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Lua🌙

Diogo infernizou minha cabeça chamando pra ir no pagode, passou a tarde inteira falando sobre e eu acabei aceitando pela insistência.

Fui arrumar o cabelo rapidinho e também a bolsa do Davi que iria ficar com a Dona Sol. Eu não queria ficar incomodando pois na próxima semana eu já iria voltar ao trabalho, mas Coringa falou que falaria com ela e ela aceitou numa boa ficar com ele.

Eu também nem tava com muita animação, além da insistência eu aceitei por outro motivo. Quebrar aquele gelo que ainda tava entre nós.

Coringa: Pô, o bagulho vai começar, acabar e você ainda aí se arrumando.-cruzou os braços.

Lua: Eu me ofereci pra você me chamar pra algum lugar? Se ainda quer que eu vá, senta aí e espera sem reclamar! -respondi terminando de passar a prancha no cabelo.

Coringa: Seu mal é ser ignorante, e cê tá chata pra caralho, papo reto.

Lua: Sai daqui Diogo, antes que eu jogue essa prancha quente no meio da sua cara.

Coringa: Joga a prancha não, joga outra coisa na minha cara.-deu um sorrisinho.

Lua: Eu te odeio.

Coringa: Amor e ódio só se resolve na cama.

Lua: Otário.

Ele me encarou pelo espelho e eu desviei o olhar terminando o que tava fazendo.

Finalizei a maquiagem com um batom e levantei sentindo o mesmo olhar para mim com cara de quem queria alguma coisa.

Coringa: Ficou gatinha.

Lua: Gatinha? Eu tô gostosa.-peguei a bolsa de cima da cama e em seguida o Davi de dentro do berço.

Coringa: Isso aí cê tá sempre, maior orgulho de deixar claro que só é minha.

Lua: Ultimamente não sei se é isso mesmo.

Coringa: Qual é o motivo de duvidar?

Lua: Vários, você não acha?

Ele não respondeu e eu passei sentindo ele vim atrás de mim, fui na direção do carro e esperei o mesmo destravar a porta.

Pensei que ele iria fazer como todas as outras vezes, mas daquela vez pegou o Davi do meu colo e me entregou a chave.

Coringa: Você comanda hoje.

Sorri dando meia volta e entrei seguida por ele que colocou o Davi no colo e olhou para mim enquanto eu ligava o carro.

Fazia bastante tempo que eu não dirigia, nem sabia se o meu carro ainda pegava, mas tinha quase total certeza que sim.

Manobrei para o outro lado da rua e fui descendo devagar enquanto ele olhava para o lado de fora.

Quando chegou na frente da casa da Sol eu parei e ele abriu a porta descendo, fiz a mesma coisa escutando a voz dela e sorri quando a mesma saiu com maior sorriso no rosto.

Solange: Eita como tá ficando a cara da mãe.-comentou pegando ele do colo do Diogo.

Coringa: Cadê o Lucas?

Solange: Quando acordei ele já não tava aqui, não gostou muito da visita que o pai fez.

Coringa: Por que não me avisou?

Solange: Pensei que ele tinha ido pra lá, e não tem nada demais ele tirar um tempo pra ele.-deu de ombros ajeitando o bico do Davi.

Coringa: Nada demais? Ele fora da nossa visão é problema na certa.

Lua: Só é ligar pra ele e perguntar aonde ele tá.

Coringa: Se ele estiver como da última vez, vai mesmo responder aonde ele tá.

Solange: Última vez?

Lua: É que ele teve alguns problemas e..-comecei a falar e o Diogo interrompeu.

Coringa: Seu neto tá querendo seguir o mesmo caminho que eu e o filho da puta do pai dele, até mesmo pior já que eu não costumo encher a cara de drogas pra depois começar a falar merda.-a mãe dele olhou sem entender.-Isso mermo aí que a senhora escutou, essa é a minha preocupação.

Solange: Eu não sei o que falar, não consigo imaginar o Lucas nessa situação e..-fez uma pausa.-É melhor vocês seguirem o caminho de vocês, quando ele chegar aqui eu converso da melhor maneira possível.

Lua: Muito obrigada por aceitar ficar com o Davi e desculpa qualquer incômodo.

No tempo que eu fui agradecendo, o Diogo deu as costas e entrou novamente no carro. Me aproximei dando um beijo no meu filho que segurou no meu cabelo e depois me afastei rindo da situação.

Entrei novamente no carro e já fui sentindo que ele tava diferente, não falei nada porque talvez não fosse o momento e simplesmente só fiz o meu papel ali.

Quando chegamos, parei o carro atrás de mais alguns que tinha ali e como era quase perto da entrada já fui dando de cara com homens armados cumprimentando o Diogo.

Fui seguindo o meu caminho na frente e segundos depois senti ele se aproximar passando o braço pelo meu ombro.

Pelo visto tava querendo mostrar que tava tudo bem, mesmo nós dois sabendo que não estava!

Quando vi a Tainá ali meu sorriso foi totalmente sincero, tava feliz que ela estava se recuperando de uma perda que eu nem conseguia imaginar a dor.

Do lado dela tava o Neguinho sentado com maior cara de quem também tava feliz. Quando me viu, sorriu fraco e mesmo sem pensar eu entendi o motivo.

Olhei para o outro lado vendo mais algumas pessoas e me surpreendi totalmente de ver a Ingrid ali e logo do lado dela a Raquel.

Ao olhar na nossa direção, a Ingrid manteve o olhar debochado e a Raquel desviou abaixando a cabeça.

Apesar de não estar bem com o Diogo eu aproveitei o momento para mostrar que ele era meu e fiz questão de segurar na mão do mesmo que me olhou sem entender mas acabou retribuindo o sorriso depois que eu sorri para ele.

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Meu DestinoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora