A Volta

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3 de julho de 1995
Hogwarts
05:45

– Beba um pouco disso... – Madame Pomfrey ofereceu um frasco para Eleanor, com as mãos trêmulas.

Como já imaginava, Eleanor teve outro pesadelo e acordou aos gritos na ala hospitalar. Mesmo avisando á Madame Pomfrey sobre o que acontecia toda vez que dormia, a mulher ainda parecia aterrorizada e tentava descobrir o que causava isso.

– Eu não entendo... eu te dei a poção pra não ter pesadelos... – Murmurou, a lançando um olhar preocupado enquanto ela virava o frasco de uma vez.

– Eu não tive pesadelo nenhum... – Contou, fazendo careta ao engolir a poção. – Não sei explicar. Não me lembro de ter sonhado com algo, só... acordei sentindo dor. Muita dor.

– Então, funcionou... de certa forma. – Franziu o cenho, pensativa.

– Acho que sim. – Deu de ombros. – Bem, eu deveria... voltar pro dormitório. Pra acharem que eu dormi lá. – Se levantou da cama com esforço.

– Não acha que seria melhor contar para elas, Eleanor? – Perguntou, preocupada. – Uma hora, elas vão ter que descobrir... pense bem, e se os pesadelos não tiverem acabado quando as aulas começarem?

– Eu... – Ficou sem palavras. – ...eu venho dormir aqui todos os dias, então. – Suspirou.

– Tudo isso pra não contar para suas amigas?

– Pra não preocupar elas. – Corrigiu. – Já tem pessoas o suficiente preocupadas comigo.

– E com razão! – Pareceu muito defensiva. – Só se preocupe em cuidar de si mesma nesses meses de férias. Vou procurar por algumas poções que podem te ajudar... deve existir alguma.

– Não preci... – Abriu a boca para falar, mas viu no rosto da matrona que ela morreria de preocupação se não fizesse algo para ajudar. – Tudo bem. Obrigada, Madame Pomfrey.

– Não agradeça, querida. – Sorriu fraco para ela, as rugas em seu rosto mais evidentes. – Não hesite em me procurar se sentir algo até a hora de irem embora.

Os corredores já estavam começando a se iluminar com a luz do nascer do Sol. Eleanor precisou se apressar para chegar na Sala Comunal antes que alguém acordasse. Com sorte, todos tinham o costume de acordar um pouco mais tarde no último dia.

Ao fechar a porta do dormitório, se deitou na cama novamente e cobriu o próprio corpo com o cobertor. Não podia dormir novamente, e nem tinha vontade, então ficou deitada, em silêncio, esperando que ao menos alguma delas acordasse.

Ficar em silêncio, sozinha com seus próprios pensamentos, foi a pior coisa que ela poderia fazer naquele momento. Sua mente começou á repassar os acontecimentos da noite anterior, várias e várias vezes, e quando ela notou, estava precisando esconder o rosto no travesseiro para que seu choro não acordasse suas amigas.

Sabia, acima de tudo, que estava fazendo a coisa certa. Para si mesma. Sabia que não havia outro jeito, mas, então, por quê ela sentia tanta dor ao lembrar do que fez? Não sabia se era arrependimento. Haviam muitas coisas acontecendo dentro dela, e era impossível distinguir cada uma delas.

El? – A voz de Hannah, em um sussurro, a assustou. – Está acordada?

Eleanor secou o rosto no cobertor e rapidamente virou na direção da amiga. Hannah estava sentada em sua cama, que ficava no centro do quarto, coberta até a cabeça com o cobertor e tinha o rosto amassado pelo sono. Olhava para Eleanor com o cenho franzido.

Bom dia. – Eleanor disfarçou, cobrindo parte do rosto com seu próprio cobertor. – Acordou tem muito tempo?

Ainda agora. – Deu de ombros. – Dormiu bem?

𝐂𝐎𝐑𝐑𝐔𝐏𝐓𝐄𝐃↠Draco Malfoy (ATUALIZAÇÕES LENTAS)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora