Mudança de Planos

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14 de fevereiro de 1996
Hogwarts

Depois de conversar com Dumbledore, Eleanor não tinha certeza de que iria conseguir manter sua promessa de não contar para ninguém. Fazia meses que não se sentia realmente empolgada com algo... o que é que diria, para seus amigos, se eles perguntassem? Não é como se fosse conseguir esconder sua animação.

Para a sua sorte, não foi muito difícil lembrar o quão difíceis as coisas estavam, para todo mundo. De repente, deixar sua animação de lado se tornou muito fácil.

Ela mal conseguia dormir á noite, virando de um lado para o outro na cama, sorrindo consigo mesma. Até mesmo havia tirado a poeira do seu exemplar limitado de Animais Fantásticos e Onde Habitam; afinal, não estava mais brigada com Draco, não é?

Talvez, até mesmo pudesse pedir que o Sr. Scamander o autografasse! Se ele ainda fazia isso... estava aposentado por um motivo, e ela não gostaria de o fazer se sentir desconfortável... talvez, fosse melhor deixá-lo guardado.

Durante as próximas semanas, poucas coisas conseguiam a tirar do sério. As aulas de Umbridge não pareciam mais tão insuportáveis, depois que Eleanor descobriu um botãozinho em sua cabeça que a fazia se desligar da voz de Umbridge, enquanto ensaiava, mentalmente, o que é que diria, quando o encontrasse. Até mesmo havia ensaiado na frente do espelho, algumas vezes.

Enquanto o motivo de Eleanor perder o sono, durante a noite, era algo bom, pela primeira vez em tanto tempo, as coisas já não estavam tão boas assim para Harry, que, sempre que a contava sobre as aulas de Oclumência com Snape, dava a impressão de que elas iam de mal a pior.

Sempre estava reclamando que sua cicatriz estava doendo, ou formigando. Isso quando não tinha algum pico de raiva, ou animação, o que, na maioria das vezes, não tinha nada a ver com o que ele estava sentindo antes; Eleanor precisou aprender, rapidamente, a ter paciência para lidar com os surtos repentinos dele, que haviam ficado muito piores e mais frequentes.

“Não é culpa dele... não é culpa dele...”, ela repetia, consigo mesma, toda vez que precisava fechar os olhos e respirar fundo, e, alguns poucos minutos depois, ele se curvava para a frente, levando a mão até a testa, reclamando de dor.

– Parece que eu não tenho mais tempo pra lidar com minhas próprias emoções e pensamentos. – Ele resmungou, numa tarde, enquanto se reuniam no pátio, para uma mudança de ares; já não aguentavam mais alternar entre a biblioteca e a Sala Comunal da Grifinória. – Como se eu estivesse virando... sei lá... uma antena do Voldemort. Se ele sentir vontade de ir ao banheiro, eu, provavelmente, vou saber. Esse é o quão sensível eu estive...

– Ele vai ao banheiro? – Eleanor indagou, em voz alta, estreitando os olhos.

– Tem que ter alguma explicação plausível, pro aumento repentino das visões e dos sonhos! – Hermione afirmou, ignorando a pergunta de Eleanor, por mais que Ron estivesse segurando a risada.

– Eu te dou uma explicação: Snape. – Harry disse, emburrado. – Tudo começou a piorar, depois daquela primeira aula!

– Ninguém vai responder a minha pergunta?! – Eleanor os encarou, levemente ofendida.

– Você ouviu o quão ridícula foi a pergunta? – Hermione suspirou.

– É uma pergunta completamente plausível! – Se defendeu, erguendo a postura. – Ele passou sabe-se lá quanto tempo naquele formato de feto esquisito! Ir ao banheiro sozinho, ele não ia!

– Você acha que o Rabicho levava ele pra ir no banheiro? – Ron fez careta, parecendo pensativo.

– É a resposta mais óbvia, não é? – Ela deu de ombros. – Mas, e durante todo aquele tempo que o Rabicho esteve escondido, na sua família? O que ele fazia, então?

𝐂𝐎𝐑𝐑𝐔𝐏𝐓𝐄𝐃↠Draco Malfoy (ATUALIZAÇÕES LENTAS)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora