1- L'INIZIO DELLA FINE (O começo do fim)

1.1K 142 1.6K
                                    

Obs: Caccini se pronuncia com som de "Cattini".

"Eu amo vocês dois, Lucrézia e Matteo! Eu amo mais do que amo a minha própria vida

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.

"Eu amo vocês dois, Lucrézia e Matteo! Eu amo mais do que amo a minha própria vida. Nunca suportaria perdê- los também, por isso estou me rendendo. Mas não quero que os dois sintam-se culpados. Entendem isso, não é, bambinos? Não importa o que aconteça ou quanto tempo demore, quando um vulcão entra em erupção é sempre devastador. E, lembrem- se, meus netos, nós somos descendentes do deus Vulcano. Podemos passar até séculos esperando a hora de explodir. Todavia, quando chegar a hora de deixar o fogo que há dentro de vocês queimar, eu tenho dó daqueles que ficarem no caminho de vocês dois. Me prometam que quando for hora certa, vocês destruíram nossos inimigos."

        Essas foram as últimas palavras do meu avô e, mesmo depois de doze anos, ainda ecoam na minha cabeça. São as mesmas palavras em que me apoiei para não desistir dessa merda de vida. Não poderia nunca decepcionar o senhor Francesco Caccini, meu avô e um dos melhores e únicos homens bons que conheci.

       Toda vez que me lembro de suas palavras uma dor forte me corta o peito, me dilascera. Ela dói mais do que qualquer dor física. As lembranças da minha família feliz e completa, por mais vagas que sejam, aquecem meu coração. Sinto tanto falta deles, falta da paz e da segurança que sentia ao lado dos meus familiares amados.

       Ah, Lucrézia! Mas você é muito apegada ao passado, blá, blá, blá... É claro que sou. Há doze anos, tinha uma vida quase perfeita. Era a princesinha do vovô, tinha a minha mãe comigo, minhas preocupações se resumiam a não me atrasar para aulas de metalurgia e ourivesaria com o vovô e brincar o dia inteiro com Matteo.

        Com oito anos, já era uma menina teimosa, arteira e cheia de opiniões, que era neta do homem mais poderoso da máfia milanesa. Sim, meu avô era o grande Don da Máfia, ele comandava o Conselho do Cinco. Nossa famiglia, os Caccini, fazem parte da realeza da máfia na região da Lombardia. Nós éramos ricos, poderosos, respeitados e temidos, é claro.

       Ser temido quando se vive dentro da máfia é necessário para que sua cabeça permaneça no lugar. Bem, era isso que Francesco sempre me dizia, mas comigo e Matteo o vovô era um senhorzinho fofo, carinhoso e dedicado à família. Além de ser extremamente inteligente e culto, ele adorava todo tipo de arte, dentre as suas principais fascinações, destacam-se a mitologia greco-romana e todo tipo de fabricação que envolvesse metal. O que era ótimo, já que o negócio de fachada — sabe, aquele para encobrir o fato de ganharmos dinheiro distribuindo e controlando a venda de heroína, cocaína, metanfetamina e todo tipo de droga que entrava e saia da Itália, e outras coisas ilegais, se e que me entendem — era um rede de joalherias que possuía o mesmo nome da minha família: Joalherias Caccini. Havia uma basicamente em toda grande cidade italiana.

        Como Don, o senhor Caccini era, sem dúvidas, um excelente líder, daqueles incríveis mesmo. O poder e domínio do Conselho dos Cinco sobre Milão triplicou enquanto os Caccini estavam chefiando. Fazia quase um século que minha famiglia comandava e, modéstia à parte, éramos muito bons nisso.

Vendetta di Lucrézia (Vingança de Lucrézia)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora