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Rio de Janeiro, Brasil setembro de 2019, 9:00AM
Desde o dia em que eu descobrir que estou na lista de espera do programa de Nova York que eu não passo nem vinte e quatro horas sem atualizar o email ou ligar para a casa dos meus pais pra saber se chegou alguma coisa. Minha agenda de janeiro continua fechada, sem minha mãe saber, lógico. Ninguém além da Amanda e da Mavi sabem disso. Meu relacionamento com o Gerson é uma das melhores coisas que eu tenho, ele se tornou um amigo e parceiro, nos bebemos juntos, damos PT, beijos e principalmente transamos. Temos um relacionamento aberto, ninguém prende ninguém e saciamos a vontade de sexo um do outro. E isso basta pros dois.
— Então quer dizer que o jogador está fazendo gol toda semana — Mavi falou depois de eu contar onde eu passei os últimos quinze dias sem ver ela — Realmente, isso está ficando sério....
— Que mané sério, Maria Vitória. Tá doidona? — ri nasalado — Ele apenas transa bem, muito bem. — dei ênfase no muito e ela riu debochada — Nos somos apenas amigos...
— Amigos com privilégios, só se for. — ela revirou os olhos — Aí irmãzinha, o sistema tático do time dele tá muito bem e a sua zaga tá ruim. — olhei pra ela confusa — Ah, você não entende de futebol. — bateu a mão na testa.
— Fala às claras, Mavi... — pedi impaciente.
— Ele está colocando os melhores jogadores dele em campo, todos: simpatia, cantadas, carinho, e tudo de positivo que ele tem. Enquanto isso você vai recuando com a sua dupla de zagueiros que são: a sua marra e o sua teimosia de admitir que vocês tem algo, assim o seu goleiro tá deixando passar várias bolas. — ela falava e eu a olhava bem confusa.
— E desde quando você sabe de futebol, Maria Vitória? — apoiei o rosto na minha mão olhando pra ela.
— Aí, li em algum lugar. — ela falou me fazendo rir — Mas em, uma amiga minha falou que se tem música já está ficando sério....
— Já ouviu a música que nós falamos que era nossa? — perguntei levantando da cadeira pra buscar papéis no armário — Um lance é um lance e assim ninguém perde a paz. — cantei uma parte da música da Turma do Pagode.
Flashback on 15 de agosto de 2019
— Posso mudar essa música? — perguntei depois que tocou pela milésima vez um funk de um amigo dele.
— Pode, chatinha. — revirei os olhos e peguei o celular dele colocando um pagode. Logo que começou os primeiro acordes da música ele riu.
— O que foi?
— Sempre que essa música toca eu lembro da gente. — ele fala olhando para frente e eu o olho confusa — Escuta a letra, Maria. — comecei a prestar a atenção em cada palavra e realmente, a música nos descrevia.
— Então você está curtindo ficar comigo, jogador? — perguntei dando um sorrisinho.
— Você é maneirinha. — ele falou pra me irritar e eu gargalhei.
