Vendetta di Lucrézia (Vingança de Lucrézia)

ADEUS!

           Sabe quando parece que nada, absolutamente nada, que faça faz sentido? Bem, é assim que me sinto ultimamente, não só em relação à escrita, mas a minha vida toda, no geral. Há muito tempo não sei o que é dormir e acordar com um bom motivo para continuar. O sol não brilha do mesmo jeito, as cores não são mais tão divertidas, os cheiros e gostos se perdem em meio ao vazio e escuridão que recobrem parte de mim. 

            Trágico e poético, não é? Acho que isso diz muito sobre mim e a atual situação. A incerteza, frequentemente, me assombra. O cômodo parece bom, no entanto, ao mesmo tempo, é péssimo. Eu não quero continuar como está, e dependo de mim para mudar. Só que mudar não é nada fácil, mudar, muitas vezes, dói. 

           Sendo sincera, não sei muito o que esperar do futuro.

            Ei, calma! Isto não é um bilhete de suicídio. É apenas um desabafo de uma pessoa frustrada em diferentes aspectos da vida cotidiana. 

           Mas, chega de enrolação, vou direto ao ponto: Existem momentos na nossa vida que continuar algo só por continuar não dá mais certo e esse momento, para mim, é agora. 

            Não se engane, eu amo Vendetta di Lucrézia como se fosse um pedaço da minha alma. É o meu primeiro livro, minha primeira história lida por outras pessoas, sempre vai ser um livro de importância incomensurável na minha trajetória de escritora. Porém, entretanto, todavia, depois de meses e meses batendo na mesma tecla, tentando sair de onde eu me afundei, cheguei a uma conclusão: É hora de parar um pouco, de me deixar respirar e de deixar a minha história respirar também. 

              Pois sinto que não é o momento ainda, sinto que eu não estou bem o suficiente para prosseguir, e não é justo com o livro, cujo  tenho tanto carinho, escrever só por escrever. 

             Ao meu ver, liberar palavras soltas em um papel, ou na tela de um computador, não é escrever. Escrever é uma arte, a arte de colocar sentido nas palavras, arte de fazer letrinhas miúdas significarem coisas grandiosas. É colocar parte do seu coração à mostra, e, diga-se de passagem, é uma abertura muito grande e profunda na carcaça de qualquer ser humano, ainda mais, se esse ser humano for tão protegido por uma redoma de inseguranças, medos e autocrítica como eu. 

            Portanto, estaria indo contra tudo que acredito se dissesse para vocês que posso terminar Vendetta di Lucrézia em breve. Eu não posso e não sou assim. Têm poucas coisas que tenho plena certeza e uma delas é quando decido que quero algo, eu quero e que irei arcar com as consequências da minha vontade. Essa é a verdade que eu tanto adiei dizer em voz alta: eu não posso agora, eu não consigo agora!

         E não, não vou mais me martirizar por isso, não vou me torturar com uma das coisas que eu mais amo (escrever). Escrever surgiu para mim em um momento tão difícil quanto este, a beira de um colapso, literalmente, e me salvou naquele instante, salvou do meu pior inimigo (eu), e agora é a hora de salvar a escrita. 

           Vendetta di Lucrézia não chegou ao fim, e de hoje em diante está em Hiatus (pausa), por tempo indeterminado. Não irei pedir para que esperem a melhora do meu estado caótico, é incerto. E como já disse, não gosto daquilo que não posso controlar. 

            Agradeço a todos, a cada uma das 10k visualizações que já temos até o presente momento, a cada um dos 1,41k de votos, a cada comentário dos 19,8k . De verdade, de todo o meu coração quebrado e mente conturbada, OBRIGADO! 

             Vocês foram incríveis, maravilhosos, esplêndidos, me fizeram rir quando minha vontade era só chorar. Por esses e muitos outros picos de alegria não poderia desistir, e não vou. Um dia, apesar de ser uma previsão remota e que me deixa aflita, vou continuar a história. Vendetta di Lucrézia tem e merece um fim digno, eu mereço encerrar uma era com um fim decente, vocês merecem um final. 

           É, não é um adeus, é um até logo. Continuarei escrevendo. No momento, não será Vendetta di Lucrézia, mas escreverei. Prometo! E, para mim, promessa é dívida. 

           Um cheiro ❤