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Prazer e amor são coisas bem diferentes e Maria Joana, ou melhor Maju, sabe bem disso. A carioca nunca viveu um amor. Ela vivia de prazer. Todos finais de semana a mesma dormia com homens desconhecidos no qual a maioria das vezes ela não sabia nem o nome. Poucos foram os que ficaram mais de uma noite na cama da estilista.
Maria é filha adotiva de uma renomada estilista de vestidos de noiva e de um empresário dono de três restaurantes da cidade. Foi adotada pelo casal quando tinha um ano e até hoje não conhece os teus pais biológicos e não faz questão já que o amor que recebeu de Ana Maria e João Paulo foi o suficiente pra menina transbordar e crescer feliz. A morena possui uma relação incrível com os irmãos, Maria Vitória de vinte e um anos e João Pedro de dez, os três fazem de tudo para estarem sempre juntos, mesmo Maju não morando mais na mesma casa que os dois.
A filha exemplar e a irmã perfeita tem o que qualquer jovem de vinte e três anos sempre quis: uma família boa, um emprego dos sonhos, casa, carro e o seu próprio dinheiro. Todos os lados da vida de Maria Joana estão bem equilibrados e sob o seu controle. Bom, isso é o que ela acha. Maju é bem difícil lidar com pessoas do sexo oposto, fala tudo que pensa e na maioria das vezes não leva desaforo pra casa.
Ela não é oito ou oitenta, ela é oito e oitenta.
Medo? O único medo que Maria Joana tem é de se apaixonar e um dia trocar uma balada por cinema.
- Maria, aqui estão os papéis que você precisa assinar da nova coleção.- Amanda, secretária e amiga da estilista, entra na sala tirando a sua concentração do jogo online que ela jogava.
- Não bate mais na porta, foda-se tudo. - falou visivelmente irritada por ter perdido o jogo
- Sorry! Foi automático. - ela se desculpou.
- Deixa logo eu assinar essa merda. - puxou os papéis da mãos dela.
- Maju, você estava jogando? - a amiga perguntou incrédula.
- Estava! - ela responde dando de ombros - Minha mãe ta ai?
- Sim, ela estava na sala dela desenhando...
- Ótimo! Precisa de mim hoje? Posso ir embora?
- A chefe é você, Maju...
- Mas é você quem me faz ficar assinando esse monte de papel. Não aprendeu a falsificar minha assinatura ainda, Amandinha? - perguntou brincando com a secretaria.
- Credo, Maria Joana!
- Não me chama de Maria Joana ou eu te demito agora mesmo - falou entre os dentes.
- Não tá mais aqui quem falou e você não tem mais nada pra assinar, pode ir chefinha.
- Então, tchau. Te vejo mais tarde - falou colocando os saltos e pegando a bolsa saindo da sala.
