hora de ter falado tudo - Me diz o que mais você sabe! – Falo suspirando fundo, e direcionando meu olhar a Louis.

- Eu disse a eles que tinha um irmão gêmeo e... – Ele conta toda a história detalhadamente, e sem deixar de fora o tanto de vezes que quase se cagou de medo.

...

- Já está tarde... nós vamos indo lá – Harry fala se despedindo de Dakotta que está cabisbaixa no sofá, por culpa minha, eu sei.

- Tudo bem... amanhã vejo vocês na empresa, e quero que vão direto a minha sala, não troquem uma palavra com Mike! – Falo abrindo a porta para eles.

- Tudo bem, boa noite Dak – Louis grita para ela, que só acena com a cabeça – Cuide dela... – Ele fala baixo e da as costas pegando na mão de Harry e entrando no carro de Charlie, que os levaria para casa.

Sem olhar para ela, subo as escadas e vou para o banho, talvez tenha sido o banho mais  demorado da minha vida, mas foi onde eu chorei, por medo de perder Dakotta, foi onde eu fiquei com raiva, de Mike, de Heitor e de mim mesmo, onde eu quis me esconder, correr, gritar e espernear, para ver se tudo isso passava, e foi também onde eu me perguntei quando tudo isso iria acabar e se algum dia eu vou poder ser feliz com Dakotta, longe disso tudo e sem medo de um psicopata matar um de nós, ou todos nós.

Pov’s Dakotta

Vejo Apolo subir as escadas sem olhar para mim, espero ouvir o barulho de sua porta fechando e subo para meu quarto, indo para o banho.

Tiro minha roupa e me olho no espelho enquanto a água esquenta, vejo uma menina completamente perdida, sem rumo, sem chão, se estruturas e muito menos sem saber o que fazer, meu olhar transmite insegurança e medo, e sem contar nas olheiras que estão surgindo em meu rosto.

Entro debaixo do chuveiro e me permito chorar, deixo que a água do chuveiro leve para o ralo tudo o que está me corroendo, a minha incerteza, a minha insegurança e as minhas dúvidas. Soluçando consideravelmente alto, fecho o chuveiro e me enrolo na toalha, saio do banheiro a procura de um pijama e dou de cara com Apolo sentado em minha cama.

- Pode sair, por favor? – Falo abrindo o guarda-roupa.

- Não, eu quero conversar com você... – Ele fala calmo, e mesmo sem olha-lo, consigo sentir seu olhar sobre mim, sobre meu corpo, me deixando quente e irritada ao mesmo tempo.

- Eu quero que saia daqui! – Me visto rapidamente, na esperança de que ele não me visse.

- Dakotta, não complique as coisas... – Ele fala se levantando.

- Complicar? Eu complicando as coisas? Bom, parece que é só isso que eu estou fazendo ultimamente, lhe dando trabalho e complicando as coisas – Falo em um tom irônico.

- Eu queria pedir desculpas... – Ele fala se aproximando.

- Desculpas pelo que? Por falar a verdade? Pelo empurrão? – Pergunto com os olhos marejados.

- Dakotta... calma, conversa comigo, por favor – Ele fala chegando mais perto.

- CONVERSAR? VOCÊ QUER CONVERSAR? – Me exalto deixando as lágrimas escorrerem – EU ESPEREI QUE VOCÊ FOSSE ME ABRAÇAR E DIZER QUE ESTAVA TUDO BEM, OU QUE FODERIAMOS E PRONTO, MAS VOCÊ DECIDIU JOGAR TODA ESSA MERDA NA MINHA CARA!

- PARA DE GRITAR, PORRA! JÁ PEDI DESCULPAS, EU NÃO QUERIA DIZER AQUILO, MAS QUE CARALHO, PARECE QUE NÃO ENTENDE NADA! – Ele fala no mesmo tom que eu.

- Quem não entende nada é você! – Cuspo as palavras para ele, deixando as lágrimas caírem com mais velocidade e a raiva tomar conta de mim.

E em um momento de loucura, avanço nele dando socos em seu peito.

- VOCÊ É UM MERDA! EU TE ODEIO!

Era as únicas coisas que eu repetia enquanto batia nele, ele por sua vez, não fazia nada, não revidava, não ia para trás e não falava nada, deixava eu bater em seu peito com lágrimas em seus olhos, mas sem deixa-las cair.

Por um instante minhas pernas fraquejam e eu caio de joelhos no chão, mostrando a ele que eu sou fraca, que não suporto mais isso, e que eu não consigo suportar os pesos de todas as consequências.

- Já terminou? Já fez o que tinha que fazer? – Ele se abaixa em minha frente e se senta no chão – Já deu seu showzinho? Ou quer me bater mais? Eu deixo, se isso vai lhe fazer melhorar, eu deixo. Se isso de alguma forma alivia você, pode me bater, Dakotta!

Olho para ele ainda chorando, sem saber o que falar, na verdade sem ter o que falar, suas palavras rodam minha cabeça e eu não consigo processa-las bem. No próximo instante e sem entender nada, estou sentada no colo dele, com ele afagando meus cabelos e me apertando cada vez mais ao seu corpo.

- Vem cá, minha menina, vem cá... – Ele me aperta mais a si mesmo e acaricia meu rosto.

- Eu... eu te odeio... – Falo gaguejando e com as poucas forças que tenho o abraço forte.

- Eu sei disso – Ele fala baixo – Apenas me perdoe, por favor – Sua voz é de culpa, de remorso, de pena e de piedade, a voz dele sai como uma suplica.

Eu não o respondo, apenas o aperto mais e continuo molhando sua camisa com minhas lágrimas, eu chorava muito, soluçava alto, e a falta de ar era nítida e mim. E sem dizer mais nenhuma palavra, ele consegue me acalmar, apenas com seu aperto e com um leve carinho em minhas costas, o sinto mexer-se abaixo de mim, e suas grandes mãos me pegam no colo, me levando até a cama e cobrindo meu corpo.

Um beijo é deixado em minha testa e eu fecho brevemente os olhos, escutando ele se distanciar e seus passos ficarem cada vez mais baixos.

- Fica aqui comigo... – Falo baixo indo mais para o lado na cama.

- Tem certeza? – Ele pergunta e eu faço que sim com a cabeça.

A porta é encostada e ele se aproxima novamente, afasta a coberta e se deita ao meu lado, sem me olhar e sem falar nada ele se cobre e fica olhando para o teto.

Decido tomar a iniciativa e de me aproximar, deito minha cabeça entre seu pescoço e seu ombro, e colocando minha mão por dentro de sua camisa, acaricio seu peito antes surrado por mim.

- Me... me perdoe – Falo baixo.

- Durma... – Ele fala pegando em minha mão e entrelaçando nossos dedos.

- É sério, me perdoe – Falo apertando sua mão.

- Está tudo bem, agora durma! – Sinto a barba rala de seu queixo sendo roçada levemente em minha testa.

Sem o responder, ou insistir mais por perdão, acabo dormindo em seus braços, e não importa o que aconteça eu sempre volto para ele, sempre para o mesmos braços, sempre para o mesmo aperto, sempre para o mesmo calor, e a verdade, é que eu o amo.

Yes, Daddy!Onde histórias criam vida. Descubra agora