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Metralha ⛓

Acordei cedo pra caralho após ter enchido a cara ontem e só ido dormir de quatro da manhã, me acordei de seis todo bolado, papo reto, mas eu tinha escolha?

Mandei só mensagem pra Nicole falando que jaja brotava, tomei banho e café na força do ódio, quando parei na porta da casa dela, ela sorriu, fazendo careta.

Nicole: Desculpa, mas você me prometeu que iria comigo.- Falou sorrindo.

Metralha: Nada não, pô.- Ela montou na garupa e segurou, sai do morro rapidinho e logo parei na clínica, clandestina mas era a mais segura, ela desceu e ficou travada ali, olhando.- E aí?

Nicole: Eu não aguentaria olhar pra essa criança e saber que ela foi fruto de um momento de ódio na minha vida.- Respirou fundo.- É difícil demais isso, nossa.

Metralha: Não tenho nada pra te falar! - Falei sincero, desviando o olhar.

Papo reto, não ia falar nada, nem minha opnião nem nada, se ela quis vim ela já tinha decidido, só estava com medo agora! Era um bagulho totalmente dela, não tinha direito de falar nada e sabia disso, mesmo achando errado, a escolha não era nem de longe minha.

Ela estendeu a mão e eu segurei a mão dela, juntando e puxei ela pro meu lado. Entramos na clínica, ela falou com a mulher da recepção e iríamos ter que esperar uma galera que já tava lá dentro sair. Então sentamos no sofá e ela deitou a cabeça no meu ombro, ainda sim não soltando minha mão, mas tava toda nervosa.

Metralha: Cê tá maluco, o nosso próximo assalto vai ser assim, só que muito melhor.- Falei tirando a atenção dela e fazendo ela olhar pra tv.

Nicole: Mas assaltar banco não é um dos bagulhos mais perigoso? - Falou me fazendo olhar pra ela.

Metralha: Depende de como se faz.- Balancei a cabeça.- Porque pô, se tu vai assaltar um bagulho que chama muita atenção, tu não vai de cara, tá ligado? Tem todo um plano, tu pensa numa distração, tu pensa em atrasar os cara, em planos de fugas que tem que ser 100% certos, essas porra toda.- Ela sorriu.

Nicole: Entendi, mas o menos quanto cada um lucra? - Falou interessada.

Metralha: Depende de quanto a gente pega e o tempo é tudo muito limitado. Terror e eu vem bolando esse plano faz muito tempo, ele saiu e deixou algumas partes faltando, mas boto fé que eu consigo ajeitar.

Nicole: Eu posso ajudar, né? - Neguei.- Qual é, odeio trabalhar no bar, os cara são chatos pra caralho e me tratam como uma puta, não dá.

Metralha: Arruma outro bagulho, mesmo que tu quisesse entrar nisso, teria que provar que realmente vai ser muito útil pra ser encaixar.- Falei olhando pros lados.

Nicole: E eu posso provar, você me dá uma chance e a gente vê, eu só quero dinheiro.- Me encarou.

Fiquei calado e ela mordeu meu ombro, coloquei a não no rosto dela e ela riu desviando. Esperamos mais um tempinho até que chegou a vez dela, ela não soltou minha mão por um minuto, enquanto fazia os exames finais e tudo mais.

- Bom, existem chances de você perder a capacidade de ter outro filho.- Falou olhando os papéis.

Nicole: Essas chances sempre existem.- Ele concordou.

- Mas no seu caso, é de oitenta por cento.- Olhei pra ela que engoliu no seco.

Ele começou a explicar mil paradas ali que me davam sono, mas a Nicole prestava atenção e perguntava várias coisas também.

Ele deu um tempo pra ela pensar se realmente iria querer e ela só me abraçou, beijei a cabeça dela e continuei quieto, até ela decidir que realmente iria tirar o filho, mesmo com os riscos. E aí, começou todo processo.

ObsessãoWhere stories live. Discover now