Mentiras

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21 de julho de 1995
Largo Grimmauld
04:28

Lupin desceu as escadas do 5º andar, vestindo seu casaco de lã e pisando em cada degrau com cuidado para não pisar em falso. Estando á apenas um andar de distância de Eleanor facilitava saber quando ela estava tendo pesadelos, então acordou logo depois que os barulhos começaram.

Levou um pequeno susto ao ver George sentado no corredor, em frente á porta, e o ruivo rapidamente se levantou do chão.

– Eu não sabia se podia entrar... – Explicou, com o cabelo bagunçado. – Ia esperar ela acordar pra bater na porta.

– Não acho que ela se importaria de ter companhia. – Balançou a cabeça e abriu a porta, lentamente. George não entrou junto com ele, mas ficou parado no batente da porta.

Com um movimento da varinha, Lupin acendeu as velas do quarto, que iluminaram o rosto dela, brilhando com o suor. Pacientemente, ele se sentou no chão, ao lado da cama, cruzando as pernas e erguendo a cabeça para George, que mexia nas próprias mãos, parecendo agoniado.

– Ela deve acordar com sede, não é? – Perguntou. – Vou pegar um copo de água pra ela... – Balançou a cabeça e aparatou, com um estalo.

Lupin suspirou e observou enquanto Eleanor virava de um lado para o outro. Os gritos não estavam tão intensos quanto nas primeiras noites, em St. Mungus, mas ainda era desesperador não poder fazer nada para ajudar.

Fechou os olhos por alguns segundos, ainda sonolento, mas se assustou com o som de George aparatando de volta. Lupin esperou que ele fosse colocar o copo em cima da cabeceira e voltasse para o quarto e continuar dormindo, mas se surpreendeu quando o garoto permaneceu no batente, segurando o copo.

– Fred também acordou? – Lupin perguntou, tentando o distrair.

– O qu... não, não. – Balançou a cabeça, desviando o olhar de Eleanor. – Ele não acorda fácil...

– E você sim, presumo.

– É... – Assentiu, ainda desnorteado.

Em menos de 15 minutos, Eleanor despertou. Dessa vez, não se levantou, assustada. Apenas abriu os olhos, encarando o teto, e permaneceu deitada, com os olhos marejados e a respiração descompassada.

– Eleanor. – Lupin a chamou, com a voz baixa. – Tudo bem?

Ela negou com a cabeça, sem desviar o olhar do teto. Sequer piscava. Lupin chamou George com a cabeça, pedindo que ele se aproximasse, o que o ruivo fez, lentamente.

– Beba um pouco de água, vai te fazer bem. – Prosseguiu. – George buscou pra você.

– George? – Ela ergueu a cabeça, percebendo a presença dele ali pela primeira vez. – Eu te acordei... desculpa.

– Não tem problema. – Ele balançou a cabeça e estendeu o copo em suas mãos.

Lentamente, ela se sentou na cama, ajeitando o travesseiro para poder encostar nele, e aceitou o copo. O deu um sorriso fraco antes de dar um gole. George voltou para a batente da porta.

– O mesmo pesadelo de sempre? – Lupin perguntou, e ela hesitou por alguns segundos antes de assentir. Ele apenas suspirou.

– Agora, acho que já me acostumei. – Contou, com a voz um pouco rouca. – Como... como se eu já esperasse acordar aqui.

– Isso é um avanço. – Balançou a cabeça, parecendo um pouco mais esperançoso. Naquele momento, conteve um bocejo, mas Eleanor rapidamente percebeu.

𝐂𝐎𝐑𝐑𝐔𝐏𝐓𝐄𝐃↠Draco Malfoy (ATUALIZAÇÕES LENTAS)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora