Prólogo.

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Lágrimas e sangue pingavam da poltrona preta, gotejando ao chão.

Aurora estava ali, quietinha, não tinha mais forças para lutar, e não tinha como lutar contra Voldemort. Agora tinha aceitado seu novo destino, olhava para seu braço esquerdo, aonde a Marca Negra marcava sua pele branca, uma permanente lembrança de quem era, de quem deveria ser leal.

Voldermort tinha terminado com ela, e agora dava algumas palavras para os Comensais de como a nova geração era o futuro para o novo mundo. A dor era muita, Aurora não conseguia se focar em palavras. Desviou os olhos por um momento da Marca Negra, olhou Draco, no canto da sala com sua família. Ele tinha conseguido parar de chorar, e seus olhos estavam pesarosos para ela.

Não tinham como falar nada agora, não tinham como se consolar, não tinham como se abraçar, não tinham nem como ajudar Pansy e Oliver que agora entravam na sala, enquanto Aurora era tirava da cadeira por seu pai e arrastada até o canto da sala.

Os irmãos Parkinson olharam envolta, sabendo o que os esperava ali, assim como Aurora sabia. Nem por isso o destino mudou. Logo, a sala se encheu de gritos mais uma vez.

Mais sangue, mais lágrimas.

Blasio entrou por fim, tão trêmulo quanto qualquer um, e a historia se repetiu.

Sangue, lágrimas, gritos.

Quando todos estavam marcados, não havia mais nada o que fazer. Voldemort deu algumas palavras sobre lealdade que eles não conseguiram prestar atenção, e logo, foram liberados. Aurora tentou se aproximar dos amigos, mas não pode, seu pai a agarrou pelo braço e no mesmo momento tinham desaparatado, do mesmo jeito que as outras famílias tinham feito.

Quando sentiu os pés firmes no chão, não conseguiu ficar de pé e caiu no chão da sala, ajoelhada. Seu corpo estava fraco, estava em uma dor terrível, sua cabeça girava.

- Querida... - Tereza se aproximou.

Aurora não tinha a ouvido, sua cabeça doía de mais para ouvir algo direito, mas viu a mão de Tereza se aproximando. E então, seu corpo inflamou com uma raiva descomunal.

Eles tinham a obrigado a ir, eles tinham a obrigado a fazer aquilo, tinham a vendido para o Lord e agora ela teria que obedecer ou ser morta, ela teria que obedecer, ou nas palavras do proprio Voldemort "A cabeça de Draco em uma bandeija de prata".

Como pais podem se sentir bem ao ver filhos se machucando e sendo usados daquela maneira? Isso não era certo! Aurora não conseguia engolir aquilo!

No mesmo segundo todo seu corpo queimava de raiva. Não podia revidar contra Voldermort, mas podia revidar ali.

- Não chegue perto de mim! - Desferiu um tapa contra a mão que se aproximava, se colocou de pé em um pulo. - Não cheguem perto de mim! Não toquem em mim!

Saiu apressada em direção ao quarto, indo o mais rapido que seu corpo cansado conseguia correr. As lágrimas voltaram, mas agora não era só de dor.

Havia sim a dor, claro. Mas agora tinha raiva, odio profundo, um sentimento sujo de terror e desejo de vingança, sentiu seu corpo todo queimar com o sentimento, sentiu sua boca se encher do veneno de cobra.

Parou dentro de seu quarto, de porta fechada. Ficou um momento parada ali, completamente paralisada. Tirou a capa e olhou o braço esquerdo, aonde a Marca Negra estava. Toda sua pele estava irritada e vermelha, sangue saia da Marca recém feita, e tudo ardia como o inferno. Mas ao inves de se sentir mal, ela sentiu o odio crescer.

Não precisava ter os amigos ali do lado para saber que cada um deles sentia o mesmo que ela, o exato sentimento que ela estava tendo neste exato momento.

Se sentia suja, amaldiçoada, a mais terrível escória da terra. Sentia traição, se sentia como uma mercadoria de troca barata. Sentia raiva, o mais puro ódio passando por cada cantinho de seu corpo, podia sentir esse ódio acertando cada ponto de seu ser e a colocando em fogo.

Pensou sobre isso, os cinco queimando de raiva juntos, cada um em sua casa. O pensamento a fez se irritar ainda mais, e seu corpo esquentou de odio. Fechou a cara, sabendo exatamente o que vinha a seguir.

Não tinha ninguém ali por ela, ninguém para a abraçar e dizer que iriam ficar bem, estava sozinha, por isso, teve que clamar sozinha.

- Ele vai me pagar caro por isso. - Aurora murmurou baixinho em lingua das cobras. - Salazar Slytherin, meu mais nobre ancestral... Aonde quer que esteja no mundo dos mortos, olhe por mim, me empreste sua força e seu poder.

Levantou os olhos, olhou o espelho de corpo todo, muito seria. Viu seu reflexo a olhando de volta. Uma garota com o futuro manchado de sangue e magia negra, uma garota vendida pela própria família. Só havia uma pessoa naquela família para quem ela poderia clamar por ajuda:

- Olhe para mim, Salazar Slytherin, olhe para sua ancestral, aquela que achou seu tesouro, aquela que criou um Basilisco, a digna de seu reino. Eu sou Aurora Slytherin, e eu vou fazer todos conhecerem meu nome, eu vou trazer gloria para nosso nome do jeito certo. Então, mantenha seus olhos em mim, Salazar, observe meus passos, e vai me ver triunfar. Eu vou me vingar de meus inimigos, eu juro por nosso nome. Eu vou cortar a cabeça do Lorde das Trevas, e a colocar em uma bandeja. Eu vou a carregar como um trofeu, e todos vão lembrar de meu nome até o fim do mundo.

🐉

Oi pessoal, bem vindos!

Esse segundo livro ainda está no processo, então talvez os capítulos demorem um pouquinho, sejam pacientes.

Muito obrigada a todos que vieram e que estão gostando da história, significa muito pra mim.

Slytherin Heir 2: Mestres De Esmeralda - Draco MalfoyOnde as histórias ganham vida. Descobre agora