Meu Destino

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Lua🌙

Era aniversário da Tainá e como prometido eu tava cumprindo em levar ela no restaurante que a mesma escolheu.

Em alguns dias, quando ela tava disponível me ajudou com as crianças e tava sempre perguntando se eu precisava de algo. Sendo assim, aquela era a minha recompensa.

Tainá: Nossa, na foto não parecia ser tão chique assim não.-falou enquanto a gente seguia para a nossa mesa.-Se for muito caro a gente come um dogão na esquina, sem problemas.

Lua: Para de ser boba, Coringa paga meu cartão depois.

Ela sorriu sentando na mesa e eu fiz a mesma coisa olhando diretamente para o cardápio que tinha ali.

Tainá: Fiquei sabendo que o Coringa voltou.

Lua: É, depois de um mês ele finalmente apareceu dando desculpinhas.-olhei para ela.

Tainá: O que é caviar? -perguntou olhando para o cardápio.-Só vejo isso em novela.

Lua: É tipo um ovinho de peixe, daí eles fazem um prato com algum complemento.

Tainá: Ovo eu como em casa, então eu quero costela.-deu de ombros.-E você?

Lua: A mesma coisa.

Levantei a mão na direção do garçom que se aproximou anotando o nosso pedido e pedi um drink sem álcool para mim e outro com álcool para a Tainá.

O drink chegou primeiro que o prato, sendo assim a gente aproveitou bem antes de comer.

Em seguida o pedido chegou e o silêncio tomou um pouco conta da nossa mesa. Confesso que tava ali com ela mas a minha cabeça em algumas vezes estava em outro lugar.

Tava querendo saber sobre os meus filhos, mas também não queria enviar mensagem para o pai deles. Pensei insistentemente nisso enquanto comia, e por incrível que pareça, eu consegui me segurar.

Pedimos outro prato antes da sobremesa e para encerrar, mais um drink. Daquela vez, ela também preferiu sem o álcool.

Tainá: O Coringa chegou hoje e mesmo assim você quis vim.-olhei para ela.-Pensei que iria cancelar.

Lua: Não foi bem do jeito que eu esperava que fosse.

Tainá: Juro, às vezes você é bobinha demais.-eu ri.-Sério, sem te tirar o respeito.

Lua: Em qual sentido?

Tainá: Tomei umas, então agora sai umas verdades.-me inclinei um pouco mais para frente.-As meninas do morro inteiro é doida pelo teu macho, só você tem e mesmo assim preferiu vim ficar comigo do que aproveitar ele. Principalmente agora que já pode.

Lua: Ele não tá merecendo nada de mim, nem se desculpou.-dei de ombros.-Só falou e assumiu que vacilou.

Tainá: Sério, um conselho de amiga. Briguem menos e se curtam mais! Brigas bobas todo mundo tem, mas puta que pariu hein..

Lua: Mas essa não é boba.

Tainá: Tá perdendo tempo.

Lua: Talvez.-ela deu o último gole.

Tainá: Mas, você que sabe. Eu penso assim, mas cê que passa pela situação.

Concordei pensando na possibilidade que ela tinha falado e paguei a conta logo em seguida levantando, era quase dez da noite.

Para a minha sorte eu não tinha bebido uma gotinha de álcool, caso contrário pararia na delegacia por conta das blitz que estava tendo. Fila com teste de bafômetro para todos os carros, pelo menos a Tainá não precisava fazer.

Liguei o som baixinho no rádio aonde tava passando músicas aleatórias e a Tainá quase surtou quando tocou uma música que ela gostava. Pediu licença aumentando o som e eu prestei atenção na letra.

"Tantas brigas sem necessidade
Quantas vezes nossa vaidade
Tomou conta e falou mais alto do que as verdades?

Talvez te faltou maturidade
Ou se pá foi erro da minha parte
Nem sei mais se o nosso santo bate ou a finalidade

Diz que não ama ninguém
Surta se me vê com alguém
Mente que tá tudo bem
Mas na madruga cê espera notificação de quem?

Fala que volta e não vem
O orgulho é foda, mas na minha presença
Ela sempre se sente tão bem.."

A música descreveu tanto a minha situação que mesmo depois que parou de tocar, eu levei como uma indireta gigante para o meu relacionamento.

Coisa louca, parecia que tinha sido no momento certo.

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