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Rio de Janeiro, Brasil 19 de novembro de 2019, 8:00PM
Cheguei de Madrid e fui direto para o ateliê, entreguei uns modelos á minha mãe, atendi algumas noivas e ainda fiquei até depois do horário para conseguir adiantar tudo antes de viajar para Lima. Enquanto olhava a praia pela janela da minha sala buscando inspiração ouvir alguém batendo na porta, achei estranho já que eu estava sozinha.
— Amandinha? Mãe? — ninguém respondeu — Eu sou tão nova pra morrer. — falei com a voz trêmula e ouvir uma gargalhada conhecida e corri pra porta pra abrir. — O que você ta fazendo aqui, garoto?
— Tá com medo? — ele perguntou rindo da minha cara enquanto passava pela porta que eu fechei assim que ele entrou.
— Como você entrou aqui, Gerson? — voltei pra minha cadeira.
— O porteiro desse prédio é flamenguista. — revirei os olhos — Cuidado com isso em, morena.
— Mas o que você veio fazer aqui? — encarei ele que estava deitando no sofá — Nem pensa em colocar esse tênis sujo no meu sofá.
— Saudades de você. — ele falou tirando o celular do bolso — Como foi lá?
— Garoto, você iria me ver em trinta minutos. — falei conferindo o relógio na minha parede.
— Mas eu quis vir aqui, ué — deu de ombros — Ainda não me respondeu, como foi lá?
— Foi maravilhoso. Amei tudo como sempre, fiz compras. Laura te mando um beijo, e os dois te desejaram boa sorte. — falei guardando os meus lápis de cor, canetinhas e os papéis — Ta de carro ai?
— To, o seu ta ai? — neguei enquanto desligava o computador — Cê ia em casa buscar o carro e depois ir me buscar lá em casa? — confirmei — Ainda bem que eu vim pra cá.
— Tenho que te levar que horas pro CT amanhã? — perguntei levantando da cadeira e pegando minha bolsa.
— As oito, mas ninguém chega no horário, cê sabe. — levantou e me seguiu.
— Experimenta chegar atrasado que a Lívia vai atrás minha alma, vai chegar no horário sim. — ele revirou os olhos — Toma, empurra isso. — joguei as minhas malas pra ele.
Descemos conversando sobre a minha viagem, ele me fez contar dia por dia quase detalhe por detalhe, contei dos desfiles, das compras, do jogo do Real Madrid até chegarmos no estacionamento de visitas do prédio. Entrei no carro enquanto ele colocava as minhas malas no porta malas e abrir o spotify do meu celular que estava conectado no dele e não no meu.
— Estava ouvindo putaria né, Gerson? — falei assim que ele entrou no carro.
— Qual a dificuldade de você usar o seu spotify e não o meu? — ele me entregou o celular pra colocar a música.
