Yes, Daddy!

Yes, Daddy! - Yes, Apolozito!

21:40 p.m.

Assim que Harry sai do banho e seca seus cabelos, descemos para a sala e ficamos conversando sobre coisas aleatórias da escola enquanto Apolo pede a pizza.

- Lembra daquele dia que a Dakotta caiu na escada da escola e ficou com a bunda cheia de terra? - Louis diz botando a mão na barriga de tanto rir.

- E aquela vez que ela escorregou no jogo de lacrosse e caiu de 'cara no gramado - Harry diz acompanhando Louis nas risadas.

- Seus palhaços, parem com isso - Olho para Apolo que está rindo com uma das mão apoiada bancada e a outra segurando o telefone em sua orelha.

- Dakotta? Qual sabor?

- 4 queijos!

- Harry, qual sabor?

- Deixa-me pensar...

- Vamos logo, a moça não tem a noite toda!

- Que nervosinho... – Harry diz revirando os olhos.

- Nervosinho você vai ver aqui ó – Apolo pega em seu 'saco e o balança para Harry - Se continuar de gracinha.

- Criança, eu quero de calabresa.

- Tá bom, Louis? Vai querer de abacate, anjo?

- Não enche, Apolo. Pode ser uma mexicana, com bastante pimenta!

- Meu Deus... tá bom...

Ele continua falando com a moça pedindo algum refrigerante e dando o endereço, assim que termina o pedido guarda o celular no bolso de sua calça e me olha com um sorriso no rosto, sem ele precisar falar nada eu consigo escutar ele sussurrando "eu te amo, Dak" em meu ouvido, eu apenas sorrio docemente de volta esperando que ele receba o meu silencioso "eu também te amo, Daddy"

- O CIRCO - Ele grita chamando nossa atenção enquanto caminha até a sala - As pizzas chegam em 40 minutos.

- "As" ? - Repito olhando para ele.

- Sim, do jeito que esses dois são esfomeados... comem uma inteirinha sozinhos - Apolo fala e senta no sofá ao meu lado - Mas e aí, vão me explicar o que aconteceu na escola hoje?

- Hmmm... - Falo incomodada, não me sinto a vontade com esse assunto, eu realmente estava fora de mim.

- "hmm" nada, Dakotta! - Apolo diz me olhando de cara feia.

- Foi assim, estávamos indo pegar a comida, aí a menina falou mal da roupa da Dakotta e lhe chamou de "gostosinho", aí ela desceu o cacete na garota - Louis fala com um tom orgulhoso.

- E eu não sou gostosinho? – Apolo fala olhando para mim com as sobrancelhas levantadas, como se estivesse dizendo algo óbvio, que na verdade era óbvio.

- Sim, é. Mas não para o bico dela! Aquela sonsa desmiolada! – Falo encarando a porta e relembrando do que aconteceu na escola.

- Não foi isso que eu lhe ensinei, era para ter atirado a comida na roupa dela, ela iria sofrer bem mais – Harry diz olhando para seu pijama de ursinhos azuis e cor-de-rosa.

- Por um lado foi bom que você aprendeu a revidar, mas pelo outro... tem uma coisa que não contamos – Louis diz olhando para Harry que imediatamente abaixa a cabeça entre uma de suas mãos - Bom, ela quebrou o nariz... na verdade, você quebrou o nariz dela! – Louis completa.

- Meu Deus... – Abaixo a cabeça me sentindo muito culpada.

- Ei, 'tá tudo bem, ok? Pense que ela mereceu e que não havia outra alternativa a não ser revidar – Apolo fala me abraçando de lado, tentando tirar os pensamentos ruins da minha cabeça.

...

- 'To morrendo de fome, cadê essas pizzas? – Louis reclama se deitando no sofá com a cabeça no colo de Harry – Faz um carinho aí, Hazz...

- Ei, só eu posso chamar ele assim! – Falo brincando estar brava com ele.

- Ata né, era só oque me faltava.

...

Estávamos batendo um papo muito louco sobre um dia os meninos conseguirem realizar o sonho deles de ser cantores famosos quando de repente, todas as luzes da casa se apagam.

- AAAAAAAAAAAAAA – Harry grita e pula para o colo de Louis.

- Calma, Harry, é só uma queda de energia – Louis tranquilizava ele afagando seus cabelos.

- Fiquem aqui, eu vou ver se a chave do transformador não caiu – Apolo diz se levantando.

- Toma cuidado, por favor...

Já tinha uns 15 minutos que Apolo estava na cozinha com a lanterna de seu celular tentando fazer com que a luz voltasse, quando do nada a campainha tocou fazendo todo mundo dar um pulo de susto.

- Dakotta, abre lá por favor, e pega as pizzas. Já está pago – Apolo fala da cozinha, alto o suficiente para eu ouvir.

- Tudo eu nessa casa, tudo eu... – Caminho até a porta e a abro – Boa noite!

- Boa noite, querida...

Flashback on ~

- Boa noite, querida!

- Sai daqui, por favor, vá embora! – Implorava chorando para ele.

- Você sabe que eu não vou tão cedo... pare de suplicar por algo que não terá nunca, meu bem!

- Você é nojento! Cadê minha mãe? MÃEEEE... SOCORRO ME AJUDA!

Gritava desesperada, não sabia oque fazer, só sabia pedir por socorro e gritar, gritar como se não tivesse amanhã e gritar na esperança de alguém me ouvir e me tirar das mãos desse homem.

Eu não sei exatamente como isso começou, mas ele disse que me quer, e que não vai parar até me ter.

- Só pela sua má criação, irá ficar sem jantar, garota inútil!

A última visão que tenho é de sua cinta sendo tirada das suas calças e sendo levantada, desmaio no primeiro impacto e acordo só no outro dia, sem forças para andar, para falar e muito menos para me levantar daquele chão imundo. Vejo uma barata correndo ao meu lado para debaixo da cama e fico pensando no que eu fiz para merecer isso, para merecer apanhar desse jeito, para merecer uma mãe que vê tudo e que deixa isso crescer dentro da casa dela, com a filha dela, e para merecer estar nessa situação, vendo baratas correndo ao meu redor.

Flashback of ~

- DAKOTTA? – Ouço Apolo gritar da cozinha.

- O que foi? – Continuo a encarar esse homem, ele me parece tão familiar, mas a casa está escura e esse boné que ele está usando não me ajuda a identificá-lo.

- O moço está lhe chamando a mais de cinco minutos e você fica encarando ele igual uma doente! Pegue logo essas pizzas antes que esfrie!

- Oh... desculpe... – Pego as pizzas e o refrigerante, assim que ele encosta sua mão na minha para me alcançar a nota de todos os pedidos feitos, as luz volta, me fazendo ver quem era...

E infelizmente

Era ele...

Acho que ele sabe que eu o reconheci, pois quando as luzes voltaram iluminando seu rosto ele correu para moto e foi embora o mais rápido possível.

- Ei, está tudo bem? – Louis pergunta me ajudando a carregar as coisas.

- Está sim! Porque não estaria? Estou com meu namorado, com meus melhores amigos e vou comer a melhor pizza do mundo! Impossível não estar bem!

- Você é um amor, nós te amamos! – Harry diz me abraçando.

- Eu também amo vocês. Todos. – Falo retribuindo o abraço.

- Tá, chega disso! Vamos comer logo! – Apolo diz, já sem paciência.

- Yes, Apolozito!