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29.2|A VERDADE (+16)
Vanessa Pov

Gil chegou e Deluca acabou cedendo temendo estragar alguma chance do melhor amigo de provar a Alessa que pode ser um cara bom pra ela. Só espero que as coisas fiquem bem após toda essa confusão.

A viagem até a casa Hale foi curta, e estranhamente, silenciosa. Deluca encarava as ruas pela janela com o cotovelo apoiado no suporte da porta enquanto a mão segurava a bochecha.

— Chegamos, senhor Deluca.

Gil sorriu pelo retrovisor, mas o garoto ao meu lado não estava na mesma animação de sempre, encarando a entrada da sua casa com certa tensão.

A mesma picape da primeira vez que entrei em seu quarto está estacionada na lateral da casa, e mesmo com as luzes dos postes, a casa parece ter uma fonte de luz ligada do lado de dentro.

— Se quiser...podemos ir lá pra casa? Você pode dormir no quarto de hóspedes, meu pai não está...

— Vou ficar bem — interrompeu, beijando meu rosto antes de abrir a porta e sair sem dizer mais uma palavra.

Ele não me esperou ir para entrar, também não olhou para trás. Gil perguntou se poderíamos ir, mas disse ainda não. "Ainda não" porque não sei o que está acontecendo, mas sei que está acontecendo alguma coisa, e não sei se posso descobrir, se é correto, se eu...espera.

Aperto o botão para baixar o vidro da janela.

A mesma picape que vi alguns dias atrás quando invadi seu quarto pela primeira vez está no mesmo lugar, mas tem algo de diferente. Encaro na grama. Algo metálico brilha com a luz vinda dos postes da rua. Um pedaço de metal que parece uma peça de carro ou algo do tipo.

— Eu já volto, Gil.

Saio do carro indo até o objeto no meio da grama verde. Está escuro e tarde o suficiente para que não houvesse mais ninguém na rua, algumas casas já têm todas as luzes internas apagadas, mas as do Hale tem a da sala de estar, bem na entrada, posso ver pela janela por trás das cortinas.

Quando estou prestes a me confortar de que estou pensando besteira, que estou sendo uma intrometida de merda, que Deluca me pediu olhando nos meus olhos para separar essa pequena parte da vida dele, que eu não faço parte do que acontece na sua casa. Não faço parte do "caos que se passa em sua casa", foi o que ele me disse...

Ouço um grito.

— Susan?

Foi tudo que saiu dos meus lábios antes de correr para a varanda, e jamais, em toda a minha vida, estive preparada para o que encontrei ao abrir a porta.

DeLuca está no chão.

Susan tenta alcançá-lo, mas um homem alto a empurra para longe enquanto segura o garoto pela camisa verde que tanto amei vê-lo vestido há horas atrás. Tomo um suspiro quando ele leva um soco no rosto, um soco pesado, e juro ter ouvido ossos se quebrarem.

Susan toma fôlego para mais gritos enquanto o homem de silhueta alta e coberto pela penumbra do corredor libera outro soco com a mão que não erguia o torso de Deluca pela camisa.

— É isso que você quer?! — ele rasga em sua garganta estas palavras com tanto ódio que me sinto em um pesadelo — Seu ingrato desgraçado! É assim que quer viver? Eu não tenho problema algum com isso.

Rei Do DesastreWhere stories live. Discover now