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Rio de Janeiro, Brasil 1 de agosto de 2021, 5:00PM
O inverno no Rio de Janeiro estava rígido, os termômetros indicavam temperaturas baixas demais e nada acostumadas para uma cidade onde fazia quarenta graus na sombra.
Mesmo com o frio Maju não estava sentindo em seu corpo as temperaturas baixas. Desde a hora que acordou naquele domingo, ela sentia calor e vontade de comer sorvete o dia todinho.
Com suas trinta e oito semanas completas ela estava preparada para Gael nascer a qualquer momento e agora com Gerson já em casa tudo na sua cabeça ficava ainda mais tranquilo. As malas estavam prontas apenas por precaução, eles tinham escolhido o parto domiciliar e Maju estava preparada para ter o filho em casa com a equipe médica que a acompanhou desde o início da gravidez.
Com o calor que apenas ela estava sentindo tomou o quinto banho do dia e ainda eram cinco da tarde e intervalo do jogo do Flamengo que Gerson assistia na sala de casa. Com certeza se o jogo não fosse em São Paulo ele estaria na arquibancada vendo os amigos e o time que tanto ama. A adaptação ao time francês estava sendo tranquila, mas todos sabiam que o seu coração era vermelho e preto.
— Gael, eu só estou te pedindo um banho, fica quietinho. — passou a mão na barriga e logo sentiu uma contração forte diferente da contração de treinamento que estava sentindo nas últimas semanas — Caralho! Ok, você vai nascer.
Tentou manter a calma e ainda tomar o seu banho, mas assim que ligou o chuveiro sentiu um líquido nas suas pernas e logo que olhou para baixo teve certeza que a sua bolsa tinha estourado.
— Tenha calma. — falou a si mesma — Gerson! Amor!
Gritou o marido de forma que não o assustasse, porque sabia que era ela quem iria precisar acalmar ele assim que o jogador visse o sangue no chão.
— Me chamou... Amor, você caiu? Maju, o que tá acontecendo, o Gael... Maria Joana para de rir. — o jogador pediu quase suplicando.
— Queria que tu pudesse ver a sua cara de desespero. — parou de rir e respirou fundo enquanto sentia mais uma contração — Minha bolsa... Ai caralho... Gael vai nascer... E eu to bem, olha não se desespera, provavelmente daqui pra frente eu vou gritar de dor então um de nós dois precisa se concentrar em fazer tudo certo. Entendeu? — ele confirmou ainda atordoado com a calma da esposa em meio a dores — Você vai me ajudar a tomar banho, depois nós vamos subir para o nosso quarto onde tem a minha bola e nossa banheira, quando nós estivermos lá nós vamos ligar para os nossos pais, para a Mavi, para as minhas enfermeiras, minha médica, minha doula, para a Marília, para a Livia e para a Will, entendido?
— Você tá tão calma que eu ainda acho que é pegadinha. — levou um tapa no braço — Caralho meu filho vai mesmo nascer.
Mesmo com medo, o jogador tinha um sorriso no rosto. Ele tinha receio do parto domiciliar, não sabia o que podia acontecer e confiava 100% na médica da esposa que garantiu que se qualquer coisa acontecesse ela teria tudo pronto para uma cesárea de emergência no hospital mais próximo dali.