capítulo especial: Mavi e Matheus

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Rio de Janeiro, Brasil21 de novembro de 2020, 3:00AM

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Rio de Janeiro, Brasil
21 de novembro de 2020, 3:00AM

A melhor hora da festa chegou, todo mundo já tinha ido embora, sobrando apenas os mesmos de sempre. Tentei aproveitar o máximo que pude a minha primeira festa com a minha melhor companhia do mundo depois de muito tempo: a minha irmã, mas tudo que ela me disse no parabéns não sai da minha cabeça, Matheus não sei da minha cabeça. Olha que eu cheguei a pensar que isso iria ser apenas uma ficada.

Ledo engano.

Desde a hora que eu vi ele nessa festa que eu me pego admirando o quanto ele está ainda mais bonito, o quanto ele parece estar mais maduro. Titularidade tem feito bem pra ele.

Minha mãe saiu mais cedo da festa para arrumar tudo na casa da Maju, meu pai foi junto com o João embora restando apenas eu. Gerson até disse que me levaria em casa mas eu não quis atrapalhar eles e disse que iria embora de uber mesmo.

— Você não vai embora de Uber, Mavi! — Lívia falou do meu lado — Eu te levo em casa.

— Liv, você mora aqui na Barra, e eu no Recreio não precisa se preocupar.

— Eu posso te levar. — Matheus falou aparecendo do nada — Tô de carro aí e preciso deixar o Ramon no Recreio.

— Isso o Thuler te leva. — Lívia falou animada sem me dar tempo de contestar algo — Me mandem mensagens quando chegarem em casa, crianças.

Eu ri tirando o meu tênis e logo em seguida a meia. Não era a pior das hipóteses ser deixada em casa pelo Matheus, mas preciso admitir que a minha barriga parecia que tinha alguém dando vários soquinhos, o tempo todo. Entrei no banco de trás do carro sem dizer uma palavra, ele e o Ramon também pareciam ter voltado de um velório.

— Posso escolher a música? — eu perguntei quebrando o silêncio do carro.

— Pode. — Matheus falou sem olhar pra trás — Precisa da senha do som?

— Ainda tenho. — respondi tímida.

Coloquei em uma playlist aleatória e o som do carro passou a ser da minha voz cantando baixinho, encostei a minha cabeça no vidro e fiquei observando o Rio de Janeiro com as ruas vazias durante a noite e a Lua. Achei que não iria ficar sozinha com o Matheus mas me enganei quando ele parou em frente a um prédio que eu julguei ser onde o Ramon morava, ele saiu do carro se despedindo de nós dois e sem avisar nada eu pulei para o banco da frente assustando ele, vi no GPS que chegaríamos em cinco minutos no meu condominio e eu me peguei rezando para que algo acontecesse para que esses cinco minutos durasse pelo menos mais três horas.

Isso é estranho, maluco e fora de tudo que eu acredito. Eu não sei que sentimento é esse, eu nunca me imaginei pensando assim de alguém mas eu só queria ficar mais tempo com o Matheus, mesmo que fosse para ficar em silêncio como estamos agora.

MEU ABRIGO | GERSON SANTOSWhere stories live. Discover now