39. medo

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Rio de Janeiro, Brasil 19 de novembro de 2020, 11:00AM

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Rio de Janeiro, Brasil
19 de novembro de 2020, 11:00AM

Seis dias que a minha namorada me ignora em casa, as únicas conversas que nós temos é sobre o carro que hoje mesmo acaba já que o carro novo que ela se deu de presente de aniversário chega hoje, nem pra isso ela pediu a minha opinião. Isso está me deixando maluco, é impossível ver aquela mulher todos os dias e não poder beijar ou tocar.

Ela me deixa maluco. E eu não sei mais o que fazer pra ela acreditar em mim, já fiz de tudo, já tentei conversar mas quando aquela mulher coloca alguma coisa na cabeça, rapaz, não tem quem consegue tirar, eu jamais seria capaz de trair essa mulher, jamais.

— Sogra, me ajuda.

Gerson, eu já conversei com ela e você sabe como a Maria Joana é cabeça dura. Ninguém tira isso da cabeça dela até amanhã na festa de aniversário quando você contar. — minha sogra falou pelo telefone — Ela ta super triste, toda murchinha desde o sábado. Nem comprar o carro novo animou ela.

— E ela nem pediu a minha opinião, e o nosso único assunto entra o carro que nós estávamos dividindo e agora nem isso. — lamentei — Se eu levar ela pra jantar hoje?

Se ela não te jogar do décimo nono andar pode dar certo. — falou rindo me fazendo rir também — Mas pode dar certo, meu filho.

Eu ajudo. — ouvir a voz da Mavi — Eu posso reservar o restaurante e comprar um vestido pra ela.

— Quer que eu te leve no shopping?

Não precisa, mas passa aqui em casa pra buscar. — ela falou rápido — Se não der certo pelo menos vai ser só mais um dia.

Vai dar certo. — minha sogra falou — A gente avisou que ela era assim.

— Eu amo ela assim mesmo, sem tirar nem pôr. — elas riram — To chegando aqui no Ninho, me manda mensagem quando chegar em casa, Mavi.

Combinado, cunhadinho.

Estacionei o meu carro enquanto ainda me despedi delas, peguei a chuteira no banco do lado e sair do carro com a mesma cara de sempre, sem vontade de nenhuma de ouvir as zoações que eu sabia que viram assim que me vissem. Quando eu entrei no refeitório percebi que a zoação hoje seria um pouco pior. Willaynna e Lívia estavam lá, fazendo o que eu não sei mas que hoje era o dia que eu menos queria ouvir bronca delas, era.

— Bom dia, família. — puxei a cadeira enquanto eles me respondiam.

— Nada ainda, Gerson? — Will perguntou mexendo no celular.

— Nem um bom dia, nem um bom jogo ontem, nem um me liga quando chegar em São Paulo, nem um "estou indo te buscar a amor", seis dias que eu não beijo ela, na segunda eu deixei ela ganhar no videogame mas isso nem adiantou também. Nossa única conversa é sobre o carro que nem vai existir mais já que ela comprou o dela. — me lamentei e vi que eles estavam todos segurando a risada — Eu não sei nem a cor desse carro.

MEU ABRIGO | GERSON SANTOSOnde histórias criam vida. Descubra agora