15- ADDIO AL NUBILATO (Despedida de solteiro)

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Na véspera do noivado:

Piero Martinelli

- Don Piero, é um prazer fazer negócio com o senhor!

- Mostre- me as armas e eu direi o mesmo, Giancarlo.

- É claro! Venha, vou lhe mostrar o carregamento, essas belezinhas vieram direto do leste europeu.

- Kalashnikov, AR- 15... metralhadoras, rifles assalto, parece que está tudo aqui. O preço é o que combinamos? -

- Don, na verdade, houve alguns problemas na hora do transporte. O preço subiu.

- Acho que não, Giancarlo. Não tenho culpa da incompetência de seus homens. 1 milhão de dólares pela carga e não se fala mais nisso!

- Mas senhor, imprevistos acontecem. Sei que está a pouco tempo nos negócios. Mas...

- Está insinuando algo? Você deveria ter cuidado com o que diz.

- Sendo assim, vou lhe fazer outra proposta: Que tal eu levar os dólares e as armas? E te deixar vivo, bambino?

Assim que Giancarlo terminou de falar, seus homens apontaram as armas para mim. E armas apontadas para minha cara são mais comuns do que deveria. Não que confiasse nele, mas quem esse cornuto achava que era para me enfrentar.

- Stronzo, não seja mais tolo. Acha mesmo que pode passar a perna em mim?

Instantaneamente meus homens destravaram as pistolas. Cazzo, não queria um banho de sangue, só que talvez fosse necessário. Vendo a reação rápida o associado amedrontou-se.

- Camomillati (Acalme-se), chefinho!

- Agora, vou levar o carregamento como uma cortesia. Va bene (certo)? Lembre-se eu sou o Don. Posso pedir sua cabeça a qualquer instante.

A tensão no recinto só aumentou. O desgosto no rosto dele era nítido. Giancarlo não iria aceitar, o velho receptivo logo se tornou desagradável. Obviamente sua simpatia não passava de um truque.

- Piccolo(pequeno), eu negocio desde de antes de você nascer. Só tem alguns meses que você assumiu a máfia, ainda precisa comer muito feijão para ter o respeito devido.

- Para quem tem tanta experiência, já deveria saber quem pode ou não te matar. E já que sabe tanto sobre mim, imagino que já ouviu falar que não suporto traidores. - Dei um sorriso debochado e diabólico.

Dizem que quando se está acuado a melhor defesa é o ataque e foi exatamente isso que Giancarlo fez, ao disparar tiros contra meus homens. Apesar do som dos tiros ainda me incomodar, não era um tiroteio. Destravei meu revólver e acertei o arrombado no ombro. Ele correu e fui atrás, sinalizando para que meus homens acabassem com a raça dos traidores que seguiam Giancarlo.

Estávamos nas docas da cidade, onde tinha muitos contêineres, pouca movimentação e quase nenhuma fiscalização, ou seja, um ótimo lugar para negociações do submundo. E também parecia um verdadeiro labirinto, facilitando a fuga do figlio di putanna, porém não ia deixá-lo fugir assim. O rato estava ferido não ia longe. Continuei a busca, com a trinta e oito engatilhada, não demorou e Ruggero Martinelli juntou- se a mim na caçada.

- Deram um fim neles? - cerrei os olhos.

- Sim, logo logo estarão com a boca cheia de formigas. - Ruggero riu da própria piada.

Não que fosse gargalhar do humor sádico do meu primo, todavia não tive tempo de tentar, sem delongas mais tiros vieram na nossa direção. Nos separamos, cada um foi para trás de um das enormes caixas de metal. Ainda pareados gritei:

Vendetta di Lucrézia (Vingança de Lucrézia)Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora