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13|WINSTON'S HOUSE
DeLuca

[10:15] DeLuca

ok...primeiro: não me mata.
Segundo: sua camionete está de volta a fazenda, limpinha e cheirosa como você gosta, e não vamos esquecer do tanque cheio ;)

Mando mensagem para Kendrick, encostado na porta da sua camionete. Encaro as duas casas vazias da fazenda Evans-Jones e me sinto em algum filme de faroeste, faltando apenas a bola de feno e Frank e Hamonica aparecerem com suas armas para um duelo.

[10:16] DeLuca
Minha mãe está por aí?

Recebo sua mensagem.

Isso significa que ele não está com raiva de mim, e que talvez, a manhã na igreja com Alessa tenha dado algum lucro, no final das contas. Kendrick responde que sim, ela está por lá, provavelmente para esquecer o cenário desastroso em nossa casa, no dia anterior. Toco a parte mais baixa da minha costela, na lateral do meu corpo, por cima do tecido da camisa

[10:16] DeLuca
Aproveita que tá na casa de Deus e perdoa seu melhor amigo, vai.

Sorrio de lado com os vários emojis de palhaços e facas que ele me envia em resposta. Guardo do celular no bolso da jaqueta jeans, substituindo o aparelho pelas chaves da camionete. Deixo o cenário de Era uma vez no Oeste para trás, seguindo para alguns poucos quilômetros dali, até a pequena capela em meio um jardim bem cuidado perto da cidade, onde alguns grupos de pessoas mais velhas se encontravam sorrindo e conversando alegremente.

Estaciono a uma boa distância do aglomerado, não querendo chamar a atenção, nem fazer minha mãe me ver por ali. Depois do acontecido, eu juntei forças pra ignorar qualquer chamado seu e me tranquei no quarto até a manhã seguinte. A ouvi deixar meu jantar no pé da porta horas mais tarde, mas ignorei qualquer coisa que se passasse fora do meu quarto.

Pensei ter visto alguma miragem quando Kendrick saiu da capela ao lado de uma Alessa animada, os dois conversam sobre alguma coisa e mil perguntas se formam em minha mente. Só saio do meu transe quando ambos me encaram e perguntam se está tudo bem.

— Ela vai com a gente? — aponto para a garota de vestido branco e florzinhas azuis. Alessa fez que sim com a cabeça — C-com a gente? Na camionete?

— Não, no teto — Kendrick, ironizou — amarrada nos pés e nas mãos. É óbvio que ela vai com a gente no carro, DeLuca.

— Essa trégua está saindo melhor do que eu imaginei. — jogo as chaves pra ele, abrindo as portas traseiras e pulando dentro. Abri a porta do passageiro rapidamente, fazendo Alessa piscar e notar que ela iria na frente com Kendrick. Ela dá de ombros e adentra, fazendo meu amigo ali, sorrir cúmplice para mim — Vamos às compras, galera! — me espremo no meio deles, entre os dois bancos da frente. Kendrick e Alessa reviram os olhos ao mesmo tempo — Eu serei a bandeira branca, nada pode abalar a amizade esta se formando aqui! Nada!

[...]

— Conta outra, Alessa. Isso é fachada. — ele rebate — A sociedade é superficialista. Ninguém realmente se importa com o interior. A primeira impressão é sempre que a que fica, e isso aqui...— faz círculos ao redor do meu rosto, apontando com o indicador para ele mesmo — É o que fica como primeira impressão. 

Ela riu.

— Então foi por isso que quase tive uma crise de vômito quando ouvi algo sair do "seu interior". — fez aspas com os dedos — Seu interior é podre, Kendrick! — e entrou, fechando a porta com força, se afundando nos bancos traseiro.

Rei Do DesastreWhere stories live. Discover now