47 - MATRIMONIO CRUENTO (Casamento Sangrento)

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Escorada no batente da porta, observei atentamente Piero trocar as calças por uma seca e me perguntei se ele sempre levava uma muda de roupa no carro para eventos assim ou só aqueles em que pretendia ultrapassar a linha da cordialidade

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Escorada no batente da porta, observei atentamente Piero trocar as calças por uma seca e me perguntei se ele sempre levava uma muda de roupa no carro para eventos assim ou só aqueles em que pretendia ultrapassar a linha da cordialidade.

— Estou vendo você aí, Lucrézia. — Riu quando se virou para mim com a braguilha ainda aberta.

— Sei que está, só estou admirando a vista. — Me pôs na sua frente. — Ou não posso?

— Pode tudo o que quiser, amore mio.

Logo seus braços cobertos por um sutil película de água rodearam minha cintura e me trouxeram para junto do seu tórax desnudo. Os olhos, famintos e desafiadores, fixos em mim, um lembrete de que só não tinha Piero no meio das minhas pernas naquele exato momento porque eu não queria.

— Por que brigaram? — Circulei os pontos em que o sangue diluído escorria pelo seu rosto com sorriso malicioso.

— Nada demais.

— Desse jeito parece que está com dor de cotovelo porque o seu irmão traçou a sua ex.

As mãos intensificaram o aperto na minha cintura, firmes a ponto de fazer o local pinicar, inebriada pelas ondas elétricas que emanaram do seu toque cada vez mais intenso.

— Está com ciúmes, principessa, hm? — Virou meu corpo, de repente, na direção do espelho. — Não tem que ter ciúmes de Giulia, Lucrézia, nem de ninguém, pois eu sou seu.

"Seu". As três letras atravessaram meu peito feito um vendaval, bagunçando tudo, o que provocou arrepios por todos os cantos, sobretudo, no meu ventre ansioso para estar encostado nos gominhos a mostra da barriga de Piero e sentir seu calor contra minha pele. Então acabei por soltar uma lufada de ar involuntária na tentativa de recobrar os comandos do meu próprio corpo.

— Ciúmes? — Arquei a sobrancelha. — De você? Só nos seus sonhos, Pierrinho, apenas fiquei curiosa.

— Pessoas ficam curiosas, você não. Tem sempre um motivo que te atrai.

Uma das mãos deixou a curva do meu quadril solitária para encaixar-se abaixo do meu pescoço e percorrer o contorno dos lábios, guiada pelo reflexo no espelho. E me vi mordiscando a ponta do dedão de Piero e não mover um centímetro, permaneceu com o quadril encaixado na minha bunda mesmo com o volume crescente que se tornava mais erguido a cada segundo.

— Lucrézia, Lucrézia, não me faça querer te foder no banheiro da casa de Guido Barone.

— Não estou fazendo nada. — Rebolei a fim de me encaixar na concha apertada que seu corpo sobre o meu formou.

Piero grunhiu algo inaudível e sorri, satisfeita.

— O quanto quer isso? — Mordi o lábio inferior e trouxe a mão que repousava na cintura para junto da fenda ao qual cortava minha coxa direita.

Vendetta di Lucrézia (Vingança de Lucrézia)Where stories live. Discover now