𝐂𝐎𝐑𝐑𝐔𝐏𝐓𝐄𝐃↠Draco Malfoy (ATUALIZAÇÕES LENTAS)

Eu Te Devo Uma

5 de novembro de 1995
Hogwarts
03:15

Ao andar pelos corredores escuros, Eleanor se perguntava se, em algum ponto do discurso do primeiro ano, Dumbledore teria mencionado que, além das escadas, as paredes também se mexiam, pois podia jurar que elas estavam girando, naquele momento.

Sua mão não doía tanto, graças á Madame Pomfrey, mas todos os efeitos daquela detenção estavam a atingindo com toda a força; seu corpo parecia estar tão leve quanto uma pena, pronto para levantar vôo, mas sua cabeça pesava como uma bigorna, e cada segundo que passava de pé era um esforço enorme.

De repente, não se importava mais com a sua postura, e andava se esgueirando pelas paredes. Uma mão, tateava a textura da parede, e a outra, secava as gotas de suor que se acumulavam em sua testa. Sentia também uma enorme vontade de vomitar, mas tinha quase certeza de que não havia comido nada no jantar daquela noite. Estava ocupada demais se preparando psicologicamente para a detenção; sabia que teria que forçar todos os seus limites, se quisesse ter chances de chamar a atenção de alguém influente o suficiente para enfrentar Umbridge.

E havia dado certo, Dumbledore estava sabendo. Isso havia sido o suficiente para que ela se sentisse aliviada, mas não mudava o fato de que havia se forçado até o limite, e as consequências disso começavam a atingí-la.

Quando sua cabeça doeu, e ela se sentiu sem ar, decidiu parar de andar e se apoiar em uma armadura que ficava no corredor. Suspeitava ser um ataque de pânico, mas todo seu corpo doía, como nos primeiros dias, depois da tortura. Como se pequenos choques atravessassem suas veias, contorcendo cada um dos seus músculos.

Talvez, o fato de não ter tomado seus remédios pelos últimos dias tivesse algo á ver com isso... afinal, estava se tratando para se recuperar de uma tortura, e havia acabado de sofrer outro tipo de tortura.

Se viu sem forças para ficar em pé, e, tentando se equilibrar para não desabar no chão, caiu, de joelhos, enquanto massageava a área dos pulmões, na esperança de que a ajudasse á respirar melhor. Mal reparou que lágrimas escorriam por seu rosto até elas escorrerem pelo queixo, até o pescoço.

"Eu não aguento mais isso...", pensou, enquanto suas têmporas explodiam em dor, "...estou tentando, mas não consigo... só quero que tudo acabe...".

– Você quer ganhar detenção? – Uma voz familiar soou, no final do corredor, enquanto os passos se aproximavam. – ..Eleanor?!

A noite de monitoria Draco estava entediante, como sempre. Havia trocado o dia com os monitores do sétimo ano; naquela noite, eles tinham planos de casal, e pediram que ele e Pansy cedessem seu dia, que seria na noite anterior, e cumprissem a monitoria no dia seguinte. O garoto só não esperava que fosse encontrar Eleanor pelos corredores, durante a madrugada. Muito menos, naquele estado.

Olhou para os lados, assustado com os soluços dela. Não tinha certeza se ela estava em tamanho pânico, que não havia notado sua chegada, ou se apenas havia escolhido o ignorar, como havia feito pelos últimos meses. Também temia que Pansy estivesse por perto; se ela a visse, daquele jeito, contaria para os outros, e ele teria que ouvir as piadinhas sobre, sem sequer poder dizer alguma coisa.

– O que aconteceu com você? – Ele perguntou, num sussurro, dando um passo á frente, ficando mais próximo. – Não deveria ficar aqui, alguém pode te ver...

– Cala a boca! – Ela disse, com a voz falhada, escondendo o rosto com as duas mãos.

– Se você quer ficar aqui, esperar que alguém te veja pra espalhar para o resto da escola que você está chorando pelos corredores, de madrugada, faça o que quiser! – Retrucou, na defensiva, fazendo careta.