𝐂𝐎𝐑𝐑𝐔𝐏𝐓𝐄𝐃↠Draco Malfoy (ATUALIZAÇÕES LENTAS)

O Quarto Campeão

31 de outubro de 1994
Hogwarts
19:37

Toda a mesa da Lufa-lufa explodiu em aplausos e comemorações, mas Eleanor não moveu um músculo. Sua cabeça, antes pesada com o nervosismo, agora parecia flutuar de tão leve, a deixando temporariamente surda. Do canto do seu olho, viu Ernie pular de onde estava sentado e comemorar, assim como os outros alunos da Lufa-lufa. Sua primeira reação foi procurar pelos rostos de seus amigos, e foi como se tudo estivesse em câmera lenta. Susan parecia que ia desmaiar, Hannah estava boquiaberta, e Cedric nunca esteve com os olhos tão arregalados.

O coração de Eleanor deu a impressão de ter parado de bater, e suas pernas tremiam por baixo da mesa. Seu subconsciente dizia que ela tinha que levantar e ir até Dumbledore, mas ela não queria. Não queria nada daquilo; nem se levantar, nem participar daquilo, nada. Só queria se encolher e fingir que não existia.

– Eleanor Sparks! – Dumbledore chamou novamente, sorrindo, sem saber o que se passava na cabeça dela.

– Levanta, Sparks! – Ernie gritou, e Eleanor, em um reflexo, se levantou num pulo.

Todos do Salão Principal se viraram para ela, aplaudindo e sorrindo, sem a mínima idéia de que aquilo era a coisa que ela menos queria no mundo. Nem mesmo ousou olhar no rosto de Cedric antes de sair da mesa da Lufa-lufa e andar, com as pernas bambas, na direção de Dumbledore, que a olhava com certa curiosidade.

Enquanto passava pelas mesas das outras casas, todos os estudantes a parabenizavam; alguns sorriam, outros levantavam as mãos em um sinal de "joinha", e outros a davam tapinhas leves no ombro. Viu o rosto de Hermione na mesa da Grifinória, acompanhada de Harry e Ron, que sorriam e aplaudiam, mas a menina, por ser a única deles que sabia as opiniões de Eleanor sobre o Torneio, estava boquiaberta e tampava a boca com uma das mãos.

Ao se aproximar do Cálice e de Dumbledore, seus olhos procuraram pelo rosto de Draco na multidão; ela o tinha visto se levantar e ir se sentar ali da última vez que o viu. Todos os estudantes de Hogwarts em volta dele aplaudiam (até mesmo seus amigos, mesmo que sem o entusiasmo dos outros) mas ele estava paralisado, como ela ficou quando escutou o seu nome. Seu rosto, já pálido, parecia ter perdido o resto de cor que lhe restava, e seus olhos azuis ficaram mais em evidência por eles estarem arregalados. O menino pareceu não perceber que Eleanor o olhava, mas ao perceber, ele balançou a cabeça em negação e desviou o olhar dela, massageando as próprias têmporas.

A levou alguns segundos para perceber que Dumbledore tinha as mãos estendidas para ela, mas ao notar, apertou a mão dele e forçou um sorriso da forma mais natural que pôde, mesmo que sentisse vontade de um buraco negro abrir abaixo de seus pés e sugá-la para bem longe dali. Ao apertar sua mão, Dumbledore gesticulou com a outra mão para a porta na qual Fleur e Krum passaram.

Passando pelos professores, todos eles sorriam para ela e aplaudiam, a Professora Sprout parecendo muito orgulhosa. Até mesmo Snape aplaudia, mesmo que não tivesse muito entusiasmo e seu rosto estivesse tão inexpressivo como sempre, mas Moody não aplaudia. Tinha as duas mãos apoiadas em seu cajado e encarava Eleanor com o rosto contorcido.

Eleanor apressou o passo em direção á porta e a empurrou com certa agressividade, querendo fugir dos holofotes o mais rápido possível. Assim que passou pela porta, e ela se fechou, os aplausos pararam e ela se encontrou em um corredor escuro, que levava até uma escada. Permaneceu parada por alguns segundos, tentando controlar sua respiração e esvaziar, pelo menos um pouco, seus pensamentos; apoiou uma das mãos na parede, procurando apoio, e a outra em seu peito, sentindo a pulsação do seu coração, como se ele fosse saltar para fora do corpo.

Desceu as escadas lentamente, encontrando um grande portão que dava entrada para uma sala de troféus. O portão mágico se abriu ao sentir a presença dela, rangendo levemente, e ao passar por ele, ela sentiu-se mais aquecida devido á lareira no centro da sala. Os retratos em volta da sala se moviam entusiasmadamente, observando as silhuetas de Krum e Fleur, em frente á lareira.