Noite de Natal

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25 de dezembro de 1993
Bloomsbury, Londres

Era manhã de natal, e Eleanor havia acabado de se sentar em sua cama, despertando de um sono profundo. Dormia melhor quando estava em casa do que quando em Hogwarts; talvez fosse o fato de não ter hora pra acordar, e nem ter dezenas de afazeres. Se levantou e andou até sua mala, que já estava toda desfeita, com exceção de uma pequena agenda onde ela, sem o Professor Lupin saber, anotou todas as noites de lua cheia pelo resto do ano letivo. Havia levado algumas boas horas de pesquisa na biblioteca para fazer isso, mas ela precisava saber quando ele se transformaria novamente, para poder ajudar, como pudesse.

Procurou pelo mês de dezembro e seu coração parou ao ver o dia 24 marcado no calendário. "Ele se transformou ontem...", ela pensou consigo mesma, "...será que correu tudo bem?". Mas, era estúpido se perguntar se ele ficaria bem; ele conviveu com isso por toda sua vida. Já sabia se cuidar... a noite em que o encontrou deveria ter sido apenas um acaso. Ou, pelo menos, ela esperava que fosse. Pelo bem dele.

Ponderou mandar uma carta para ele, pedindo por notícias; olhou para Alaska, pensativa, enquanto a coruja dormia em sua gaiola, e desistiu, por medo de algum outro estudante, ou qualquer outra pessoa que não soubesse, pegar a carta, sem querer, e descobrir sobre o segredo de Lupin. Estava sem outros meios de comunicação com ele, então, precisaria esperar até o início das aulas para vê-lo novamente.

Tentando não se preocupar com isso, desceu para o primeiro andar de sua casa, sentindo o cheiro do café da manhã que sua mãe sempre preparava nas manhãs de natal: panquecas de frutas vermelhas em formatos de rena. Daisy era apaixonada pelo Natal, e era fácil de notar isso, se apenas olhasse para a casa, decorada do chão até o teto, e os suéteres natalinos que ela usava, e fazia toda a família usar, a partir do 1º dia do mês de dezembro.

– Bom dia, querida! – Daisy exclamou, pegando um prato de panquecas e estendendo para a filha, que já sentia seu estômago roncar. – Feliz Natal! Coma algumas panquecas.

– Obrigada, mãe... – Eleanor sorriu, sonolenta e com o rosto inchado, se sentando à mesa. – Feliz Natal!

– Feliz Natal, Ellie! – Amy sorriu para a irmã, segurando um envelope em suas mãos. – Eu fiz pra você, olha só! – Colocou o papel na mesa e o deslizou em direção à irmã, que sentava na sua frente.

– Um presente? Pra mim? – Eleanor sorriu mais ainda, abrindo o envelope, onde, dentro dele, tinha um desenho de Eleanor, com uma coruja em seu braço, e uma varinha, em sua outra mão. – Amy, isso é lindo! Você fez meu cabelo ficar bem bonito... olha só, mãe! – A chamou com as mãos, animada.

– Deixe-me ver! – Daisy andou, apressada, até onde Eleanor estava sentada. – Amy, ficou lindo! E por que eu não ganhei um também, se posso saber? – Colocou as mãos na cintura, fingindo decepção.

– Eu sempre te dou vários desenhos! – Amy ficou vermelha, sorrindo abertamente. – Eu esqueço de mandar meus desenhos pra Ellie, nas cartas...

O café da manhã fluiu tranquilamente. Chester desceu as escadas, alguns minutos depois, também acabando de acordar, e a família ficou conversando sobre os planos para a noite. Os pais de Carter haviam permitido que ele fosse para a casa dos Sparks, com a condição de ser apenas na hora da ceia de natal, e Eleanor estava animada por trazer o amigo para onde ele se sentia mais confortável, mesmo que só por algumas horas, e passar um tempo com ele.

Com todos acabando de comer, Eleanor e sua família foram até a sala para abrir os presentes dela e de Amy. A mais nova foi a primeira a abrir os dela: ganhou uma nova boneca, uma casa para suas bonecas, e um jogo de tabuleiro. Quando chegou a vez de Eleanor, eles foram interrompidos por barulhos do lado de fora da janela. Ela se levantou e olhou pro lado de fora, se surpreendendo ao ver 3 corujas ali, cada uma com um pacote amarrado, em uma de suas patas.

𝐂𝐎𝐑𝐑𝐔𝐏𝐓𝐄𝐃↠Draco Malfoy (ATUALIZAÇÕES LENTAS)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora