O Servo de Voldemort

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06 de junho de 1994,
Hogwarts

Eleanor permaneceu, paralisada, onde estava, enquanto Hermione gritava, para chamar a atenção de Sirius e Harry. Lupin tinha sua varinha apontada para Pettigrew, mas seu rosto estava virado em direção à lua, e seu corpo começava a tremer da cabeça aos pés, como se convulsionasse.

Mesmo de longe, Eleanor conseguiu ver seu rosto sendo tomado por veias escuras, sua boca se abriu e ele começou a produzir um som estranho: quase que um rosnado. Em um impulso, começou a andar até ele, mas Sirius a puxou para trás, correndo até Lupin no lugar dela.

– ELE TOMOU A POÇÃO HOJE? – Sirius berrou, e Eleanor pensou por alguns segundos, com dificuldades de pensar direito. Mas, então, a realização a atingiu.

– ...não! DROGA! Ele esqueceu... – Respondeu, levando a própria mão até a boca, assustada.

– Remus, meu velho amigo! – Sirius gritou, o envolvendo com os braços, como se fizesse um apoio, para que o corpo dele não caísse no chão. – RESISTA!

Lupin começou a gritar de dor, mas Eleanor não reconheceu a voz dele; tinha ficado mais grossa, como um animal. Harry puxou Eleanor, pela manga do casaco que usava, fazendo com que ela, quase caindo para trás, se juntasse aos outros três, que estavam abraçados um ao outro, assustados. Afobado, ele a devolveu sua varinha, e ela mal lembrava de que não estava mais com ela.

– VOCÊ SABE O HOMEM QUE REALMENTE É! É NESTE CORAÇÃO QUE VOCÊ HABITA! – Sirius batia no peito de Lupin com força, tentando o atingir, no meio daquilo tudo. – ESTE CORPO É SEU, SÓ SEU!

Lupin, se contorcendo, largou a varinha no chão aos gritos. Pettigrew, se aproveitando da distração, deu um sorriso malicioso e se abaixou para pegar a varinha, e ninguém pareceu notar além de Eleanor.

Ela se soltou de Harry, Hermione e Ron e apontou a varinha na direção de Pettigrew, ignorando os gritos de Lupin. Não queria admitir que sentia medo de enfrentá-lo; mesmo sabendo que ele era um covarde que não iria fazer nada contra ela, mas ainda assim... aquele era o homem que, realmente, havia matado 12 trouxas. Era dele quem ela deveria ter medo, todo aquele tempo, e não Sirius.

– EXPELLIARMUS! – Ela conjurou, fazendo com que a varinha, que Peter mal tinha acabado de pegar, voasse para longe dele.

Peter virou a cabeça lentamente na direção dela, com um olhar diferente: parecia se sentir vitorioso. Com um sorriso prepotente tomando conta de seu rosto, ele acenou para os quatro lentamente.

O que eles viram no momento seguinte foi inexplicável: Peter lentamente se transformou num rato. Ver o rosto dele, lentamente, se transformando em uma cabeça pequena, enquanto ele desaparecia para dentro de suas roupas, foi uma visão tão bizarra, que Eleanor sentiu seu rosto se contorcendo involuntariamente.

Ao ver o rato correndo para longe, Harry começou a correr atrás dele, mas Eleanor e Hermione conseguiram o segurar, uma de cada lado.

– HARRY, NÃO! – Hermione gritou, vendo que ele ia correr diretamente na direção de Lupin, que ainda gritava, sendo segurado por Sirius.

– REMUS! REMUS!! – Sirius gritou, e eles perceberam que era tarde; a transformação já havia começado.

Os gritos de Lupin cessaram, sendo substituídos por um rosnado medonho. A cabeça de Lupin começou a se alongar, assim como seu corpo. Seus ombros se curvaram, e eles conseguiam ver pêlos brotando em seu rosto e suas mãos, que se fechavam, enquanto viravam patas, com garras afiadas.

Eleanor sentia lágrimas descendo pelo seu rosto, mas nem percebeu que havia começado a chorar. Era como se ela, mais uma vez, estivesse descobrindo que ele era um lobisomem. Todas as sensações que sentiu no dia que o viu jogado no chão, cheio de cortes e sangue escorrendo, pareciam ter voltado. Exceto que, desta vez, em dobro.

𝐂𝐎𝐑𝐑𝐔𝐏𝐓𝐄𝐃↠Draco Malfoy (ATUALIZAÇÕES LENTAS)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora