Obsessão

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Nicole 🎀

Cami: Hoje de madrugada que iremos ir embora, a única pessoa que sabe é o Metralha.- Encarei ela.

Nicole: Vai dar tudo certo.- Sorri olhando pra ela, que concordou respirando fundo.

Alguém bateu na porta e eu fiz careta, sai e minha mãe veio atrás, ela sentou no sofá abrir a porta fazendo careta e vi um dos meninos da segurança que eu tinha tirado brincadeira esses dias, ele me encarou e eu dei os ombros.

- Aí, tô te convocando pra subir e treinar uns bagulho, bora.- Eu ri.

Nicole: Tá maluco? - Ele negou.

- Metralha me mandou, porra.- Eu revirei os olhos.- Tu precisa aprender a se proteger.

Nicole: Não confio em você.- Encostei na porta.

- Aí vai te fuder, garota chata mané, cê tá maluco.- Resmungou pegando o raidinho e eu ri, logo escutei a voz do Metralha que pedia pra eu ir com o menino, balancei a cabeça e ele me encarou feio.

Nicole: Vou me trocar.- Falei deixando a porta aberta e dando as costas.

Procurei a roupa mais leve que eu tinha, pra isso dessarumei uma das bolsas rapidinho, quando sai, avisei a minha mãe e fui vendo que o menino esperava na porta, enquanto mexia no celular e rodava a chave da moto na outra mão.

Ele me olhou de cima a baixo e negou com a cabeça, subiu na moto e eu subi atrás, logo pude notar alguns olhares sobre a gente, de alguns vizinhos dali e até mesmo, de homens que faziam parte da segurança da casa, me senti incomodada, claro.

Mas logo chegamos em um lugar que eu nunca tinha vindo no morro, era uma laje alta pra caralho que tinha muito bem toda a visão do morro, fiquei observando ali por maior tempão e sorrindo, até o outro acabar com a graça.

- Tira uma foto que dura mais.- Encarei ele.

Nicole: Nossa, você é pique criança chata.- Ele sorriu de lado, me esticando uma arma.

- Já pegou em uma? - Concordei com a cabeça.- Então tá ligada né?

Assenti, pegando a arma e me posicionando, ele me orientou direitinho, falando várias coisas e eu realmente escutei com muita atenção. Ele parou atrás de mim apontando pela minha visão o que eu deveria fazer e eu fiquei escutando, quando ele mandou eu atirar na latinha, tentei posicionar o máximo e atirei, vendo a latinha caindo no chão.

- Boa! - Saiu de perto de mim.- Tenta posicionar mais pro meio, apoio das duas mãos e a mira mais precisa que puder.- Falou fazendo gestos.- Tenta de novo.

Fiz tudo o que ele disse, quando apertei o gatilho, a bala passou nem perto da outra latinha, o que ele fez rir.

- Tu é burrona ein, fia.- Eu olhei pra ele rindo.

Nicole: Você me deixou nervosa.- Gruni.- Qual seu nome mesmo?

- Leozin.- Falou se aproximando de mim e ficando por trás novamente, praticamente colou seu rosto no meu e foi me orientando.- Tá vendo? Vai de acordo com a mira dos olhos cara, mesmo que tu ache que vai errar, segue essa linha. Tu acerto a outra de raspão, consegue acertar essa outra no meio agora, caraí.

Puxei o gatilho, acertando em cheio dessa vez, comecei a rir e ele se afastou um pouco de mim, mandando eu focar na outra, atirei não tô no meio, mas ainda consegui derrubar.

Leozin: Agora aumenta o ritmo, jae? Tenta derrubar as cinco mais rápido.- Falou colocando outras latinhas.- Se liga, não precisa se desesperar, nem ir na velocidade da luz, só atirando com pouca pausa.

Nicole: Ok.- Falei respirando fundo e apontando a arma.

Leozin: Vai! - Fui derrubando as latinhas o mais rápido que deu, no fim sobrou apenas duas e ele puxou meu cabelo.- Valeu, deu bom.

Nicole: Já posso te matar? - Falei animada e ele riu.- Você acha que ele tá vivo?

Leozin: Não sei, o mano é imprevisível.- Falou colocando duas cadeiras ali, bem de frente pra vista e eu sentei, vendo ele sentar também.

Nicole: Eu tenho medo a cada segundo por isso, ele é maluco. Você tinha que olhar pra ele no dia da invasão, ele tava simplesmente surtando.- Olhei pro garoto, que olhava pra frente.

Leozin: Tá ligada que algumas dariam de tudo pra tá no teu lugar ainda? - Eu concordei com a cabeça negando e ele riu.- Tem uns mundo que é diferente demais.

Nicole: O foda é algum se submeter a tudo por dinheiro.- Olhei pra frente.

Leozin: É pô, mas nem sempre a gente pode julgar.- Me olhou e eu olhei pra ele, novamente.- Algumas pessoas fazem as paradas pro necessidade, só não admitem nem nada.

Nicole: Eu sei o que é isso.- Sorri de lado.- Complicado viver.

Metralha: Opa! - Olhamos pra trás e ele subia ali com uma cara estranha.

Leozin: Qual foi menor.- Metralha deu um tapa na cabeça dele.

Metralha: Treino ou trocar papo? - Encarei ele.

Nicole: O que a gente quiser.- Brinquei e ele me encarou feio pra caralho.- Calma, amigo.

Leozin: Bora, maluca.- Falou levantando a passando a mão na cabeça.- Vou pegar o bagulho ali.

Me levantei ficando de frente pro Metralha, ele me encarou e olhou pra minha boca, ainda de braços cruzados, desviei do seu corpo e ele puxou minha cintura, beijando minha bochecha.

Nicole: Você sabe que se o Terror tiver vivo, muita coisa vai chegar no ouvido dele, para caralho! - Falei puta.- Não dá, Metralha.

Ele me encarou bolado e se afastou, logo o Leozin voltou com um negócio de treinamento onde era pra acertar os alvos e eu amarrei meu cabelo, me concentrando e fiquei ali sendo orientada por ele, enquanto via a cara feia do Metralha, principalmente quando o Leozin ficava muito perto.