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Lucas🕷

Minha cabeça não aguentava mais doer, eu não tava conseguindo nem me olhar no reflexo do celular e perceber que a minha cara tava inchada e totalmente acabada.

Eu não sabia o que eu tava sentindo, era um misto de coisa ao mesmo tempo.

Aquilo mexia pra caralho comigo e na minha cabeça não fazia sentindo nenhum ele aparecer do nada e querer começar a agir como se tivesse tudo bem sendo que não tava porra nenhuma bem.

Não era daquela forma que o bagulho tinha que funcionar, muito menos comigo!

Passei a minha vida inteira sendo criado por outra pessoa, botando fé que o cara que me fez tava morto e no final descobrir que era mentira e ficar de bem com isso.

Cresci com um pai mas ciente da verdade pelo simples fato do Coringa fazer questão de contar, se não falasse eu acreditaria realmente que ele que tinha me feito.

Sempre me tratou de forma carinhosa me levando para longe do que era errado mesmo ele sendo o chefe da parada, deu atenção fazendo um papel que não era de obrigação dele e eu reconhecia totalmente mesmo eu tendo vacilado algumas vezes.

Não tinha como eu simplesmente abrir a boca pra chamar outro homem de pai depois de tudo que o Coringa tinha feito por mim.

Confesso que senti a necessidade de simplesmente abraçar, mas não consegui por puro orgulho que tava guardando dentro de mim, fora o que ele tinha tentado fazer.

Talvez depois de muita conversa e tempo eu tentasse ter uma relação boa com ele, mas não uma relação de pai e filho, ele nunca substituiria o lugar que o Diogo tinha no meu coração, nunca mesmo!

Tentei passar a noite longe do que me fazia mal mas acabei falhando, confesso que vacilei em fumar e cheirar um bagulho, mas esperei a noite virar para voltar pra casa.

Precisava mostrar que tava bem, mesmo estando tudo fodido dentro de mim.

Quando entrei dentro de casa a minha vó tava em pé com o Davi no colo, fechei a porta escutando a voz da Lua falando alguma coisa sobre celular e logo em seguida a voz do Coringa tentando falar alguma coisa mas deixando a risada tomar conta das palavras.

Passei a mão na cabeça sem saber o que falar e a minha vó olhou para mim por um tempo antes de simplesmente abrir a boca e falar que era pra eu ir tomar banho que depois ela conversava comigo.

Concordei calado e fui entrando para o quarto logo em seguida saindo e sendo barrado pelo Coringa que segurou no meu braço.

Coringa: E é assim sem dar satisfações? A parada aqui dentro não funciona dessa forma, pode ir falando aonde foi que tu passou a noite.-me encarou.

Lucas: Naquela casa abandonada quase perto da boca.-ele soltou meu braço.

Coringa: Tá pedindo pra quem comprar a parada pra tu usar? -respirei fundo.-Não queria explanar não mas tô ligado que cê usou alguma coisa.

Lucas: Isso aqui é decepção.

Ele ficou calado olhando para mim e eu fui seguindo meu caminho até o banheiro, entrei fechando a porta e tirei a roupa indo direto pra debaixo do chuveiro.

Liguei sentindo a água gelada bater no meu corpo e fechei os olhos tentando relaxar.

A cabeça ainda tava doendo, mas com o tempo que eu fui ficando ali em baixo, foi passando aos poucos.

Depois fui saindo na intenção de só deitar no quarto mas fui surpreendido pela Lua que já tinha colocado comida para mim, oferecendo e chamando pra sentar.

Não tava nem um pouquinho afim de comer, mas quando olhei para o prato que ela colocou ali em cima a barriga roncou e eu acabei mudando de ideia e sentando ali mesa.

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Meu DestinoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora