Um Peso Nos Ombros

1.3K 189 180
                                    

4 de novembro de 1995
Hogwarts
07:13

Eleanor mal conseguiu fechar os olhos para dormir, durante a noite. Assim que chegou na Sala Comunal, procurou por uma tigela para despejar a Essência de Murtisco, e só tirou sua mão de dentro dela quando a sensação de ardência parou. Depois, passou mais alguns longos minutos pingando as poções de Madame Pomfrey nos cortes, até que eles tivessem sumido completamente, deixando apenas algumas marcas esbranquiçadas.

No dia seguinte, para evitar quaisquer chances de tocarem no assunto, decidiu não se sentar na mesa da Lufa-lufa, se juntando á Harry, Ron e Hermione, na mesa da grifinória. Não que tenha sido muito diferente.

– El! – Hermione ergueu as sobrancelhas, e uma linha de expressão se fez entre elas, mostrando que sentia muita preocupação, mesmo que tentasse esconder isso com um sorriso fraco no rosto.

– Bom dia... – Ela suspirou, sorrindo rapidamente para os três, e bocejou.

– Então, hein? – Ron indagou, acenando com a cabeça na direção dela.

– O quê? – Deu de ombros.

– A detenção. – Respondeu, como se fosse óbvio. E de fato, era, mas ela apenas queria conseguir mais tempo. – Como foi?

– Bem, eu... – Gaguejou, mas se calou quando Harry puxou o seu pulso esquerdo, olhando para as costas de sua mão. – Ei! Já ouviu falar de espaço pessoal?!

– Você fez a mesma coisa comigo! – Retrucou, e ela permaneceu em silêncio, sem argumentos. – Não parece ter sido tão ruim... você quase não ficou com as marcas.

– É, agradeça á Madame Pomfrey por isso. – Riu pelo nariz, ácida. – Passei na ala hospitalar depois, pra buscar a Essência de Murtisco, e mais algumas coisas... só pra evitar que tivessem muitas perguntas. Mas não deu muito certo.

– Como assim? – Hermione franziu o cenho.

– Eu ia fazer a monitoria com o Ernie, já que acabei mais cedo do que esperava... mas esbarrei no Damien, e ele acabou vendo a minha mão. – Contou, resumidamente. – Disse que eu deveria contar pra alguém, ou até pro Dumbledore... que não era certo... enfim, nada que nós já não soubéssemos.

– E você vai? – Ron se apoiou nos cotovelos, se inclinando para a frente, parecendo muito curioso. – Contar pra alguém, eu digo?

– É claro que vou! – Assentiu, sem hesitar. – Eu vou fazer tudo que puder pra acabar com esse reinado de terror dela!

– E vai dar á ela o prazer de saber que te atingiu?! – Harry fez careta. – O suficiente pra te fazer procurar por ajuda?! Ela já te considera fraca! Quando fizer isso, então!

– Eu não poderia me importar menos com o que ela pensa de mim! Isso é tortura, Harry, e você está muito enganado se acha que eu iria deixar passar batido por puro orgulho! – Exclamou. – E, caso não tenha pensado nisso, nós, com certeza, não somos os únicos que estão recebendo detenção! O que impede ela de fazer o mesmo com um primeiranista?! Uma criança!

– Ela tem um ponto, cara... – Ron balançou a cabeça freneticamente comprimindo os lábios.

– Você é quem sabe. – Ele deu de ombros, desviando o olhar.

– E quando você vai falar? – Hermione perguntou. – Agora, antes das aulas? Ou, durante o almoço? Com quem você vai falar, aliás?

– Eu ainda não...

– Se quer saber da minha opinião, eu acho que você deveria falar com Dumbledore, ou McGonagall! Ou, até mesmo, o Snape!

– Ah, não, Hermione, calma aí! – Harry revirou os olhos. – Por que o Snape? Em que é que ele vai ajudar? Como se ele quisesse o bem de algum de nós!

𝐂𝐎𝐑𝐑𝐔𝐏𝐓𝐄𝐃↠Draco Malfoy (ATUALIZAÇÕES LENTAS)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora