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33 | VANESSA

Mais uma semana de aula. Menos uma até a chegada do inverno, e consequentemente das férias de fim de ano. Do natal. Do ano novo. Das viagens e do fato de eu ter um namorado que possa passar o natal comigo.

Sei que parece precipitado estar fazendo planos com Deluca para o fim de ano, mas é quase inevitável. Estamos muito bem juntos. Estudando juntos. Conversando muito. Nos beijando muito — e entre outras coisas a mais. Eu quero pensar positivo e ignorar qualquer sinal de problemas, porque eles não devem estar aí, a espreita como Deluca — muitas vezes inseguro — pensa. Mas eles não estão. Foram ótimas semanas. Será um ótimo final de ano e nada pod...

Estanco no corredor dos armários da escola, ali mesmo, com uma centena de pessoas me encarando, todos com fotos na mão e mínimos sorrisos maliciosos no rosto. Volto a andar tentando ver de esguelha o que significa todas aquelas fotos, até chegar ao meu armário, onde tem uma guardada exclusivamente para mim, colada a porta de metal.

— Mas o que...é isso?

Pego a foto, a aproximando bem do meu rosto, tentando me convencer de que aquilo não está acontecendo, porra, não está acontecendo.

— Isso... — encaro todos, sem saber muito bem o que fazer. As fotos estão coladas em várias partes das paredes e nos armários, e no chão — Isso não é verdade — digo, me surpreendendo com a voz embargada — Eu não...

Acho que estou sem ar.

Encaro, mais uma vez, a foto. Observo meu sorriso nela, meu sorriso assustado. O sorriso de Lennon assustado, comigo sentada em seu colo. A foto tinha sido tirada no exato momento que começamos a rir por eu ter errado o nome do personagem em que ele estava fantasiado na festa de Hillary, na mesma noite da Caça. Uma Cleópatra bêbada chegou e me empurrou. Eu caí em seu colo, e pelo momento em que a foto foi tirada, ainda posso me ver rindo, milésimos de segundos antes de eu pular para longe dele ao notar que sentei em seu colo.

Mas pelo ângulo, pelos sorrisos, pelo segundo inoportuno em que fomos fotografados, pareceu algo malicioso, como se estivéssemos fazendo algo mais íntimo, mas não estávamos. Não estávamos. E ninguém vai acreditar. Ninguém está acreditando.

— Gostou da lua de mel com o capitão?

Paul. Paul Herman. Faz parte da defesa do time titular. Um dos ex-amigos babacas de Lennon Robbs. Junto com todos os outros garotos do time, se acumulando ao meu redor enquanto o resto dos alunos assistiam a tudo por todo o corredor.

— Ele te pegou direitinho, não foi? — David, outro jogador, zombou rindo com todos eles.

Outro jogador ia falar, mas Lennon o interceptou, empurrando-o para o chão com a maior facilidade do mundo e socando seu rosto várias vezes. Foi uma questão de tempo para todos do time irem para cima dele. A próxima coisa que aconteceu e última coisa que eu queria que acontecesse, foi ver DeLuca surgir afastando os atletas de Lennon, o segurando pela jaqueta do time, e lhe acertando em cheio no rosto.

— Luca! — dou um passo a frente, querendo apartar a briga enquanto o resto do mundo se transformava em uma agitada plateia ao redor — Ele não fez nada!

Para minha total surpresa, ele largou Lennon no chão e se virou para mim, bufando de raiva, o rosto vermelho e os olhos exalando raiva, mas ele reservou um olhar um pouco mais confuso para mim, como se quisesse uma explicação.

Rei Do DesastreWhere stories live. Discover now