10- CONOSCI IL TUO NEMICO! (Conheça seu inimigo!)

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1 ano depois- ou seja, 3 anos após a morte de Francesco Caccini:

O velho maledetto realmente me castigou. Fiquei trancado na geladeira por semanas, nem os inúmeros apelos de Piero e ameaças de Lucca foram capazes de me tirar de lá. E isso não foi o pior: Passei o ano seguinte àquele dia sem poder sair da propriedade do Vincenzo. As visitas de Titi foram totalmente cortadas. Fiquei todo ano imaginando o que de pior poderia ter acontecido com Lucrézia. No fundo meu coração se acalmava ao achar que ela ainda estava viva. Pois, se estivesse morta o velho Martinelli não hesitaria em me contar, só para ter o prazer de me ver sofrer. Meus dias só não eram mais entediantes porque tinha Piero e agora Guero que me enchem o saco o dia todo. Piero não era nenhum super gênio, mas ele tentava me ensinar o que tinha aprendido na escola.

O dia de hoje começou como todos os outros, era por volta de 12 horas quando decidi ir lá para baixo. Guero e Piero estavam na escola, então ia ajudar Sandra na cozinha. Assim que cheguei na escada avistei o Martinelli na sala. Minha primeira reação foi dar meia volta e ir de novo para o meu quarto. Fui impedido pela voz nada agradável do velho:

- Venha cá, bambino!

Pensei que se me fizesse de sonso e fingisse não ter ouvido ele me deixaria em paz, iludido!

- Sei que me ouviu Matteo. Vem aqui, antes que mude de ideia.

Desci as escadas a contragosto e o respondi:

- Pronto, estou aqui. O que foi dessa vez?- revirei os olhos.

- Não seja petulante! Apesar de suas malcriações nesse último ano, você não tentou fugir de novo e sejamos sinceros, não aguento mais a ladainha de Piero pedindo para te deixar sair. Portanto, aproveite a minha generosidade. Pode sair bambino, amanhã voltará a escola. Mas se tentar fugir de novo vou até o inferno atrás se você! Entendido?!

Martinelli levantou do sofá que estava sentado, sem esperar minha resposta e saiu porta a fora.

Pela primeira vez algo bom saiu da boca daquele velho desgraçado. Não pude conter meu sorriso. Finalmente poderia procurar notícias da minha família. Eu estava parado no meio da sala feito um abestalhado rindo para vento. Se podia sair, não irei esperar o Martinelli mudar de ideia. Me apressei para sair, mas tentei não correr, vai que os guardas achassem que estava fugindo. Assim que alcancei a rua, fui em direção a mansão do tio Ezzio, torcendo para que eles ainda morassem lá. Logo bati na porta, o receio de fecharem a porta na minha cara não era nada comparado a minha ânsia por notícias.

Para minha alegria quem abriu a porta foi Titi, ela me olhou de cima a baixo, incrédula com o que via. Eu ia falar algo quando:

- Matteo, querido! Como você cresceu! - ela me abraçou forte enquanto falava.- Venha, andiamo! Entre!

Já dentro da casa, tentei falar:

- Titi... É...

- Como você chegou aqui? Fugiu de novo? Dessa vez não deixarei ele te levar. Mato aquele velho maledetto! O que ele fez com você ragazzo?... Ele te...

As palavras de Titi me deixavam muito feliz, apesar de algo em mim achar que nunca me veria livre de verdade do Martinelli. A interrompi, se não ela continuaria falando sem parar.

- Tia Monalisa, respira! Estou bem, na medida do possível. E Vincenzo me deixou sair. A senhora nem imagina o quão bom é respirar um ar diferente da mansão dos Martinellis. - mal pude terminar de falar e ela me abraçou novamente.

- Eu sinto tanto por não poder te tirar daquela maldita casa. Me sinto a pior pessoa do mundo por não fazer nada por vocês dois. - ela com certeza se referia a Lucrézia.

Vendetta di Lucrézia (Vingança de Lucrézia)Where stories live. Discover now