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Coringa🎭

A paz não durava muito na minha vida, e como já era de se esperar, recebi a informação de um carro parado na entrada do morro.

Quando desci junto com alguns dos meus pra olhar, o carro já tinha ido embora.

A informação era que tinha um homem dentro, porém não deu pra identificar pelo fato dos vidros serem escuros.

De primeira veio logo o pensamento de quem poderia ser, a única coisa que eu queria saber era o que ele queria de mim.

Na real eu sabia que tinha três opções, tomar o meu morro, estragar a minha vida ou simplesmente me matar com todo ódio que guardou de mim por todos esses anos.

Lucas: Voltei pô.-já chegou me abraçando.-Tava morrendo de saudade dessa tua cara.

Coringa: É mermo? Eu não.-ele sorriu.

Lucas: Aí cê tira minha animação.

Coringa: Larga de papinho e entra logo aí no carro, cê sabe que não posso ficar bobeando aqui nesses lugares movimentados.

Ele entrou no carro colocando a bolsa no fundo e eu entrei logo em seguida. Dei a meia volta saindo da rodoviária e ele colocou o cinto, depois pegando o celular.

Coringa: Como foi lá? -perguntei sem tirar os olhos da estrada.-Tá meio caminho andado pra ser jogador caro?

Lucas: Foi demais muito bom, valeu por ter me deixado viajar com o pessoal da escolinha. Gostei da confiança que teve em mim, mesmo depois de eu ter te decepcionado algumas vezes.-olhei para ele.

Coringa: Tem que ter, confiança é a base de tudo.

Ele concordou e eu olhei novamente para estrada, aproveitei pra dar uma olhadinha no retrovisor e vi que tinha um carro vindo em uma velocidade devagar atrás de nós.

Ou eu já tava imaginando coisas com aquele assunto na cabeça, ou realmente era o carro que o olheiro tinha falado que tava passando lá na frente.

Já tava nervoso mas tive que manter a calma por conta do Lucas que tava do lado de olho no celular.

Só de saber que poderia ser o pai dele mais perto do que eu imaginava, subia a preocupação.

E o pior era o joguinho que ele tava fazendo. Ameaças, ficar rondando e nada de colocar a cara a tapa pra fazer ou pelo menos falar logo a porra que queria.

Tinha dificuldade nenhuma aparecer e tentar fazer algo, se fosse corajoso suficiente já tinha aparecido cara a cara para mim.

Lucas: Desacelera, tem um carro tentando ultrapassar.

Coringa: E eu vou deixar? Pega a arma no porta-luvas e coloca aqui.

Ele largou o celular se inclinando e logo em seguida abriu o porta-luvas colocando a arma no meu colo.

Desacelerei o carro devagar olhando para o retrovisor e mandei ele abaixar, o carro continuou na mesma velocidade com a porra do vidro escuro e eu dei uma aceleradinha.

Tirei o olhar do retrovisor por um tempo e voltei a prestar atenção na frente, quando tomei a decisão de acelerar mais um pouco, fui surpreendido pelo carro de trás que acelerou primeiro, parando do meu lado.

O Lucas abaixou no mesmo momento e eu peguei a arma de cima do colo apontando para o lado de fora, o vidro continuou fechado, não dava pra olhar absolutamente nada.

Quando o vidro foi abaixando devagar eu parei o carro incentivando o outro motorista a fazer o mesmo.

Olhei bem para a cara dele que tava com a cabeça meio abaixada passando a mão no rosto e pensei duas vezes antes de puxar o gatilho e atirar, na real quase travei quando ele olhou para mim e eu reconheci aquele olhar.

Era ele, sangue do meu sangue e ao mesmo tempo meu pior inimigo..

Eu congelei quando ele apontou a arma, só senti o Lucas me puxar e o meu braço arder como se tivesse recebido um tiro.

Em seguida começou a doer, e eu tava ali abaixado, me sentindo o maior vacilão do mundo talvez por ter bobeado.

Escutei mais um barulho de tiro pegando na janela e logo em seguida o carro dar a partida, quando levantei pra olhar ele já tinha saído e além de ter levado um tiro no braço, parte dele estava todo cortado.

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Meu DestinoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora