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Rio de Janeiro, Brasil 23 de março de 2021, 9:00AM
Noites mal dormidas, cãibras sem fim e uma sensação estranha preenchiam o meu corpo essa semana, na verdade, desde quando eu voltei de Jericoacoara com o Gerson no começo do mês eu me sinto estranha. Não conseguia nem pensar direito, tudo me incomodava e trabalhar de casa era a solução pra mim porém hoje eu tinha uma reunião importante com a minha mãe e precisava ir até o ateliê.
A mesma Ana que estava estranha durante a minha viagem continuou e fugia de qualquer conversa comigo sempre que eu perguntava o que ela tinha, achei estranho e em uma conversa com a Mavi ela disse a mesma coisa, conversamos com o João da forma mais leve possível e ele disse que ela mal conversava com ele também e era tudo o meu pai, o que nos fez descartar a hipótese de crise no casamento já que eles se falavam, ela não queria mesmo era falar com nós três, por um motivo desconhecido.
Me arrumei colocando o vestido mais larguinho que eu tinha, meu tênis e peguei minha bolsa. Gerson já não estava mais em casa e eu mal vi ele saindo, além do treino ele também tinha uma gravação para a Flatv então provavelmente ele iria chegar depois de mim em casa.
Passei na cozinha pegando uma maçã e fui a caminho do ateliê conversar com a minha irmã que já estava lá. O motivo? Não sei. Talvez vai falar que desistiu da medicina bem no último ano e vai fazer moda, talvez mamãe passaria a parte dela do ateliê para Mavi. Na minha cabeça não fazia muito sentido a Maria Vitória no ateliê aquela hora da manhã para uma reunião comigo e com a mamãe.
Estacionei o meu carro na minha vaga de sempre e eu percebi que não só a Mavi mas o meu pai também estava lá em cima quando vi o seu carro ao lado do meu. Os três carros aqui, conversa séria... Talvez Dona Ana conte o motivo de tanto silêncio.
— Bom dia? — levantei o óculos de sol — Ta fazendo o que aqui, João, você não deveria estar na aula?
— Mamãe disse que eu não iria hoje mas não falou o motivo. — me deu um beijo — Eles estão lá na sala da mamãe, falta só você.
— Tô indo lá então... Bom dia, Amandinha.
Dei um beijo na bochecha da minha amiga que retribuiu fazendo um cadinho na minha barriga. Andei a passos largos até a sala da minha mãe e assim que abrir percebi que além da minha família também tinha mais uma mulher.
O silêncio constrangedor deixava o clima pesado. Falei com os meus pais, com a minha irmã e me dirigi a tal mulher.
— Prazer, Maju.
Estiquei a mão direita a ela que retribuiu com um sorriso.
— Prazer, Alice.
Meu corpo ficou estático, minhas pernas tremiam e um filme de poucos segundos se passou na minha cabeça por todas as vezes que eu tive pesadelos com essa mulher, com esse nome. Era ela, é ela!