Pai e Filho

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3 de julho de 1995
Mansão Malfoy
14:01

O caminho de volta para casa foi silencioso para Draco e Narcissa. É claro, não precisaram passar muito tempo juntos, já que o caminho de volta era rápido; iam da Estação de King's Cross para a Mansão Malfoy, e vice-versa através de uma chave de portal. É claro, as chaves de portais eram extremamente caras e difíceis de serem colocadas, mas não era nada que o dinheiro dos Malfoy e a influência de Lucius não pudessem resolver.

Draco sentia um nó em sua garganta se apertar desde o primeiro momento em que encontrou sua mãe; alguém o azarou no trem, o fazendo ficar desmaiado até alguns minutos depois do trem chegar na Plataforma 9¾. Por sorte, ele, Crabbe e Goyle não foram esquecidos lá dentro.

Não disse uma palavra á sua mãe sobre quem havia sido, pois tinha uma parte dele que acreditava ter sido Eleanor, e ela já havia se metido em problemas demais por causa dele. O que o lembrou...

Mamãe, é verdade? – Ergueu o olhar para a mãe, enquanto ela o bombardeava de perguntas sobre quem havia o azarado. – O Lorde das Trevas...

Aqui não, Draco! – Narcissa sibilou, o encarando de forma repreensiva. Aquilo confirmou suas dúvidas.

É verdade, então? – Sua voz falhou. – O meu pai...?

Narcissa fingiu não escutar as palavras dele e continuou andando, com um falso olhar de superioridade no rosto, pois ainda haviam algumas pessoas na Plataforma, e os Malfoy nunca seriam pegos desprevenidos, em um momento ruim.

Ficou calado o resto do caminho, e precisaram se apressar, pois a chave de portal era acionada exatamente ás 14:00. Teve um pouco de dificuldade para acompanhar os passos rápidos e largos de sua mãe, já que ainda estava um tanto tonto por causa da azaração. "Não era pra eu ter ido lá...", pensou consigo mesmo, "... só estou fazendo ela me odiar mais...".

Por sorte, conseguiram chegar no horário certo. Em alguns segundos, já estava sentindo a velha sensação de ser puxado pelo umbigo e de estar sendo arremessado através do espaço-tempo. Já haviam feito isso tantas vezes, afinal, era o único transporte digno para os Malfoy. Nunca seriam pegos usando Pó de Flu e ficando imundos, como os Weasley, já que tinham dinheiro o suficiente para subornar o Ministério e para instalar uma chave de portal de ida e volta toda vez que precisavam sair de casa.

– Preciso que vá direto para o seu quarto. – Narcissa disse, ao pararem em frente á porta de entrada. Um ruído atrás deles a fez dar um salto e se virar bruscamente, como se aterrorizada com a possibilidade de alguém os ter seguido. A fonte do ruído provou ser nada mais do que um pavão branco, esgueirando-se majestosamente pelo gramado.

– Mãe? – Ele franziu o cenho, a olhando, esperando alguma coisa. Qualquer coisa. Mas ela não respondeu, apenas o lançou um sorriso forçado e passou as mãos pelo cabelo dele. – O que está acontecendo?

– Apenas... suba direto. – Balançou a cabeça, abrindo a porta lentamente, parecendo temer que a porta fizesse barulho.

A Mansão Malfoy estava escura, cinzenta e fria, como sempre. Mas, agora, de alguma forma, parecia ainda mais sombria. Talvez, a mudança não fosse na casa, e sim em Draco. Estavam no hall de entrada, em frente á duas enormes escadas que se uniam no topo, formando um tipo de sacada do segundo andar, que dava visão para o primeiro andar.

O hall era grande, mal iluminado e suntuosamente decorado, com um magnífico tapete cobrindo a maior parte do piso de pedra.

Apertou suas mãos em volta da alça de sua mala, engolindo em seco, e andou em direção ás escadas no hall de entrada. Antes que pudesse pisar no primeiro degrau, a enorme porta da sala de estar se abriu, revelando a figura de seu pai.

𝐂𝐎𝐑𝐑𝐔𝐏𝐓𝐄𝐃↠Draco Malfoy (ATUALIZAÇÕES LENTAS)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora