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Lua🌙

Fiz como o Diogo pediu, só que fiz do meu jeito.

Senti o Davi esquentar mais do que o normal e tomei a decisão de levar no hospital. Porém fiquei calada, só arrumando uma bolsa.

Quando fui trocar a roupinha ele entrou perguntando o que eu tava fazendo, e quando respondi ficou bolado falando que eu fiquei calada e eu respirei fundo mantendo a paciência.

Trocou de roupa vestindo calça, casaco e completou colocando um boné na cabeça. Depois saiu com o celular na mão e eu aproveitei para me trocar.

Eu tava me sentindo mal, talvez irresponsável por ter deixado ele pegar um resfriado. Pelo menos eu estava achando que era o início de um.

Preferia passar o que ele tava sentindo para mim, tava sendo insuportável olhar para ele e perceber que ele não tava bem e nem sabia falar o que tava sentindo.

Peguei ele no colo colocando a bolsa do lado e fui saindo do quarto, o Diogo tava sentado mexendo no celular. Assim que me viu levantou e enfiou a mão no bolso tirando a chave.

Na hora de entrar no carro a gente quase discutiu porque eu queria sentar atrás e ele bateu na tecla falando que eu iria na frente.

No final ele acabou vencendo, deixei a bolsa no banco de trás e sentei na frente.

Coringa: Para com isso pô, vai colocar o orgulho na frente em um momento desses? -se virou olhando para mim.-Nós tá meio pá por causa de diferenças que dá pra ser resolvida facilmente, mas acima de qualquer coisa o menino é nosso filho.

Lua: Eu sei que isso tá acima de qualquer coisa.-concordei.-Tem como a gente ir agora? Eu tô preocupada com o nosso Davi.

Ele se virou ligando o carro e deu a partida seguindo para o hospital mais próximo dali.

Eu iria super de boa em um hospital público, a única parte ruim era a espera. Porém o Diogo deu a ideia de um hospital particular e eu concordei no mesmo momento.

Quando entramos ele permaneceu de cabeça baixa por conta das câmeras e sentou na última fileira da cadeira de espera.

Fui até a recepção pagando o atendimento e peguei a ficha, tinha quatro pessoas na frente. Não era muita, mas o suficiente para me deixar um pouco mais aflita.

O hospital tava meio vazio e tinha uma razão. Acabei pagando quase 200 reais em uma simples consulta!

Sentei do lado dele ajeitando a touquinha na cabeça do Davi e sorri fraquinho vendo o quanto ele tava lindo e fofo. Era uma pena que tava com o olhinho meio quebrado por conta do que tava sentindo.

Coringa: Cê ainda me ama? -olhei para ele.-É que eu tô sentindo que nós vai acabar separando.

Lua: Por qual motivo eu não amaria? Só por causa de mais um desentendimento nosso? -ele concordou.-Eu já tive motivos maiores pra deixar de te amar e isso não aconteceu.

Coringa: Não sei, esses bagulho acontece da noite pro dia. Posso dormir te amando hoje e acordar te odiando amanhã.

Lua: Se acha que a gente tá mal ao ponto de uma separação eu tô de boa pra concordar com você. Se for a escolha melhor para nós dois e principalmente para o nosso filho, eu tô aqui pra sentar e conversar.-dei de ombros e ele concordou.

Coringa: A última coisa que eu quero na minha vida é que ele cresça tendo a visão de nós dois brigando.

Lua: Amar é entender que nem sempre as coisas vão ser do nosso jeito, como a gente quer e na maioria das vezes não é nem metade do que a gente queria que fosse. Se a gente acabar separando, quero que saiba que a coisa que eu mais quis nesse mundo foi que desse certo.-ele olhou nos meus olhos e eu percebi um pouco de vermelhidão.-Independente da nossa situação.

Coringa: Pô, eu também quero que der certo. Não tô falando que quero separar, só tô avisando que se as coisas continuarem dessa forma nós vai ter que terminar pra evitar situações desse tipo. Nosso filho tá crescendo e eu não quero que ele cresça no meio de brigas, e que coloque na mente que os pais se odeiam.-concordei.

Lua: Também não quero isso, e acredito que se for de acontecer a gente tem que fazer da maneira correta pra ficar uma boa relação de amizade.

Ele concordou complementando em mais algumas coisas e a gente deu uma pausa quando chamou mais uma pessoa e o Davi fez biquinho de choro querendo peito.

Quando ele encostou em mim senti que ainda tava quente, enrolei a manta tentando deixar ele o mais aquecido possível porém depois lembrando que aquilo poderia agravar a febre e tirei a manta.

O ar tava em uma temperatura média, mas pelo horário o frio tava mais que o normal. Na pressa acabei esquecendo a minha jaqueta e quando o Diogo percebeu que eu tava com frio se aproximou passando o braço ao meu redor.

No comecinho fiquei meio pá, mas acabei deixando o orgulho e me aconcheguei encostando a cabeça nele.

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Meu DestinoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora